sábado, 18 de novembro de 2017

Lomba, vice-presidente de futebol, sobe o tom contra a péssima fase do Flamengo. E porque o Corinthians não é campeão brasileiro por acaso

O vice-presidente Ricardo Lomba chegou com a missão de substituir o presidente Bandeira na vice-presidência de futebol.

De início, concedeu uma entrevista ao Globo Esporte, no qual acreditava que o time poderia terminar bem o ano e que o clube tinha elenco pra brigar lá em cima no Brasileiro

Bastou pouco mais de um mês no cargo para perder as estribeiras com o elenco e a diretoria que o rodeia.

Em entrevista ao UOL nesse sábado, Lomba subiu o tom. Ao contrário do Mozer, por exemplo, afirmou que o resultado está aquém do esperado. Que não será manipulado, que se não tiver autonomia vai deixar o cargo e que não dá para ficar na pasmaceira atual.

Enquanto isso, surgem notícias aqui e ali de um possível boicote ao trabalho do Rueda. Panela sempre teve e terá em todo lugar. O problema é a cultura permissiva que o Flamengo criou. O ambiente não é de submissão e autoridade. Hoje, o jogador se cria, coloca as asinhas de fora e ninguém mais consegue cortar. Falta um Pelaipe pra comandar esse vestiário. Falta uma autoridade com pulso forte. Quem sabe o Lomba possa ser esse cara.

Rueda já vem soltando o verbo há tempos, desde aquele empate medíocre contra a Chapecoense pela partida de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Demonstra a cada coletiva irritação com a atuação dos jogadores.

No entanto, teria mais confiança no trabalho do treinador se tivesse feito o time jogar e se deixasse de escalar jogadores que são amigos do fracasso. Hoje, em nível de organização, a equipe regrediu. Não tem uma característica visível: marcação pressão, defesa segura, saída de bola, triangulação. Nada disso.

O problema é saber se Rueda não conseguiu encaixar seu estilo de jogo, suas filosofias, por falta de confiança e entrega dos jogadores ou porque não tem conseguido repassar isso ao elenco.

São inúmeros os questionamentos.


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O Corinthians campeão brasileiro não tem uma folha salarial modesta, como alguns afirmam. Porém, o que mais impressiona é o modelo de jogo implantado pelo Tite que vem sendo repassado ano após ano, não importando se o elenco muda ou se o treinador é outro.

CARILLE

Carille é fruto desse modelo. Não caiu de para-quedas. À época era auxiliar de Tite, responsável pelo treinamento defensivo e fazia trabalhos individuais com Arana, em cima das deficiências do jogador. Hoje, o atleta virou o melhor lateral esquerdo do país.

Outro exemplo é o zagueiro Felipe, hoje no Porto. Em entrevista à ESPN, o jogador afirmou que Carille o treinava de forma separada após os treinos: "toda vez que terminava um treino, ele pegava os zagueiros para trabalhar com ele. Ele era o responsável pelos zagueiros. Isso me ajudou em tudo. Correções de cabeceio, direção para onde jogar, movimento técnico para tirar uma bola e não ir para trás, sair jogando de um jeito correto, ter escolhas corretas durante o jogo. Ele sempre teve essa paciência e me ajudava. Toda vez que pedia para fazer um treino à parte, ele falava que sim. Ele teve um papel fundamental na minha carreira".

Hoje, qual o modelo de jogo do Flamengo? Qual filosofia buscam? Qual assistente está sendo treinado para cumprir esse papel? Qual o papel de Jayme na comissão técnica e porque está lá até hoje?

Há quantos anos o time joga da mesma forma? Com jogadores abertos, com laterais que sobem, sem marcação avançada, muito toque de bola, pouca agressividade e um atacante que não tem cacoete de artilheiro. O que estão fazendo para mudar esse mono-esquema em 2018? Esse jeito insuportável do Flamengo de jogar.

CENTRO DE INTELIGÊNCIA

Muito se fala em centro de inteligência para contratação de jogador. No Flamengo ainda é um mistério sobre a forma de funcionar.

No Corinthians o centro de inteligência serve para contratar reforços e montar tática jogo após jogo.

O clube paulista usa uma câmera tática que fica na cobertura do estádio, controlada por controle remoto, cujo objetivo é ver os espaços que podem ser explorados. Com essas imagens, são criados bancos de dados jogo após jogo. Tudo acontece em tempo real. Antes do segundo tempo, no vestiário, os vídeos feitos por essa câmera ficam à disposição do Carille e da comissão técnica.

VÍDEOS PARA OS JOGADORES

Antes e depois dos jogos são enviados aos jogadores vídeos curtos por whatsApp de adversários que vão cair no setor deles, com duração de pouco mais de dois minutos. E, no dia seguinte às partidas, é encaminhado um vídeo detalhando como foi a participação do atleta na partida.

Por vezes, Carille e seus auxiliares separam lances e chamam um jogador para uma sala para correção. Ou até mesmo conversam com todos os jogadores de um setor.

As filmagens acontecem também nos jogos da base e o banco de dados são unificados com o profissional.

CONTRATAÇÃO DE JOGADORES

Na hora da contratação, o Centro de Inteligência faz observação das séries inferiores, estaduais e campeonatos sul-americanos e também recebe indicações da comissão técnica e da diretoria.

Mas os profissionais do Centro de Inteligência não indicam o jogador que tem que ser contratado. Se procuram um lateral, por exemplo, listam as qualidades, força, técnica, se gosta de jogo apoiado, e dentro do modelo de jogo já estabelecido no Corinthians, a comissão e diretoria escolhem dentro que pensam para a equipe.

Antes de trazer um reforço, cada analista faz, separadamente, seus relatórios e análises. Depois todos se reúnem e veem se a análise individual de cada um tem sintonia. Caso positivo pela maioria dos profissionais, a comissão e diretoria aprova a contratação.

E no Flamengo? Quem são os analistas? Quem bate o martelo? Alguém já viu Rodrigo Caetano discutir tática?

Não são campeões por acaso.

2 comentários:

José Roberto disse...

André,
em qualquer local de trabalho, em qualquer profissão, ambiente é tudo.

Há um mês mais ou menos, eu vi uma entrevista de Carille com dois membros da comissão técnica do Corínthians.

Perguntaram para ele qual o segredo do sucesso do Clube nos últimos anos.

Ele não respondeu nada disso do que está escrito acima.

Ele disse o seguinte: "depois que o Corínthians construiu o CT, os dirigentes passaram a ficar longe do futebol e nós, jogadores e comissão técnica, temos privacidade para trabalhar. Esse é o segredo do nosso sucesso."

Simples, né?

Agora, vai dizer para o bandeira largar o osso, arrumar alguma coisa para fazer e não voltar mais a frequentar o CT do Flamengo.

Aí ele vai dizer que vai ficar chateadinho, pois se aposentou, vai dizer que ficar na Gávea é chato e que na casa dele ninguém aguenta ele.

Pois é. Será que os membros do Conselho do Flamengo podem retirar esse e qualquer outro parasita dirigente do CT de jogadores profissionais para que estes possam ter privacidade, possam encaixar o time, lavar a roupa suja sem pirú de fora atrapalhando, para sermos campeões?

Ou vamos satisfazer os caprichos de um sujeitinho aposentado que não tem lugar no Clube e deixar ele continuar prejudicando todo o Clube, importunando os profissionais no local de trabalho deles, o CT?

A gente já explicou tudo isso durante o ano todo.

E esses mortos vivos, conselheiros, não tiraram ele desse "cargo fantasia" do qual ele sorrateiramente se apossou, sem ninguém reclamar. O resultado está aí com o desempenho pífio do nosso super elenco.

Unknown disse...

Jose roberto, isso é papo furado p resposta ficar bonitinha. A diferença deles é o trabalho q é feito, sim!!!!
Ambiente ajuda, mas n faz um time ser campeão.