Bom texto de Roque Citadini, que já foi vice-presidente de futebol do Corinthians, em seu blog, sobre a justa reivindicação de Flamengo e Corinthians pela maior cota da televisão, apesar do Palmeiras exigir a mesma cota que o seu rival.
Postura contrária aos clubes do Rio, que concordam que o Flamengo receba a maior cota, mas querem uma redistribuição entre os outros componentes do Clube dos 13.
Citadini considera imperfeita e injusta a distribuição do dinheiro entre os participantes do campeonato. Que com sistema quase igualitário de distribuição, Flamengo e Corinthians recebam valores iguais aos de Vasco, Palmeiras e São Paulo, e muito próximo de todos os outros times, e que a luta deveria ser para aumentar a remuneração dos valores e alterar a regra de distribuição.
Sobre as regras do edital lançado pelo Clube dos 13, o ex-vice-presidente do time paulista, afirma que a TV aberta transmitirá três jogos por rodada. Ora, se querem uma distribuição igualitária do dinheiro, deveria dizer que todos os clubes terão o mesmo número de partidas transmitidas, porque, deixando para a emissora escolher quais jogos serão exibidos, ficará clara a escolha inicial por Corinthians e do Flamengo.
Ou seja, se a distribuição da grana é igualitária, a dos jogos também deveria ser. Mas o Clube dos 13 é esperto, e, na venda, oferece à TV o direito de escolha dos jogos que quiser, enquanto na partilha do dinheiro segue regra igualitária.
E ainda, sobre o pay-per-view, Citadini disse que o torcedor é obrigado a comprar pacotes de todos os jogos, quando a opção de compra deveria ser apenas dos jogos do seu time, assim, cada clube arrecadaria na proporção das partidas que vendesse, mas neste caso, teria que mudar a legislação do direito de arena, o que pode acontecer.
Só para se ter idéia, o ranking da venda de pay-per-view em 2010 foi: Flamengo em primeiro, com 15,13%, Corinthians em segunda com 14,20% e só depois aparece o São Paulo com 9,87%.
O dilema é grande: voltar para o Clube dos 13, mas com o sistema de distribuição alterado, o que eu acho impossível que todos os outros clubes aceitem essas novas regras, ou negociar em separado mesmo e, infelizmente, não chegar a um acordo devido todas as particularidades.
3 comentários:
Não vai falar da Fórmula Truck?
"Isto não ocorre em nenhum país do mundo. Na Espanha, por exemplo, a diferença entre Barça e Real dos demais é enorme.
O mesmo acontece na Itália, na Inglaterra, na França e até em Portugal."
É um trecho do texto do Citadini, falando sobre como a divisão de receitas de TV é próxima demais aqui.
Ainda vou escrever sobre isso, mas quero dizer que não concordo.
Olha o campeonato espanhol. Ou mesmo o inglês, o português. É nisso que a gente quer transformar o Brasileiro? Começar a competição com no máximo três ou quatro times sonhando com o título e o resto se conformando em ser coadjuvante o ano inteiro?
Pro mercado como um todo, isso é péssimo. Sei que o Flamengo tá numa posição em que, se seguir essa regra do capitalismo selvagem, pode pedir mais que todo mundo - e eu sou FLamengo. Mas que é ruim para o futebol, é.
André, não sei como começou essa hegemonia de dois, três times na Espanha, Inglatera, Itália, mas será que apenas pela cota de televisão, vamos criar dois, três time imbatíveis?
Por exemplo, o Flamengo fatura muito mais contrato de patrocínio que o Inter, mas o colorado consegue ampliar seu campo de marketing, tendo muito mais grana no seu orçamento que o Flamengo.
Sei que o que se fala é R$ 90, R$ 100 milhões, mas a expectativa é de que o marketing dos clubes não fiquem presos apenas ao dinheiro de televisão, mas ampliem o leque, como o Inter faz muito bem.
Não sei se com a grana da televisão vamos ter Flamengo, Corinthians, São Paulo, imbatíveis.
Postar um comentário