domingo, 14 de outubro de 2018

Brasileirão 2018: Flamengo 3 x 0 Fluminense


Em duas semanas de treinamento, Dorival conseguiu transformar uma equipe arame liso para ser mais decisivo no ataque. Foram seis gols em três jogos.

É verdade que contra o Corinthians os dois primeiros gols saíram em cruzamento. E a situação poderia ter ficado complicada se César não salva burrada de Arão no final do primeiro tempo.

No entanto, um ponto a ser destacado é que não foram simples cruzamentos. Com Diego era uma bola mais alta, buscando a cabeçada dos zagueiros no impulso. Agora com Vitinho é uma batida diferente e que tem sido difícil de ser marcada. Já são três assistências nos últimos dois jogos dessa forma.

Dorival foi bastante feliz ao lembrar que teve o que Barbieri não teve: semanas livres para treinar. Por  mais que digam que o ex-treinador teve o intervalo todo da Copa do Mundo, é necessário lembrar que os reforços chegaram depois. A principal contratação chegou em meio a três campeonatos disputados ao mesmo tempo.

Impor a maior derrota ao Corinthians em sua casa é significativo, porém revelante mesmo foi  a forte atuação contra o Fluminense. Jogando com as mesmas características de posse de bola, mas de forma incisiva, vibrante, dominante.

Dorival sabe que seria difícil abrir mão desse estilo de jogo, precisava, porém, encontrar a forma de ser efetivo.

E algumas diferenças nítidas: Paquetá mais à frente, perto do gol, e mais objetivo; Uribe tendo sequência; e Arão firmando-se como titular, mesmo não sendo o jogador ideal. Ele vai bem nessas partidas onde o adversário ataca pouco, mas em confrontos quando precisa de mais pegada e contato físico, não consegue ter o mesmo desempenho.

E não é somente dentro de campo: fora dele, Dorival, com sua experiência, tem costumeiramente conversado em particular com Paquetá e Vitinho. Além de ter uma equipe para trabalhar o futebol em todas suas áreas. Escrevi aqui sobre esse fato.

Contra o Fluminense, Arão teve pelo menos três ótimas chances na entrada da grande área - que precisa ser melhor aproveitado.

No primeiro gol, vale o destaque: pelo menos três jogadores estavam na área: Arão, Éverton Ribeiro e Uribe, que acabou marcando em sua especialidade, após ótimo cruzamento de Vitinho.

Novas chances foram criadas, ampla superioridade, quase 63%  de posse de bola e um Fluminense praticamente sem ameaçar. O segundo gol saiu novamente em cruzamento perfeito de Vitinho.

Para liquidar a partida, um Flamengo todo no campo do adversário para rapidamente recuperar a bola. Em assistência incrível de Paquetá, Uribe, matador, fez o terceiro.

Fechando com duas linhas na marcação, Fluminense teve apenas uma boa chance: César salvou na cabeçada. Para buscar o contra-ataque, o treinador apostou em Berrío, que quase marca o quarto nos minutos finais.

Mesmo com o 3 x 0, Dorival ficou ali em cima na beira do campo pressionando o time na marcação.

Faltam nove rodadas para o fim do Brasileirão. Dorival conseguiu de imediato corrigir um dos problemas graves da equipe. O desafio agora é fazer o Flamengo ser aquilo que não consegue há tempo: ser decisivo em partidas grandes e estratégicas.

Para ser campeão, o Rubro Negro terá que ser perfeito nesse final de campeonato.

Um comentário:

Marcel Pereira disse...

Cada vez mais explícito que a culpa do desempenho fraco era pelas limitações em visão tática do pouco experiente Barbieri.
Para realmente voltar a ser grande no cenário nacional, com consistência, briga do na ponta todos os anos, o Flamengo tem que acabar com os mimis. Tem que ter entrega sim, mas não é só com taxa que se ganha. Tem que jogar quem for melhor, tenha vindo de onde for, seja da base seja de fora do clube. E tem que ter experiência para comandar e manter um time na ponta...