Isso tudo para ficar à disposição da seleção brasileira em dois compromissos inadiáveis: amistoso contra os EUA e El Salvador.
Beira o inacreditável. A CBF, ao mesmo tempo que valoriza a Copa do Brasil ao aumentar a premiação, não tem o mínimo de bom senso para entender o momento da temporada.
O pior: Tite, o principal responsável pela lista, quando era treinador do Corinthians, reclamou em 2016 de convocações da seleção:
Não dá para diferenciar Tite da CBF, pois o mesmo faz parte dessa engrenagem perversa.
Ainda tentou falar de preocupação com os clubes, convocando apenas um jogador de cada. Pura bobagem. Flamengo perdeu Paquetá, Corinthians perdeu o lateral Fagner, que ninguém entende o que ainda faz na seleção. É evidente que o Rubro Negro foi o mais prejudicado.
Depois ninguém sabe porque muitos não suportam a seleção e ficam indiferentes a seus jogos. Ninguém fica feliz em ver seus clubes perdendo seus principais jogadores para alimentar amistosos patéticos agendados pela CBF.
Lembrando que outubro tem outra convocação com data-FIFA e vem mais desfalques por aí.
Flamengo e Cruzeiro, que perdeu Dedé, protestaram. Ambos, curiosamente, vão enfrentar paulistas na semifinal da Copa do Brasil. Sendo que nenhum palmeirense foi chamado. Muito menos o líder com um ponto na frente, São Paulo, também terá desfalque por culpa da seleção.
O Rubro Negro buscará de todas as formas ter o Paquetá nesse jogo. A CBF, por outro lado, já afirmou que não vai liberar nenhum atleta antes do segundo amistoso - contra El Salvador e muito menos adiar a semifinal da Copa do Brasil.
Caso não tenha mudança, o clube terá que fretar um voo para Paquetá entrar em campo no dia seguinte, contra o Corinthians. O que não adiantaria muito pois, se Paquetá for titular, chegaria esgotado fisicamente e dificilmente conseguiria estar em campo 100% um dia depois.
O grande problema, que nunca será resolvido, se chama calendário do futebol brasileiro. E não dá pra colocar tudo na conta dos clubes. O Flamengo, por exemplo, todo ano arruma briga contra a FERJ e não votou no atual presidente da CBF. Para eleger um presidente da Confederação precisa, antes, ter o apoio de oito federações para indicar um candidato.
Para manter o jogo político, os estaduais vão se manter extensos e ocupando um número de datas significativas do calendário para que as Federações continuem votando nos mesmos que estão à frente do futebol brasileiro.
Toda essa estrutura arcaica vai pendurar por muito tempo. Tite, que já esteve do outro lado e sabe o que é perder jogadores importantes, poderia simplesmente não ter convocado ninguém dos clubes semifinalistas da Copa do Brasil. Ou dispensar após o jogo dos EUA, para diminuir o estrago. Mas não, manteve a engrenagem da CBF, de esmagar os clubes ativa e atuante, tudo para cumprir amistosos caça-niqueis e encher o bolso da cartolagem.
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