sexta-feira, 27 de abril de 2012

Flamengo e Corinthians quebrando a hegemonia de Pinheiros e Minas

O campeão do Troféu Maria Lenk ainda segue indefinido, deve ser decidido na última prova, o revezamento 4 x 100m medley no sábado, mas com o favoritismo de Flamengo e Corinthians e a quebra da hegemonia do Minas e Pinheiros, alguns rótulos e julgamentos já começam a surgir.

Primeiro: a questão dos estrangeiros. É legal, a CBDA permite que cada clube contrate dois atletas para competir em no máximo quatro provas individuais, liberado no revezamento. O Corinthians fez muito bem. Trouxe duas campeãs mundiais da Dinamarca que juntas já somaram 475 pontos, fora o revezamento.

Não me lembro de ter lido essa queixa no Maria Lenk do ano passado, por exemplo, quando o Minas trouxe as campeões olímpicas Kirsty Coventry e Rebeca Soni, que juntas somaram 603 pontos e ajudaram o time mineiro a quebrar a hegemonia do Pinheiros derrubando vários recordes sul-americanos e sendo decisivas nos revezamentos.

Segundo: o trabalho da base. É claro que o Flamengo está atrás. O clube viveu um período de trevas na década passada, sem qualquer investimento. Com a eleição de Patrícia Amorim e a contratação do treinador Marco Veiga, a natação foi se estruturando, desde as categorias de base até a adulta.

Com dois anos de trabalho, o clube terminou em quarto lugar no ranking da CBDA em 2011, que premia não só a categoria adulta, mas também os resultados da base.

Terceiro: do Flamengo também falam que seus principais nadadores não treinam na Gávea. Sim, os atletas do Pró-2016 treinam em São Paulo. Porém, antes disso: César Cielo, Nicholas dos Santos e Henrique Barbosa já eram do Rubro Negro quando foi criado o projeto, inédito no Brasil. O Pinheiros não permitiu que Tales Cerdeira, Léo de Deus, André Schultz e Henrique Rodrigues fossem: ou nadavam na sede do clube com seus treinadores ou estavam fora. Os atletas escolheram o centro de treinamento projetado por César Cielo e buscaram outro clube para competir. (Schultz e Rodrigues não fazem mais parte do projeto). O Flamengo foi lá e os contratou. Queriam o quê? Que não competissem os campeonatos pelos clubes? Que encontrassem dificuldades financeiras por não ter ninguém que bancassem seus salários?

Mesmo que na Gávea tivesse um excelente Parque Aquático, não seria impedimento para a criação de um grupo fechado de alto rendimento com profissionais exclusivos, tão normal nos EUA. E mesmo que no futuro venha a ter o mais moderno Parque Aquático do Brasil, eles não serão obrigados a treinarem na Gávea, ou a diretoria Rubro Negra terá que tomar a mesma decisão da cúpula do Pinheiros.

Ainda: as últimas contratações do Rubro Negro para essa temporada vão treinar na Gávea. Foi um pedido de Marco Veiga.



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Sei lá, alguns devem pensar que os únicos merecedores do sucesso no esporte olímpico só podem ser o Pinheiros e Minas, claro, se estiverem na disputa dos campeonatos, porque caso contrário, os outros clubes estarão liberados para levarem o título. Questionar se será justo ou não, se por acaso Flamengo ou Corinthians conquistar o Maria Lenk, beira a covardia com os profissionais que lá trabalham e por todo o investimento feito.

Acho que devem também curtir mais uma competição estilo Real e Barcelona, ou Pinheiros e Minas. Esquecem o que a presença de Flamengo e Corinthians podem ocasionar na natação. Seja na mídia, nas escolinhas de cada um, na disputa da categoria adulta, criando uma rivalidade saudável.

Saudável dentro das piscinas, são colegas de seleção, e fora também, para não chegarem à rivalidade louca e sem escrúpulos de Flamengo e Vasco em 1999, 2000 e 2001.

E que o projeto do Parque Aquático Fadel Fadel saía finalmente do papel. Para a enorme turma que nadará na Gávea esse ano encontre uma estrutura razoável, e se porventura, o Pro-2016 quiser fazer uma série de treinamentos por lá.

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