sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Na ânsia e pressa por títulos, a escolha por Abel Braga e não Sampaoli

Em 2015, a então chapa verde, hoje chapa roxa, tinha como trunfo eleitoral a contratação de Jorge Sampaoli, então no auge, valorizado, com brilhantes e encantadores trabalhos no Universidad do Chile e recém campeão da Copa América pela seleção chilena.

Três anos depois, agora em baixa, após uma passagem no Sevilla e um fracasso retumbante na seleção argentina, Sampaoli foi ignorado pelo mesmo grupo que, agora, venceu a eleição no Flamengo.

Renato Gaúcho e Abel Braga eram as primeiras opções de Rodolfo Landim para ser o treinador.

O próprio Santos tinha Abel Braga como favorito. Porém, com a concorrência Rubro Negra, apostou em Sampaoli. Sem qualquer novela ou concorrência pesada, e com salário razoável, o chileno acertou com a equipe santista por dois anos de contrato.

O Flamengo atual, ansioso e necessitado de títulos, cuja seca já dura longos cinco anos, apostou no mais conservador e pragmático possível. A escolha por Abel levou-se em conta muito mais sua experiência no comando, no trato com os jogadores no vestiário, do que uma preferência ou encaixe do seu estilo e forma de jogar.

Não considero Abel um retranqueiro clássico, de jogar com duas linhas de quatro na defesa. Ano passado, o Fluminense foi o terceiro time do país que mais marcou gols, ficando atrás apenas de Palmeiras e Flamengo. Evidente que com as baixas, o tricolor virou um arremedo de equipe, sem condições de praticar algum jogo propositivo.

A vocação do Flamengo é o jogo ofensivo, a impetuosidade, a troca de passes, o que foi muito confundido nos últimos anos por posse de bola infrutífera, sem qualquer força ofensiva, especialmente por Zé Ricardo e Maurício Barbieri. Dorival Jr conseguiu aliar posse com gols, mas já era tarde pra buscar o título.

O que encaixaria perfeitamente no estilo de jogo de Sampaoli. No entanto, basicamente, a escolha pelo chileno exigiria tempo para implantar sua forma de atuar e convicção no trabalho realizado. Já com Abel a expectativa é por resultado mais imediato, por já conhecer o ambiente, os jogadores e a cultura por aqui.

Evidente que pode dar certo, até acredito que dará, principalmente pela força do elenco que deverá ser montado e pela vontade de novo treinador Rubro Negro em conquistar títulos, mas é inexplicável ao ter duas opções de escolha, terem preterindo Sampaoli.

2 comentários:

João Paulo disse...

Alexandre Póvoa dançou porque ele peitava a diretoria.
O Flamengo não envolve jogadores em troca porque não rola pagamento de comissões.

Rogério Fonseca disse...

João Paulo, que em 2019 as pessoas do Flamengo mudem!

Que o Brasil mude!

Feliz Natal e bom ano novo a todos!