quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Lucas Paquetá: Dirigentes do Flamengo tentam justificar o que não tem explicação


Em meio ao turbilhão eleitoral que se aproxima da Gávea, uma comitiva de dirigentes do Flamengo precisou vir à público na manhã dessa quarta-feira para esclarecer diversas questões sobre a venda de Lucas Paquetá ao Milan.

No entanto, nenhuma explicação foi suficientemente segura para convencer de que a negociação foi o melhor dos mundos para o clube.

Afinal, uma venda fechada em pleno outubro, com a janela de transferência encerrada, abaixo da multa e tendo, conforme o próprio Bruno Spindel confessou, pelo menos dez clubes demonstrando interesse, não pode considerada positiva.

O término do contrato do jogador era dezembro de 2020. Ou seja, não tem sentido dizer que Paquetá poderia sair de graça se não vendesse agora.

O atual vice de futebol Ricardo Lomba afirma que, ao vender nesse momento, o futebol teria tempo suficiente para se planejar e contratar um substituto para já treinar na pré-temporada. O histórico dessa gestão nesse nível de planejamento é amplamente negativo. Basta lembrar que Vinicius Jr já estava vendido há tempos e Vitinho só chegou depois do longo intervalo da Copa do Mundo.

Longe de querer ser o portador da verdade, mas passa muita a impressão de que foi uma venda feita às pressas para fechar o caixa do ano. No mundo real, os dirigentes dificultam ao máximo a saída de seus jogadores, não aceitam parcelamentos no pagamento, usam e abusam do leilão para obter a maior proposta quando há muitos interessados, e são negociados justamente na janela para aumentar a concorrência. Qual a chance do Paquetá ser valorizado ao final da temporada com o título brasileiro no bolso ou diversos prêmios individuais que deverá receber? Qual sentido de fechar uma negociação faltando menos de dez rodadas para o fim do Brasileiro? Sem contar o fato de ter eleições no final do ano.

Não tem justificativa ainda um dirigente do Flamengo viajar até Milão para fechar negócio do seu principal talento, titular absoluto, com o título brasileiro novamente palpável.

Após anos de corte de gastos, times precários e reforços apenas por empréstimos para, enfim, ser um clube financeiramente saudável, se esperava um Rubro Negro mais forte para segurar ao máximo seus grandes talentos, e não aceitar a primeira investida.

Vejam o exemplo do Dudu do Palmeiras. Foram recusados duas propostas pelo atleta. E não adianta o jogador ficar chateado ou triste. Lá, quem manda são os dirigentes.

No Flamengo as coisas são fáceis demais. Novamente fica evidente o quanto paternalista é essa gestão, quando a vontade do jogador sempre prevalece em detrimento aos interesses do clube.

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