quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Em nova partilha da receita de televisão para 2019, Flamengo terá grande vantagem no PPV

Contra o risco de uma suposta espanholização no futebol brasileiro entre Flamengo e Corinthians, os clubes brasileiros brigaram e conseguiram a partilha da grana da televisão pelo modelo inglês, ou seja: 40% da receita igual para todos, 30% por posição na classificação e 30% por exibição, que já começa a valer para 2019.

No primeiro momento, todos os clubes terão direito a R$ 22 milhões, o que representa 40% do montante do ano dividido de forma igualitária. No entanto, 75% do valor será pago entre janeiro e junho e 25% entre julho e dezembro, de forma mensal.

A parcela de audiência (30%) será paga entre maio e dezembro. Por fim, os 30% referentes ao desempenho serão pagos em dezembro, ao final do campeonato.

No entanto, o Flamengo seguirá na liderança e aumentará sua vantagem em relação aos rivais.

Isso porque, no novo contrato com a TV Globo para 2019 a 2024, os clubes conseguiram a oportunidade de negociar, de forma inédita, a venda da placa no estádio, transmissão internacional e transmissão via internet

Só que Flamengo e Corinthians negociaram de forma individual a venda da publicidade estática e conseguiram R$ 12 milhões por ano, enquanto o restante aceitou a intermediação da CBF e vão levar apenas R$ 5,5 milhões.

Ainda estão em negociação para a venda da transmissão internacional, restando, por último, a implementação da transmissão via internet, um espaço praticamente sem exploração dos clubes.

A grande vantagem, no entanto, especialmente do Rubro Negro, será no pay-per-view. Serão distribuídos R$ 650 milhões, tendo os dois clubes garantidos um percentual mínimo de pelo menos 18,5%, ou seja: R$ 120 milhões. Ademais, houve mudança de pesquisa do PFC, que deixará de contar apenas os torcedores das capitais e passará a ter uma pesquisa em todas as cidades.

Na projeção realizada pela Ernest & Young, caso conquiste o título brasileiro em 2019, o Flamengo levaria cerca de R$ 300 milhões - R$ 130 milhões a mais do que recebe atualmente.

Para 2019, o Flamengo ainda terá direito a luvas de R$ 30 milhões. Em 2020 o valor será de R$ 20 milhões. Na assinatura do contrato, em 2016, o clube recebeu R$ 70 milhões, totalizando R$ 120 milhões. Nesse ponto, vale destacar a postura do atual presidente, Bandeira de Mello, em não receber esse valor todo de um vez, separando pelo menos R$ 50 milhões para o novo mandatário.

Na ânsia por uma equidade na distribuição da receita da televisão, os clubes trocaram um valor garantido anual, não importando a colocação e número de transmissão, por uma receita incerta: uma parte do dinheiro entrará apenas no segundo semestre e outra apenas em dezembro, dependendo da classificação final.

Os clubes que não se planejaram terão dificuldade para administrar as finanças no primeiro semestre, principalmente aqueles mais dependentes da grana da televisão e que usavam essa receita fixa e certa para conseguirem empréstimos bancários, visando fluxo de caixa para contratações.

Outro ponto importante: ninguém poderá abandonar o Brasileiro para disputar as Copas, como fizeram Cruzeiro e Palmeiras e até certo ponto o próprio Flamengo. A classificação final e o interesse da televisão por exibir os jogos dos times com chance de títulos, farão a diferença também em termos financeiros, além do esportivo.

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