sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Libertadores 2018: Cruzeiro 0 x 1 Flamengo

Mais uma vez o Flamengo encerrou precocemente sua participação da Copa Libertadores, e a gestão Bandeira de Mello, após três participações, sendo duas seguidas, não conseguiu passar de uma mera oitavas de final.

É triste como não não conseguem enxergar erros cruciais temporada após temporada e continuam encobertando as eliminações seguidas como se fossem a coisa mais natural do mundo.

A comemoração do sexto lugar no Brasileiro do ano passado é o grande reflexo do que se tornou o clube.

As declarações do Barbieri após a eliminação, tratando como "extremamente positivo", afirmando que a equipe "fez um grande jogo" e que "por detalhes não fez o segundo" são uma grande sacanagem com o torcedor.

Quem viu o jogo enxergou um Cruzeiro muito mais perto de marcar do que o Flamengo, mesmo depois do gol de Léo Duarte.

Basta dizer que Diego Alves foi o melhor do Rubro Negro. Ao contrário, Fábio, nem sentiu o cheiro da bola nas luvas. Já com o pés, foi o jogador que mais teve posse de bola a partida inteira, segundo o Footstats: 19,07%. Em segundo ficou Éverton Ribeiro, com 13,23%.

Para tentar surpreender o Cruzeiro, Barbieri apostou bem com Vitinho de atacante e Marlos Moreno na esquerda. O que tornaria um Flamengo praticamente com cinco atacantes de bastante movimentação para confundir a zaga mineira. Porém, se as intenções foram boas, dentro de campo o resultado foi nulo. Vitinho não jogou entre os zagueiros de falso nove e Moreno errou praticamente tudo, mostrando que tende a ser mais um jogador de segundo tempo.

O Cruzeiro montou bem, como sempre, seu sistema defensivo, impedindo qualquer chance Rubro Negra a partida inteira, e mereceu a classificação. Nem quando sofreu o gol se abalou, ficou desesperado ou quis recuar: pelo contrário, jogou uma partida tipicamente de mata-mata e não teve mais futebol depois disso. Para ser franco, parecia que nem tinha sofrido o gol.

Em 180 minutos, o Flamengo só jogou os 25 minutos finais. Lembrando que no Maracanã o placar só foi de 2 x 0 porque Diego Alves evitou a goleada. Fica evidente que Barbieri perdeu o duelo tático com o Mano Menezes, apesar de ter ganho contra o Renato Gaúcho. O treinador Rubro Negro já deveria ter um plano B preparado para em caso de insucesso no primeiro treino.

Novamente foi uma sucessão de erros e parece que ninguém lá dentro é capaz de corrigir. Erro na escolha do treinador no começo do ano, acreditando em Rueda, insistindo com Carpegiani e depois apostando no Barbieri, que é até um bom treinador, mas ainda cru para uma disputa desse nível. E ainda teve a inexplicável escalação do Paquetá contra o River lá na Argentina, os valores dos ingressos absurdos no primeiro jogo das oitavas, falta de prioridade, falta de montagem de um elenco para aguentar as três frentes, falta de cobrança, falta de mentalidade aguerrida.

O Flamengo está longe de ser uma equipe competitiva para disputar a Libertadores. Consegue algum resultado à nível nacional, ou uma Sul-Americana, mas sempre erra aqui e ali e deixa escapar o tão sonhado título. O Rubro Negro inicialmente precisa voltar a conquistar ou se consolidar de forma relevante no país para depois alcançar voos maiores.

Problema que ainda pensam que basta aumentar a receita do futebol todo ano que as conquistas virão naturalmente. É preciso algo mais, enxergar o futebol de forma mais competitiva, consolidada.

O que essa diretoria já provou há tempos que não vai conseguir.

Enfim, termina o tão temido mês de agosto. O Flamengo terminou de +4 para -4 pro líder do Brasileirão, caindo para terceiro, foi eliminado da Libertadores e está na semifinal da Copa do Brasil.

E domingo já tem pelo menos 40 mil torcedores para torcer pelo Rubro Negro contra o Ceará no Maracanã. Se tem alguém que merece aplausos nessa temporada, é a torcida.

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