terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Flamengo assume suas responsabilidades, mas não encontra respostas para questionamentos

Após a tragédia, o luto deu lugar a diversos questionamentos. O Flamengo ainda teima em não se pronunciar de forma clara e não responder a todos os questionamentos. Talvez porque simplesmente não tenha as respostas necessárias nesse momento.

Nesse ritmo, vai sofrendo toda sorte de acusações e julgamentos, alguns justos, mas a grande maioria precipitados e que demonstram um grande desconhecimento do que vinha e vem sendo o crescimento em termos de estrutura do clube.

De documentação o clube apresentou o Certificado do Conselho Municipal do Direitos da Criança e do Adolescente, vinculado a secretária da Prefeitura e o Certificado de clube formador da CBF. E só!

O Flamengo ainda diz ter oito dos nove documentos necessários para aprovação do novo projeto do CT, restando a do Corpo de Bombeiros, que já estava em fase de regularização. Por esse motivo, o alvará não foi concedido pela prefeitura. Em declaração, afirmou que não foi por esse motivo que o alojamento pegou fogo, mas não demonstrou o porquê.

É fato que o clube se comunica mal. Parece que ainda não entenderam o que está em jogo. E as pancadas estão cada vez mais forte.

Por outro lado, o Rubro Negro tem assumido toda responsabilidade e, em conjunto com a Defensoria Pública, dará o apoio necessários às famílias na questão das indenizações. Nessa manhã de terça-feira receberá uma mega vistoria de todas as autoridades para verificar se o Ninho do Urubu possui condições de permanecer aberto ou não. É um passo importante.

Há muitos pontos que ainda não fecham e outras instituições precisam assumir suas responsabilidades. Em entrevista, o atleta Pablo um dos sobreviventes, contou que a energia ficava indo e voltando e, quando voltou de vez, queimou o ar condicionado. A Light deverá se explicar.

O alojamento é antigo no clube, pelo menos desde 2011, quando servia para descanso do time principal. Os Bombeiros nunca estiveram no CT e não viram o local, que fica logo no início do centro de treinamento?

Da mesma forma os contêiner, que seria feito com material antichamas, mas o mesmo se propagou rapidamente como se fosse plástico. Por qual motivo não tinha saída de emergência? Ou detectores de fumaça? Quem era o responsável por essa estrutura? E olha que poderiam estar 60 crianças no local.

A perícia inicial constatou que houve um curto no sistema de ar condicionado. Segundo o clube, foi realizada manutenção preventiva na semana da tragédia. Nada foi notado de irregular? Quem fez a parte elétrica dos contêineres?

Quais os objetos da 30 multas aplicadas ao clube? Porque não houve a interdição por parte da prefeitura pelo não pagamento ou não cumprimento das obrigações?

São muitas perguntas ainda sem respostas.

O fato é que não existia uma situação precária ou desumana na estrutura do Flamengo. Matéria do Rodrigo Capelo, em seu blog no Globo Esporte, revela que o clube quintuplicou seus investimentos na base.

Segue trecho:

"A consultoria belga Double Pass foi contratada para melhorar a qualidade do treinamento, equipes juvenis passaram a disputar competições internacionais, equipamentos foram comprados para incrementar a preparação física. O dinheiro permitiu melhorias variadas, e a tendência era de contínua melhora, com um orçamento próximo de R$ 23 milhões em 2019"

Os responsáveis deverão ser responsabilidades, todos, mas já podem ser descartados o abandono e a falta de dinheiro por parte do clube.

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