Os três títulos brasileiros, a conquista da Liga das Américas e o histórico campeonato mundial deixaram o Flamengo exposto ao mercado europeu e da NBA.
Se antes a preocupação era com o alto custo das renovações ao final da temporada de um elenco valorizado pelas conquistas, agora o problema é com os euros e os dólares oferecidos por seus jogadores.
Laprovittola foi para a Lituânia, Benite pagou a multa rescisória e deve jogar no Murcia, da Espanha. Herrmann acertou com San Lorenzo da Argentina e Felício tenta a sorte na NBA, mas pode voltar em outubro se não for aproveitado pelo Bulls.
Perder Benite é mais doloroso do que o Laprovittola, principalmente porque o brasileiro vive sua melhor fase na carreira e iniciaria a temporada sendo titular absoluto. Sem contar que a reposição de um bom escolta é bem mais difícil, especialmente no mercado brasileiro.
Com o Rafael Luz na armação, o Flamengo poderia segurar a contratação de um estrangeiro, agora terá que gastar as duas que tem direito: pro lugar do Herrmann e pro lugar do Benite.
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Lá se foram os dois argentinos campeões mundiais. Das cenas inesquecíveis do Herrmann pendurado na cesta após a final contra o Maccabi, enlouquecido com a torcida que invadia a quadra do Maracanãzinho e o carregava no colo.
Dono de uma das histórias de vida mais tristes que já tive conhecimento, era elogiado por todos na Gávea por seu profissionalismo e senso de grupo. Tantos outros estrangeiros já chegaram no Brasil pensando que seriam titulares absolutos e quando sentaram no banco deram ataque de estrelismo. Herrmann, campeão olímpico, viu Olivinha titular grande parte do campeonato e nunca questionou essa situação.
Verdade que teve um desempenho bem abaixo. Veio como MVP da Liga Nacional Argentina e não jogou tudo que se esperava.
Laprovittola fez uma primeira temporada inesquecível, culminando com o MVP da final do Mundial contra o Maccabi. Fez um segundo ano bem irregular, mas voltou a ser o Nico decisivo nas seis últimas partidas, sendo escolhido novamente o MVP da final contra o Bauru.
Evoluiu seu jogo de infiltração e pink an roll ao lado do Meyinsse, e ganhou no basquete brasileiro uma nova qualidade: virou referência também no ataque. Vai para a Europa mais completo do que quando chegou ao Brasil.
Os três já estão para sempre no coração da torcida e na galeria de campeões mundiais pelo Rubro Negro.
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A diretoria Rubro Negra conseguiu o que parecia impossível: fazer do basquete autossutentável, independente do futebol, mesmo utilizando quase nada de uma parcela da Nação Rubro Negra que adora o esporte (basta ver o número sempre crescente de comentários aqui no blog e o interesse de muita gente pela equipe da próxima temporada) e que deseja consumir muito mais sobre o basquete.
O trabalho para fechar as duas contratações precisa ser certeiro. Hoje tem um ótimo orçamento, se apoiando em patrocínio direto e incentivo fiscal. Esses dois anos e meio já provaram o suficiente do que são capazes, ou alguém ainda tem dúvida?
Como foi dito: chegar no topo é fácil, se manter é o mais difícil. Eis um novo desafio para Póvoa, Vido, Guimarães e Neto!