quarta-feira, 6 de março de 2013

A dura, mas correta decisão dos novos gestores do Flamengo


Quem analisava os últimos balanços via que não tinha muito o que fazer. Era necessário cortar na carne. Oras, se o futebol teve que perder um Vagner Love, por que o restante do clube permaneceria intacto?

Segundo o balanço financeiro referente ao ano de 2011, que foi rejeitado na última reunião do Conselho Deliberativo, a receita dos esportes olímpicos era de 19 milhões contra uma despesa de R$ 35 milhões, gerando um déficit de R$ 16 milhões que precisavam ser cortados ou então esse monstro nunca teria um fim.

Uma hora alguém teria que ter a coragem e dizer: "basta, chega de empurrar com a barriga".

Depois de acabar com a equipe adulta de natação, o judô e a ginástica também foram encerrados. O déficit caiu para R$ 5 milhões que serão assumidos pela nova gestão.

A base continua funcionando: o Flamengo tem 200 atletas do judô, sendo que 180 são de base. Na ginástica olímpica são 54 atletas, apenas 8 são da categoria principal. A expectativa é que quando subirem para a equipe profissional, o clube esteja respirando áres mais saudáveis financeiramente e possam competir pelo clube nos campeonatos brasileiros.

Claro que é triste. Evidente que não é uma decisão fácil, visto que são atletas esforçados, profissionais, que sabem que a porta do sucesso é bem estreita e não basta ser regular, tem que ser o melhor, tem que treinar para ser o destaque da modalidade, ao contrário do futebol, cujo mercado é maior e tem espaço para todo mundo, até para os perebas.

Agora, engana-se quem pensa que estava em curso algum projeto olímpico liderado por Patrícia Amorim e que agora está sendo destruído pelos novos gestores. O que existia era apenas a contratação pela simples contratação de grandes nomes do esporte.

Sem dúvida que esse tipo de "projeto" fica mais visível aos olhos da torcida e da crítica, mas quando se aprofunda em questões como: rombo milionário sem acréscimo de receita, piscina com vazamento resultando em mais de meio milhão de prejuízo, impostos atrasados impedindo assim a busca por recurso estatal, academia que também servia como sauna, fica claro a diferença de modelo e qual o rumo que os novos administradores estão tomando no Flamengo.

Primeiro tendo um Alexandre Póvoa, eleito por quatro anos seguidos como o melhor gestor de recursos do país, segundo pela escolha perfeita do Marcelo Vido, ex-Minas TC, para ser o executivo, terceiro pela busca implacável das Certidões Negativas de Débito, que seria um feito extraordinário e abriria as portas dos olímpicos para receber ajuda financeira do governo e quarto, pelas medidas duras, impopulares, como o fechamento para reforma da piscina, mas todas necessárias.

Uma outra vertente que o Flamengo provocou com essas decisões é de chacoalhar o COB, que repassa toda a verba para as federações e deixa, quem realmente trabalha o dia a dia do esporte, os clubes, com o pires na mão. O debate sobre a estrutura dos esportes olímpicos e o porquê de receber uma fatia tão pequeno bolo que todo mundo sabe que é grande merecem destaques, que foi ofuscado pelos dramas dos atletas agora sem clube e também pela falta de comunicação clara dos gestores com os esportistas.

Quando o boato já se espalhava, no jornal O Globo de sábado já tinha nota sobre isso, Vido e Póvoa poderiam ter antecipado a conversa com a turma da ginástica e do judô, apesar da decisão oficial ter sido tomada na segunda-feira à noite.

Por fim, continuam o remo, basquete, pólo e o nado sincronizado. Quanto ao basquete, segundo o Póvoa, não há risco do esporte acabar, visto que se tornou o segundo esporte entre a torcida, mesmo sendo deficitário, como também é o futebol.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia

Sou socio proprietário do CRF e fico muito triste com essas noticias. Trabalhei na campanha da Patricia Amorim para sua reeleição. Porém esta muito claro que a gestão atual esta tendo que tomar essas atitudes impopulares para poder no médio prazo retomar os investimentos nos esportes olimícos. Quem me conhece sabe o quanto eu gostava de falar que o CRF é um clube POLIESPORTIVO....masn nada disso adianta com o balanço que foi apresentado na ultima reunião do CD. Tenho certeza que o Sr Alexandre Povoa e Marcelo Vido não tem nenhum prazer em tomar esse tipo de decisão.
Mas infelizmente são necessarias.
Com relação ao basquete...acredito que não conseguirmos um patrocinio que banque a atual folha...terá cortes tb....afinal dinheiro não nasce em arvore....e atrasar salários não faz bem para nenhuma instituição.
Enfim....noticias tristes...mas decisões necessárias.

SRN

Luiz Mauro

Marcelo disse...

É mesmo triste ver atletas que sempre honraram o clube nessa situação. Tb acho que foram medidas necessárias no atual momento. Tomara que a diretoria consiga trilhar um caminho que possa trazer esses esportes tradicionais de volta ao clube na categoria adulto. Só acho que a direção poderia ter lidado um pouco melhor com a comunicação, os atletas deveriam ter sido chamados para comunicar a decisão.