quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A expectativa para a estreia na Libertadores: Um Flamengo com mais cara individual do que coletiva


O mês de março chegou e com ele iniciam os principais objetivos da temporada. Logo na terça-feira de carnaval a equipe estará em Oruru, na Bolívia, para estrear na Libertadores contra o San José, a 3.700 m de altitude.

No último jogo preparatório do ano, uma vitória contra a Portuguesa por 3 x 1. O placar poderia ter sido maior, tamanha as chances criadas e desperdiçadas e tamanha a fraqueza adversário, que só havia feito um gol no campeonato carioca.

No entanto, o Flamengo ainda segue sem apresentar uma evolução em termos de organização. É um punhado de ótimos jogadores, de grandes talentos individuais, mas não há um entendimento claro do que pensa Abel Braga.

Pode até parecer contraditório: porque um time que cria tantas chances de gols, ainda é uma incógnita do que esperar na estreia da Libertadores?

Nesse começo de temporada, o Flamengo apresentou problemas na saída de bola, dificuldade quando a marcação avança (exemplo do clássico contra o Fluminense) e o foco muito no talento individual. Não é ainda um time que a torcida sabe o que esperar em campo. Mas que acredita e torce por um passe vertical do Arrascaeta, por um jogada individual do Bruno Henrique e por um acerto na finalização do Gabigol. Ou por uma bola na área diante de um adversário totalmente fechado.

Abel Braga atrapalha a evolução da equipe quando escala Arrascaeta pela direita, e não pela esquerda. Sendo que pode muito bem puxar Bruno Henrique para a direita, ou seja, tem opções, não precisa improvisar.

É um sério problema também não ter quem faça a ligação defesa e ataque. Para ser mais claro: não tem segundo volante. Quem jogar ali será improvisado. A equipe se divide em duas. Daí a percepção falsa que muitos tem, inclusive o treinador, de que Arão é o jogador responsável por entregar esse equilíbrio, de ser esse homem que liga os dois pólos. No entanto, na prática, o que se vê é o volante jogando avançado, que não ajuda na saída de bola e não atua como o homem surpresa lá na área adversária.

Para completar as notícias negativas, é preocupante sofrer gols em tantos jogos. Nesse estadual, contra equipes semi-amadoras, o Flamengo só não sofreu gol contra o Cabofriense. Verdade que tem muito de falta de concentração. Nos dois últimos jogos sofreu o gol com 3 x 0 no placar. Sem falar das bobeadas do Arrascaeta - que vai ficar marcado pelos adversários que estudarem a equipe.

De positivo, ver que Gabigol e Bruno Henrique encarnaram de vez o que é jogar no Flamengo é um grande alívio Não sentiram o peso do manto e estão resolvendo lá na frente. São os dois titulares absolutos e decisivos, que a equipe tanto precisou em outros anos.

Serão três jogos na sequência: San José na terça, Vasco no sábado e depois LDU na quarta no Maracanã.

A ver como o time se comporta no momento que a temporada começa pra valer.

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