Confira coluna de Rodolfo Landim, anunciado como vice-presidente de patrimônio do Flamengo, no jornal Folha de São Paulo. Ele escreve às sextas, a cada duas semanas, na versão impressa de "Mercado".
Ele e Alexandre Wrobel podem formar uma dupla de respeito! Torço para que aconteça a parceria.
"Ao longo de minha vida, tive a felicidade de poder participar de algumas
experiências inesquecíveis nas quais, depois de muito planejamento,
trabalho árduo e conhecimento aplicado, o objetivo foi alcançado.
Porém, apesar de nem sempre tão visíveis, é importante destacar que
outros fatores críticos de sucesso sempre estiveram presentes e
provavelmente tenham sido os mais determinantes: a clara visão inicial
de onde e como se queria chegar ao objetivo, a atuação harmônica em
equipe e a conquista mais do que da razão, do coração dos envolvidos. E
tudo em um ambiente de gestão profissional e com mecanismos de incentivo
corretos.
O que os jornais anunciaram no início desta semana foi exatamente o
coroamento da primeira etapa de uma história de sucesso que se desenha,
baseada nos mesmos princípios, mostrando também o quão mobilizadora pode
ser a busca de um ideal coletivo.
Em junho, após mais um dissabor de fim de semana, alguns poucos
flamenguistas fanáticos, todos desde sempre assíduos frequentadores das
arquibancadas dos estádios de futebol e profissionalmente bem-sucedidos
em suas carreiras empresariais, resolveram se encontrar em uma pizzaria
no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
O tema da conversa era a indignação geral de ver o clube querido, paixão
que unia todos os presentes, em situação totalmente incompatível com o
que seria de esperar de uma agremiação amada por 40 milhões de
brasileiros. E, pior, sem haver à vista nenhuma expectativa de melhoria
para o quadro tanto no curto como no longo prazo.
O baixo aproveitamento do potencial gerador de riqueza e por
consequência de bons resultados para o clube parecia evidente,
principalmente levando em conta que os torcedores são um público
absolutamente fiel à marca.
Além disso, via-se na mídia quase tantas notícias sobre personalidades
ligadas ao Flamengo nas páginas das "colunas sociais" e até mesmo
policiais quanto nas dedicadas ao esporte, explicando, pelo menos em
parte, a razão desse quadro geral.
O diagnóstico era claro. Precisava haver o resgate da credibilidade e da
imagem do clube, a começar pela reformulação do seu processo de gestão.
Era necessário profissionalizar os quadros administrativos, criar
planos de ação emergenciais, estabelecer metas e modificar as
expectativas quanto aos resultados futuros sob o risco de perder o bonde
da história e ver o seu maior patrimônio, a fanática e devotada
torcida, definhar com o tempo. Mas como fazer as mudanças?
A princípio, pareciam existir barreiras intransponíveis, já que nenhum
dos envolvidos sequer conhecia o estatuto ou tinha qualquer envolvimento
político no clube. Mas mesmo assim o projeto foi lançado e rapidamente
começou a obter inúmeras e importantes adesões, inclusive do ídolo
máximo do clube, Zico. A ideia espalhou-se como uma verdadeira epidemia
do bem em que os contaminados multiplicaram esforços conectados por uma
rede de esperança e fé que não poderia ter outro fim que uma vitória
majoritária consagradora.
Passados apenas alguns dias das eleições do Flamengo, o clube já é
outro. É certo que os problemas que existiam continuam por lá. Porém
hoje há uma grande equipe de profissionais de sucesso comprometidos e
dispostos a doar seu tempo e experiência para solucioná-los, uma enorme
equipe de voluntários querendo contribuir para reerguer o clube e a
certeza de todos de que o gigante que se mostrava adormecido acordou.
A responsabilidade que recai sobre esse grupo de profissionais é ainda
maior pela natural visibilidade que o Flamengo tem como clube de maior
torcida no país e o natural efeito multiplicador que o sucesso da adoção
de um modelo de gestão como o que se vislumbra poderá trazer para a
melhoria do futebol como negócio no Brasil.
Será também uma boa oportunidade para provar aos incrédulos que gestão
profissional e futebol são miscíveis, aliás, como já vem sendo praticado
há quase duas décadas em outros países do mundo.
Quem viver, verá..."
Um comentário:
Flamengo precisa atingir seu torcedor que mora fora do RJ e fora do Brasil. Um programa abrangente, fará o Fla arrecadar quantias inimagináveis, e daria alegria real a sua imensa nação.
Pensei que jamais viveria esse sonho, de ver o Fla guiado por profissionais sérios, qualificados, do meio empresarial. A força da marca Flamengo sairá do papel.
Postar um comentário