No campeonato carioca as partidas são sugestionáveis para alternar esquemas, fazer testes com escalações novas e formações que poderão ser utilizados ao longo da temporada.
Abel Braga deixa claro que pensa no: 4-3-3 ou 4-4-2 em losango.
Na noite dessa terça-feira o treinador iniciou nesta última formação, o que não funcionou, principalmente por erro no posicionamento de alguns jogadores e atuações péssimas de outros.
Pires esteve de primeiro volante, com Jean Lucas de segundo, Arrascaeta e Vitinho abertos nas pontas, Gabigol em posição indefinida, mas se posicionando atrás do atacante Dourado.
Jean Lucas deveria ser o responsável pela transição, por conduzir a saída de bola, mas o que se viu foi uma quebra do time dentro de campo, que se tornou praticamente um 4-2-4, com quatro atacantes e nenhum meio campista.
É notório que faltam pelo menos dois segundos volantes nesse elenco, pois Arão, Jean Lucas e Hugo Moura não possuem condição nenhuma de exercer essa importante função.
No primeiro tempo o reflexo foi exatamente esse. Os dois volantes erravam muito, os jogadores atuavam espaçados, Gabigol jogava praticamente como meia, longe da área, não tinha verticalidade, não tinha força ofensiva e a defesa ainda ficou desguarnecida: a melhor chance do primeiro tempo foi do Boa Vista que, após bobeada do Jean Lucas em cobrança de escanteio, chegou na cara do César, que salvou.
No entanto, em passe de Rodinei, em um lance despretensioso, Vitinho se posicionou entre a zaga e acertou um belo chute na trave. No rebote, Henrique Dourado abriu o placar.
No segundo tempo, mesmo time, repetição dos problemas. Vitinho tropeçava na bola e os problemas ofensivos continuavam.
Pelo quarto jogo seguido a defesa Rubro Negra sofreu gol, logo aos quatro minutos. Com uma cratera na entrada da área, demonstrando falta de compactação, um chute que parecia defensável e o placar apontava o empate no Maracanã.
Com apoio do otimo público, o time acordou após o empate e, pela primeira vez, Abel resolveu colocar todas suas armas ofensivas em campo. Deixando de lado os dois / três volantes.
Com a entrada inicialmente de Bruno Henrique e depois de Uribe e Everton Ribeiro, o Flamengo finalmente apresentou um futebol agradável. Com tanto talento junto, somente quem pode atrapalhar é o treinador.
Bruno Henrique pela direita, Gabigol pela esquerda, Arrascaeta finalmente centralizando e tendo Everton Ribeiro para dialogar, além da interessantes subidas de Trauco, que distribuiu sua segunda assistência, atrás apenas do Everton Ribeiro, que já tem quatro, o Flamengo fez 3 x 1, a primeira vitória superior a um gol nesse ano.
O lateral, que tem deficiências na defesa, também é o segundo que mais desmarca da equipe: oito recuperações em dois jogos. Atrás apenas de Pires, com 12 desarmes em quatro jogos e à frente de Cuellar, que tem oito desarmes em três jogos.
Uribe marcou seu terceiro gol em quatro jogos. E ainda deu ótima assistência para Gabigol dentro da pequena área, que acabou furando.
Seguindo com o bom futebol dos "coadjuvantes" desse elenco Rubro Negro, Rodrigo Caio foi um dos melhores em campo. Seguro na defesa, com boa saída de bola, interessantes passes verticais, ainda marcou seu gol de cabeça. Foi a oitava fiscalização do zagueiro em três partidas, sendo cinco no alvo. Vitinho, o líder em chutes a gol, tem dez no total.
No 4-1-4-1, com o adversário já exausto, o Flamengo fez ótimas jogadas, armou interessantes triangulações, mas desperdiçou as chances. Foi o melhor futebol apresentado desse começo de temporada.
Com o 2 x 1 e as três trocas realizadas, Abel não pôde colocar mais um volante, como fez em praticamente todos os jogos. É de fato, um esquema que leva tempo para ser construído, mas, se bem organizado, ficará letal.
A fase de testes está no fim. A ver como Abel irá montar o time titular a partir de agora.
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