Nesse sábado, o Flamengo venceu o Botafogo por 2 x 1. Pela terceira vez a equipe sofre o primeiro gol. O ponto positivo: pela segunda vez virou a partida.
Ao contrário do que Abel Braga disse na entrevista após o jogo, não foi uma vitória onde o coletivo prevaleceu, pelo contrário, a virada só veio graças a atuação sensacional de Bruno Henrique, justamente em sua estreia.
Aliás, não foi uma tarde feliz do treinador. Com o Flamengo arrebentando, sufocando um Botafogo completamente morto fisicamente e entregue taticamente, resolve tirar Diego e colocar Pires, completando a trinca de volantes ao lado de Cuellar e Arão.
Na coletiva, Abel, ao ser questionado sobre novamente ter utilizado três volantes, respondeu que fez a troca porque Zé Ricardo entrou com Rodrigo Pimpão.
É um mal sinal. Se coloca Arrascaeta, poderia dar um cheque-mate e fazer o terceiro, quarto, forçando o Botafogo a continuar em seu campo defensivo.
O primeiro tempo foi muito ruim. Enfrentando um adversário compactado em duas linhas de quatro, o Flamengo apresentava um futebol lento, previsível, que girava a bola de um lado pro outro sem qualquer agressividade, e chovia bola na área, a maioria das vezes sem nenhum Rubro Negro para cabecear. Um esquema de acomodados.
Outro ponto que precisa ser corrigido é a bagunça tática do peladeiro Arão, que segue jogando adiantado à frente do Diego, mesmo sendo teoricamente um segundo volante. Perde a possibilidade de infiltração, da novidade, para se tornar um simples meia preso na marcação.
Dessa forma, dá até para jogar com Diego de segundo volante e escalar Arrascaeta no lugar do Arão, que nem de longe está atuando em sua posição.
A única chance Rubro Negra no primeiro tempo foi após roubada de Cuellar. Vitinho perdeu. Depois, em um chute despretensioso, que desviou, o Botafogo abriu o placar.
Após sofrer o gol, a equipe de Abel Braga se perdeu e passou a abusar dos cruzamentos sem qualquer sentido. E acrescentando dos laterais sendo cobrados diretamente na área.
Na volta do segundo tempo, Bruno Henrique foi a novidade e fez sua estreia no lugar do Vitinho. Porém foi o Botafogo que teve duas boas chances logo no começo: uma bola na trave e uma defesa de Diego Alves.
E que estreia do novo reforço! Entrou transpirando emoção. Bem diferente do Vitinho, que parece não sentir a fervura da partida, não reage, não sente os momentos, apesar de ser um bom jogador e ser útil. Veio para ser o que era Vinicius Jr na temporada passada.
Bruno Henrique quase empatou numa dividida. Na jogada seguinte, marcou de cabeça. E se posicionando aberto, forçando o alvinegro a abrir sua defesa, o Flamengo sufocava o Botafogo, subindo a marcação e pressionando a saída de bola. A virada era questão de minutos, e veio novamente com Bruno Henrique.
Após o 2 x 1, eis que Abel resolve colocar o adversário de volta no jogo. E se tem coisa que a torcida mais se irrita é desse tipo de postura, principalmente quando há opções melhores à disposição. Ficou receoso com a ousadia de Zé Ricardo, ao colocar o perigosíssimo Rodrigo Pimpão. Abelão não se fez de difícil e tratou de fechar o jogo com Cuellar e Pires da Motta, já que Arão não pode ser considerado um volante, pois está jogando à frente do Diego.
Abel acabou com o jogo a partir daí. E ainda teve a ousadia de reclamar da equipe, que teria ressuscitado o Botafogo.
É um elenco com muita gente para decidir, com muitos jogadores que podem resolver a partida na base do talento e da técnica. No entanto, isso não exime o treinador de montar uma equipe organizada para facilitar ainda mais a vida das suas próprias estrelas.
No último lance, Éverton Ribeiro deu passe primoroso para Bruno Henrique, na velocidade, deixar na finta para Gabigol marcar o terceiro. Porém o assistente marcou erradamente um impedimento absurdo. No aguardo dos comentários da turma!
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