quinta-feira, 11 de julho de 2019

Copa do Brasil 2019 - Quartas de finais: Athletico 1 x 1 Flamengo


A estreia de Jorge Jesus não poderia ter sido em piores condições: Athletico-PR, fora de casa, no gramado sintético e super veloz, com os atletas tendo que assimilar uma nova forma de atuar após 20 dias de trabalho.

Do outro lado uma equipe inegavelmente bem treinada há pelo menos um ano, que utiliza bastante seu estádio para propor um jogo absurdo de verticalidade e velocidade e que, com seus titulares e jogando em Curitiba, venceu todas as partidas que disputou no ano.

O resultado foram as 17 finalizações, com três gols e um pênalti corretamente anulados: um forte domínio.

Ninguém em sã consciência poderia esperar uma atuação perfeita do Flamengo em 20 dias de trabalho de Jorge Jesus, principalmente porque não pôde contar com os principais jogadores por todo esse período: com Arrascaeta treinou dez dias, Éverton Ribeiro cinco dias de trabalho, Cuellar - uma das peças chaves desse esquema, esteve à disposição apenas sete dias.

No entanto, o mínimo que se esperava era alguma coerência dentro de campo no que era proposto. Mesmo com falhas e defeitos que precisam ser corrigidos, era necessário uma sinalização por Jorge Jesus. E teve.

Fica claro a formação com a linha alta de marcação e o encaixe de dois meias na linha de defesa, alinhando seis jogadores. O sucesso desse sistema, no entanto, depende principalmente dessa linha ofensiva, que precisa ser ajustada, demonstrar mais agressividade e não ser ultrapassada com tanta facilidade.

Um dos problemas foi que, mesmo com a linha defensiva tendo seis jogadores, ainda assim houve bolas nas costas do Rodinei. Nesse sistema "sem sobra", não pode haver esse tipo de falha.

O ponto positivo: encurtaram o campo e forçaram pelo menos três impedimentos do adversário. A sincronia foi surpreendentemente perfeita. Com o VAR, não tem chance da arbitragem deixar escapar.

O primeiro tempo foi de clara tentativa de ajuste desse posicionamento em meio a uma partida eliminatória. Nos primeiros 20 minutos o Flamengo se portou bem. No entanto, no restante, o CAP conseguiu transpassar essa marcação com bolas longas e levou perigo ao gol de Diego Alves. Foram boas as oportunidades de gol.

Em termos ofensivos, o Flamengo foi praticamente nulo. Sem Diego e Éverton Ribeiro, Arrascaeta deveria ser o meia de inteligência, porém, ficou preso na marcação e praticamente não chegou ao ataque com condições de saber o que mais sabe: o passe vertical, que mata a defesa.

Na volta do segundo tempo, o uruguaio apareceu onde deve atuar e deu passe açucarado para Gabigol, que desperdiçou uma chance incrível. Em seguida, um troco bem levado: gol do CAP.

Era esperado então um Flamengo ainda mais recuado e receoso de sair pro jogo. Literalmente fechar a casinha.

Porém Jorge Jesus resolveu partir pro ataque e tirou seu único volante de ofício e colocou Arão nessa posição. Entraram Diego e Everton Ribeiro e saíram Cuellar e Vitinho. Antes mesmo desse time ganhar minutos, o gol de empate saiu, em jogada individual de Gabigol, após passe de lateral perfeito de Renê, e o Flamengo, então, viveu seu melhor momento na partida com força no meio de campo.

Virou uma partida de franco-atiradores. O Flamengo teve a chance da virada, o CAP também era perigoso e chegava sempre forte na verticalidade.

Aos 36 minutos Jesus tira Bruno Henrique e volta com um volante de marcação: Pires. E a partir daí o adversário não chegou mais.

Rodrigo Caio foi novamente monstruoso, terminando com 11 cortes e 6 duelos ganhos em 9.

A perspectiva era a pior possível. O risco de deixar Curitiba eliminado era bastante real. O resultado, no entanto, foi excepcional para a partida de volta no Maracanã.

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