quinta-feira, 20 de novembro de 2014

FERJ parte para o ataque. Flamengo se apresentou muito mal para essa guerra


É verdade que as reuniões da FERJ devem ser uma farra, com pauta pré-definida, com a presença de todos os clubes, inclusive os da Liga Amadora, e todos praticamente com o mesmo peso no voto, mas a ausência do presidente do Flamengo nas reuniões da Federação para discutir o formato do Estadual de 2016 a 2020 foi um grande equívoco.

Embora Eduardo Bandeira de Mello tenha apresentado a versão, hoje, ao jornal O Globo, de que houve reunião com os quatro grandes, a Federação e a TV e que nesse encontro foram apresentadas as propostas, especialmente para se ter um campeonato menor.

E, ainda, que fora apresentado um documento propondo mudanças mais profundas do que os temas discutidos nos fóruns, como mudança de gestão e de governança.

Entretanto, nesses encontros, essa era a chance de bater de frente com Rubens Lopes que dominou a fala e partiu para o que ataque contra os grandes clubes, exceção do Vasco, agora com Eurico Miranda, e do Botafogo, na reunião de ontem. Falou por quase três horas. Alguém o interpelou?

Como uma das retaliações, a FERJ determinou que poderão inscrever apenas 28 atletas, sendo três goleiros. Antigamente era ilimitado. Com isso, impede os clubes de inscreverem atletas das categorias de base e assim não "desprestigiar o campeonato", na visão da Federação.

Querem ainda multar os dirigentes que reclamarem e "desprestigiarem" o campeonato. Sim, é inacreditável que a principal instituição de futebol do Estado trate seus principais parceiros nesse nível de negociação.

Relembrando as façanhas da Federação:

- Em 2013 a FERJ foi a líder em receita no Campeonato Carioca enquanto os clubes pagaram para jogar.

- Em 2014 a FERJ aumentou a premiação do campeonato, mas fazendo caridade com o chapéu alheio: tirou 10% do valor da cota de televisão de Flamengo e Vasco para engordar o prêmio do campeão carioca.

- Em 2014 a FERJ maquiou os borderôs somando a pífia receita dos jogos com o valor da cota líquida de televisão para "ninguém sair mais no prejuízo".

- Em 2014 a FERJ aprovou o regulamento em que nos confrontos entre grandes x pequenos a renda fica repartida da seguinte forma: vencedor leva 60% e o perdedor 40%. Em caso de empate: 50% para cada. Na Federação Paulista o perdedor não leva absolutamente nada para casa. São os grandes que dominam!

- Em 2014 a FERJ abocanhava 10% da renda. A Federação Paulista leva apenas 5%.

Flamengo, Fluminense e Vasco declararam guerra quando não apoiaram a reeleição de Lopes. Mas se apresentaram muito mal na batalha.

6 comentários:

Allan Fechine disse...

O Flamengo bem que poderia criar um calendário próprio para o período do estadual, no carioca só podem ser inscritos 28? Inscrevam os juniores juntamente com algumas promessas e apostas do elenco principal somados aos que retornam de empréstimo. Assim o Flamengo estaria dando rodagem aos menos experimentados, o que poderia dar bons frutos ao time principal já que não existe uma categoria sub 23 para fazer uma melhor transição dos jogadores da base para o profissional. Quanto ao elenco principal, coloquem pra treinar tática e fisicamente e rodem o Brasil fazendo amistosos nas arenas construídas para a Copa, enchendo estádios onde o Flamengo não costuma frequentar: AC, AL, AP, AM, CE, DF, ES, GO, MA, MT, MS, PA, PB, PI, RN, RO, RR, SE e TO. Seria uma espécie de “Flamengo Brasil Tour”, se bem trabalhado, o Flamengo pode aumentar o número de Sócios Torcedores nesses estados, fazer ações de marketing que chamem a torcida para lotar os estádios e criando situações de grande ganho de bilheteria, aumento na venda de produtos licenciados e maior fidelização dos fãs. Talvez pudesse ser organizado em conjunto com a Adidas que poderia montar uma loja itinerante para os locais dos jogos. Ainda por cima, poderia ser feito de uma forma que não desgastasse tanto o time quanto os excessivos jogos de estadual.

João Duarte disse...

Allan a ideia é boa, mas tem um porém importante: os outros clubes, tanto no Brasil quanto no mundo, estarão disputando torneios oficiais nesse período e não terão datas nem grande interesse em fazer amistosos com o Flamengo.

Pra mim, o CRF deve usar de sua força mercadológica e boicotar o estadual, de preferencia em consonância com ao menos outro grande clube. Os estaduais se tornaram piada pelo país inteiro. Não faz sentido os grandes clubes gastarem 30% do seu calendário anual para jogar com clubes de empresários e fora de divisão. Nunca competiremos com os grandes europeus enquanto subsidiarmos empresários e times sem expressão.

Ao contrário, um estadual anual valendo pela 5ª divisão nacional, seria muito mais importante para esses clubes pequenos e os milhares de jogadores que compõe seus elencos de maio a dezembro e ficam desempregados de janeiro a abril por que os jogadores de empresários tomam seus espaços.

Essa pra mim é a discussão mais cara do futebol brasileiro. Se alguém aí quiser criar um grupo de discussão sobre isso no Whatsapp... Vamos combinar.

João Paulo disse...

Duro é acreditar que a CBF irá contra os estaduais. Contrário. Os cartolas da CBF só estão lá porque levam os votos das federações. E os cartolas das federações só estão lá porque levam os votos dos pequenos.

João Duarte disse...

Sem duvida Ismael, mas você esquece de algo fundamental nessa equação: o poder (e o dinheiro) emana dos clubes grandes. Se os clubes se unirem (essa sim a missão dificil) e se recusarem a jogar estadual ou qualquer competição nos atuais moldes, quem é que vai pagar alguma coisa pelos campeonatos oficiais? A liga "pirata" se torna a oficial de fato.

O problema que no Brasil os clubes somente se unem com metas de curto prazo e de forma abatalhoada.

Nos criamos uma liga independente de alto nivel 5 anos antes dos ingleses fazerem a Premier League. Sabe qual foi a grande diferença entre as duas? A liga de lá aconteceu por união dos clubes contra a incapacidade da FA em gerar um campeonato atrativo e seguro (na década de 80/90 a questão da violencia era a prioridade). Aqui nós criamos a liga independente em 87 para para promover uma grande virada de mesa e salvar Botafogo, Grêmio e Inter (salvo engano meu). Resultado: apesar de todo o sucesso técnico, financeiro e popular, a coisa toda acabou nos tribunais numa disputa bizarra que se arrasta ate hoje no STF (!!!).

João Paulo disse...

Em 87 foi o único e fracassado grito de independência dos grandes clubes. O que aconteceu? Os próprios clubes se traíram. O próprio presidente da liga hoje presidente do São Paulo traiu tudo e a todos. Agora em última instância o Flamengo espera uma virada (no STJ o placar foi 4x1) agora se o Recurso Extraordinário chegar ao plenário do STF são 11 ministros. Quem sabe. Caso o Flamengo não tenha sucesso será jogada uma pá de cal e aí o Aidar leva em definitivo a taça das bolinhas. Ou seja, só de ouvir falar em liga, clube dos 13 me sinto mal.

Anônimo disse...

O mundo da voltas e os problemas mal resolvidos caem no teu colo outra vez. Em 1993 os clubes se rebelaram contra FERJ e. CBF e a FIFA ameaçaram desfilia-los. Em 2002, com o Caixao, tudo se repetiu, agor de novo vemos "noticia repetida". Era previsivel dada a vitoria do Eurico na eleiçao do Vasco.. #ficaadica: onde estiveram no Brasileiro os dois aliados da FERJ (Vasco e Botafogo)? Con quem o Flamengo quer andar? Com esta mentalidade de 2a Divisao ou com clubes financeiramente fortes como Cruzeiro, Sao Paulo, Inter, Gremio e Corinthians, que quase nunca estao fora do Top 6 do Brasileiro? So para pensar...
Abs. Marcel Pereira