sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Entrevista: Alexandre Dantas, treinador do vôlei feminino do Flamengo


Após duas semanas de intervalo, em virtude da tragédia com os garotos no Ninho, o vôlei do Flamengo voltará as quadras nessa sexta-feira, no ginásio da AABB no Rio de Janeiro, às 16h, para enfrentar o Franca.

Os ingressos custam R$ 20 e podem ser adquiridos on line.

O Rubro Negro está invicto na competição com três vitórias e sem perder nenhum set.

Franca já disputou quatro partidas e venceu apenas uma.

A grande surpresa na rodada passada foi a derrota do então invicto Valinhos para o Maringá por 3 x 0.

O blog entrou em contato com o técnico do Flamengo, Alexandre Dantas, que também é o supervisor das seleções de base da Confederação Brasileira de Vôlei, para uma entrevista.

Confira:

- O Flamengo lidera a Superliga feminina B, ainda sem perder nenhum set. Qual sua avaliação do trabalho realizado até o momento.

Não estou preocupado se está liderando ou deixando de liderar, mas liderando é muito melhor. Também não me preocupa o formato dessa liderança, se é por 3 x 0 ou 3 x 1, e sim pela maneira de atitudes progressivas e de desenvolvimento da postura do time frente aos problemas que têm encontrado. O nosso time carrega sim o peso de ter a grandeza do Flamengo por trás, então foi um peso pra gente estrear, depois um peso estrear em casa, um peso pra estabelecer uma equipe titular. E tudo isso temos superados, ainda que passando por momentos difíceis nos jogos, mas sempre com uma postura agressiva e em cima do discurso que foi implantado aqui dentro, de elevar o sarrafo da preparação para resgatar esse crédito que a gente tem quando precisasse.


- Alguns sets ganhos pela equipe são bastante disputados, com 30 x 28, 26 x 24, 25 x 23. Qual tem sido a estrategia adotada para finalizar os sets apertados?

Não existe uma mágica, mas fico satisfeito que nos momentos dos sets apertados - o que retrata o cenário de grande equilíbrio que eu sempre imaginei, consigamos demonstrar uma grande superação como grupo, como equipe. Cada atleta está conseguindo colocar em prática o que foi trabalhado e que precisaria ser resgatado nos momentos decisivos dos sets. O nosso time, em detrimento de muitos outros com os quais a gente joga, começou o trabalho esse ano, e isso faz muitíssima diferença. Tem times que já disputam essa competição, que conhecem o formato, e jogam com menos responsabilidade que a gente.


- É uma superliga equilibrada, acredita que o Vôlei Valinhos seja o principal adversário do Flamengo? (Essa entrevista foi realizada antes da última rodada)

Sim. Pelos resultados, pela superioridade dos placares contra os mesmos adversários que jogamos. É o principal favorito e o nosso maior adversário. Mas a explicação clara é porque Valinhos já vem entre Superliga A e B mais ou menos umas cinco, seis temporadas, quer queira ou não, isso faz muita diferença, o esquema da cidade, o esquema da equipe, o local em que joga, a equipe em si tem toda uma memória de uma competição, ao contrário do Flamengo onde é tudo novo. Ainda estamos em um estágio inferior, pelo tempo de preparação que temos, por ser um projeto novo, mas vejo completamente possível em um jogo decisivo, vencê-los, porém, espero escapar do Valinhos de uma quarta e semi e encontrá-los na final.


- No site da CBV não estão divulgando, mas quem são os destaques em pontos de ataque, saque, bloqueio, recepção da equipe?

Quanto ao fato das atletas figurarem ou não no ranking de posições de cada fundamento, confesso que tenho trazido como meramente referencial para o trabalho no dia a dia. Até porque tenho rodado com muita gente do banco. Pelo menos onze jogadoras já foram protagonistas nesses três primeiros jogos, então sem nenhum tom clichê, quero dizer que isso pouquíssimo importa para mim nesse momento. Nunca parei e nem vou parar para analisar esse quesito. A equipe está em primeiro lugar.


- O vôlei é um esporte muito tradicional na Gávea. Como tem sido essa expectativa para voltar à elite da modalidade?

A minha expectativa é grande, porque minha entrega foi total, desde que pisei na Gávea. Inicialmente como gestor do vôlei, que acreditava como ninguém mais aqui dentro desse clube que era necessário para o projeto de voleibol do clube ter uma equipe que sistematicamente pudesse disputar uma categoria adulta para servir de espelho. Que, nesse momento, minha expectativa está toda voltada pro grande desafio que me foi imputado de passar para a elite. Quanto ao retorno, eu deixo para a diretoria do clube responder.

Que tem muito orgulho pelo trabalho realizado até o momento, de trabalhar com essa equipe, muita gratidão pelo Flamengo ter apostado em mim para ser o comandante desse barco.

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