A página pra escrever o post no blog foi aberta diversas vezes desde quarta-feira à noite. Finalmente hoje saiu alguma coisa sobre a eliminação do Flamengo na Libertadores:
Erros individuais, dez gols sofridos, falta de substituto para o Elias, aposta em Muralha, Recife e Feijão como opções na posição, contusões, jogadores importantes do ano passado que não rendem mais e algumas opções do Jayme que não se justificam.
Antes do primeiro jogo da Libertadores escrevi aqui:
Vejo um time ainda criança para enfrentar uma pressão, bola na área, o inferno todo peculiar desses jogos.
O Flamengo terá que conquistar ao longo da competição essas características, exatamente como foi durante a Copa do Brasil. Um time desacreditado e sem força, mas que virou praticamente imbatível durante o mata-mata.
Vamos ver qual será o espírito do time na estreia. Se será um time de pegada, de raça, de muita marcação e velocidade no ataque, ou que aceita ser dominado como foi contra o Fluminense.
Não via um Flamengo com um elenco fraco, mas ainda era um time em formação. Jayme nunca conseguiu armar seu time ideal - pelos jogadores que não rendiam, pelas opções que tinha, foi rodando o banco. O que salvava o Flamengo era a força do seu elenco e dos vários jogadores que decidiam os jogos.
Mas tinha uma equipe suficiente para passar da fase de grupos e tentar envergar o varal com a força de sua camisa e a possibilidade de contar com o Márcio Araújo e especialmente o Luiz Antônio. Como foi na Copa do Brasil: o time ganhava confiança a cada fase e chegou praticamente imbatível na reta final da competição.
Não deu. Pode marcar aí no seu bingo da eliminação: os erros individuais, a montagem do elenco de Pelaipe e Wallim e os graves erros do Jayme.
Destaco alguns:
Cáceres fez muita falta. Ele sozinho foi responsável por 19% de todos os desarmes da equipe no campeonato: 23 no total em apenas três jogos. Sem o paraguaio e não confiando nos seus volantes, (Recife e Feijão apenas viajaram nessa Libertadores), Jayme poderia ter improvisado um experiente Chicão mais adiantado. Já escreve isso aqui.
A demora na substituição do André Santos na partida contra o Bolívar no morro, mesmo vendo ele demorando quase dois minutos para voltar do ataque para a defesa, foi dura de compreender. Escrevi aqui. Demorou demais a colocar o Éverton na esquerda e entrar com o Alecsandro. Quando o fez, quase empatou a partida, porém era tarde demais.
Contra o Emelec fora de casa Jayme não contou com seus três laterais. E foi um dos jogos mais seguros da equipe. Jogando de forma solidária e consciente das fraquezas da equipe, Wellinton foi escalado na direita e, enquanto teve perna foi bem, e na direita um batalhão de assessores para proteger o João Paulo.
O discurso era de que o time havia aprendido a jogar a Libertadores. Foi um Flamengo totalmente vibrante com espírito diferente. Escrevi aqui.
Pois é. O que vimos na quarta-feira foi um baile tático contra um Jayme que errou em escalar Léo Moura, André Santos e Elano juntos, sem Lucas Mugni no banco e nenhum outro meia. Foi incrível a forma do León jogar: praticamente não errava passes, pegava todos os rebotes e com inúmeras tabelinhas desmoronava a defesa Rubro Negra. Era Samir, Wallace e Amaral contra o ataque mexicano. A diferença tática foi gritante!
O começo do jogo já deu ideia de que era um estranho Flamengo, que se quer exerceu a tradicional pressão inicial do time que joga em casa e precisava vencer. O restante do jogo foi um time apático, que não respondia aos apelos da torcida de que ainda dava para vencer.
Não, ainda não aprenderam como se joga uma Libertadores. Nem os jogadores, nem o treinador e nem os diretores Rubro Negros.
Aliás, o curioso: a Gávea já viveu crises graves em tempos de Libertadores. Em 2012 presenciou tempos tenebrosos de salários atrasados e foi eliminado na primeira fase, veja aqui. Neste ano resolveram até pagar antecipado e criaram um clima bom de trabalho, mesmo assim não conseguiram fazer o time jogar decentemente essa competição.