Geralmente o vice-campeão de um campeonato por pontos corridos, que perdeu o título na penúltima rodada, seria normal dizer que "perdeu por detalhes".
Mas foram tantos erros esse ano, tantos acúmulos de má gestão, de tanta letargia para corrigir os equívocos, que esse vice-campeonato do Flamengo não pode mascarar o que foi 2018, desde a saída de Reinaldo Rueda até a venda de Lucas Paquetá faltando dez rodadas pro fim do campeonato.
A história conta que Palmeiras estava oito pontos do Rubro Negro quando então demitiram o Roger Carvalho, mesmo após conquistar a melhor campanha da primeira fase da Copa Libertadores. Enquanto isso, o Flamengo passou o mês de agosto todo sofrendo uma sequência maluca de jogos decisivos e eliminatórios disputados com time titular, e Maurício Barbieri só foi demitido no final de setembro, após ser eliminado pelo Corinthians da Copa do Brasil.
A história também vai contar que o time da Gávea começou e vai terminar jogando bem o Brasileiro. Problema foi o miolo do campeonato e a demora absurda para mudar o comando do futebol.
Dorival chegou e fez milagre. Foram 11 jogos com sete vitórias, três empates e apenas uma derrota, aproveitamento de 72,7%. Com oito jogos sem sofrer gol.
Merece observação que teve várias semanas livres para treinar, ao contrário de Barbieri, em que pese o longo intervalo da Copa do Mundo (destacando que os reforços só chegaram depois). Na sequência de agosto, quando precisava de todos os titulares jogando com um nível alto de intensidade para o estilo de jogo proposto pelo ex-treinador, não conseguiu.
Nesse domingo, a equipe voltou a vencer o Cruzeiro no Mineirão em boa partida no geral, com destaque para a grande atuação individual de Éverton Ribeiro, que passou uns jogos apagado, mas marcou dois belos gols.
O Flamengo deve terminar ganhando as últimas cinco partidas do Brasileiro, o concorrente do título que teria a tabela mais difícil, e mesmo assim não será campeão. A equipe também conseguiu sua maior pontuação na história do Brasileiro de pontos corridos, o que é absolutamente irrelevante nesse momento.
A limpa tem que ser geral, ampla e irrestrita. O clube precisa de vencedores. Não dá mais pra continuar apostando em dirigente que veio da base e treinador promissor. Esse tempo já passou, não deram suporte nenhum e o Flamengo, que vai encerrar cinco anos sem um título, precisa levantar taças.
Nesse período, Palmeiras empatou em seis títulos brasileiros, Corinthians ultrapassou ano passado e São Paulo já tinha igualado na década passada.
É preciso reagir!
Um comentário:
Enquanto esse campeonato por turno e returno for pontos corridos, acho impossível o Flamengo ser campeão, tanto que de 2003 pra cá ganhou uma única vez e em circunstâncias especiais tipo arrancada, grande jogadores nos últimos suspiros, os principais adversários entrando em crise, combinação que não dá pra ficar esperando que ocorram novamente.
Não vejo nos discursos dos candidatos à presidência nada de novo em relação a reestruturação do futebol. Na verdade não vejo nada de novo em nada. Pra mim não mudará nada.
O clube tem que trabalhar mias, ser mais competitivo em todos os sentidos, tem que aprender a fazer as coisas acontecerem por esforço e não só por dinheiro.
Essa turma do Bandeira poderia ter contado com o triplo dos recursos financeiros que ainda assim não ganhariam nada importante, que exige um nível técnico considerável.
Se o campeonato voltasse a ter fase eliminatória aí eu acreditaria.
Postar um comentário