Ainda longe do ideal, pólo Rubro Negro fortalece sua base para pensar no futuro

Apesar do orçamento reduzido e do esporte ser tratado praticamente como amador, o Flamengo conseguiu grandes resultados nessa temporada. E olha que a competição regional e nacional foi "desigual": contra um Sesi e um Fluminense, respectivamente, que tratam e investem no pólo aquático de maneira profissional.

A força do Flamengo é na excelente base formada, que é reforçada por jovens promessas de um projeto social. Nesse ano o Clube foi campeão brasileiro no 96, vice no 98 e 94, faltando apenas a disputa do 99. No estadual foi campeões em todas as categorias, menos adulto.Quem sabe no futuro o Clube não consiga um patrocinador para segurar seus jogadores até a categoria principal?

Cada vez que se toma conhecimento da história desses atletas só aumenta o respeito. São verdadeiros heróis do esporte. Confira um papo que tive com Rafael Hall, treinador das categorias de base de pólo-aquático masculino.


1) O pólo masculino do Flamengo não é forte no adulto, mas tem demonstrando grande força nas categorias de base. Em quanto tempo o adulto pode pensar em título como é hoje no feminino?

Pode pensar a partir do ano que vem, só contratar jogadores com ajuda de custo de R$ 2 mil. Precisaríamos de dez atletas ganhando esse valor em média.


2) Como funciona a estrutura da base para o pólo? Hoje ainda é complicado segurar os talentos para o Sesi, por exemplo?

Para o Sesi nem tanto, pois o menino teria que se mudar para São Paulo. Hoje a grande maioria tem condição financeira para permanecer no Rio, mas talvez para o Fluminense, pois possui um forte patrocinador e todos os atletas ganham, inclusive meninos de 14 anos.

Em relação a nossa base, provamos que não devemos nada a ninguém, temos um projeto social da Patrícia Amorim que nos abastece de atletas, possuímos espaço adequado, iluminação, piscineiro que colaboram com o pólo, material de treinos e uniformes. Mas claro que ainda é muito pouco, acreditamos que cada ano possa melhorar em algo mais, como bolsa de estudo e transporte para todos e possível ajuda de custo, principalmente para os meninos oriundos de projetos sociais. São esses que acredito que nos trarão alegrias.


3) Quem você aponta como o grande destaque, a grande promessa da base Rubro Negra?

Os irmãos Stelet, filhos da Rachel Finizola ex-atleta de natação rubro negra.


4) Qual o balanço que você faz do pólo do Flamengo nesse ano?

O Flamengo provavelmente se tornará no final do ano como o grande vencedor do pólo no Brasil, ganharemos a Taça eficiência. Fomos a todas as finais de brasileiros, tirando a categoria adulta, tanto no masculino quanto no feminino. E fomos campeões estaduais em todas as categorias, menos no adulto.


5) Grande parte da base é amadora, joga por amor ao esporte e ao Flamengo. Existe em futuro breve tornar o pólo profissional?

Essa pergunta está na mão dos responsáveis pelo Flamengo.


6) Recentemente o Sesi inaugurou a primeira piscina exclusiva para o pólo-aquático. Qual a explicação para a CBDA nunca ter se preocupado com isso?

Falta de interesse.


7) O Flamengo não poderia reivindicar a Confederação, que sempre pede a piscina do Clube emprestada para seus campeonatos, uma reforma, uma ajuda?

Acho que entre a Patrícia e o presidente da Confederação existe uma troca de favores, qual é, eu não sei. Pois a CBDA usa e abusa do espaço, deve haver algo em troca, acredito.


8) O que o Clube ajuda os atletas do pólo? Além dos uniformes, viagens? Existe alguma ajuda de custo?

O Clube só paga viagens do júnior e adulto e contribuí com o ônibus nas demais viagens. O pólo recebe em torno de R$ 5 mil para ser dividido de acordo como o diretor e a coordenação acha melhor.