quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Copa do Brasil 2018: Flamengo 0 x 0 Corinthians

Era mais do que previsível: dois times com ideias claras dentro de campo. Corinthians desembarcou no Rio para se defender e buscar o empate, já o Flamengo era sabido que teria muita posse de bola, restaria a dúvida se conseguiria saber o que fazer com ela.

Os paulistas conseguiram seu objetivo. E não há do que reclamar da forma que jogaram. Quando não se tem um elenco qualificado, com jogadores talentosos, a forma de obter resultado mais rápido é justamente se fechar e tentar jogar por uma bola.

É muito mais fácil destruir do que construir. No nível do futebol medíocre jogado por aqui, qualquer equipe que se proponha a atacar, enfrentará dificuldade. Primeiro porque os treinadores, na média, são fracos, segundo porque faltam jogadores decisivos de fato, que consigam o extraordinário, saindo da mesmice.

O Flamengo novamente não conseguiu transformar a imensa troca de passes e posse de bola em intensidade, agressividade, perigo. E não foi uma posse de bola qualquer, foram absurdos 74%. Foram 584 passes certos contra 112. Foram 12 escanteios contra nenhum. Foram 32 bolas erguidas  contra nenhuma do Corinthians.

Esse mapa de calor do Footstats é assustador e revela que o Rubro Negro não adentrou na área adversária.


Das 23 finalizações, apenas seis foram ao gol. E praticamente nenhuma chance real foi criada. Não adianta fazer rodízio de atacantes se o esquema não for alterado.

A equipe joga com três meias e ainda tem Vitinho fechando. É curioso porque, teoricamente, deveria ser um time com inteligência, mas a realidade é que falta mobilidade, os jogadores não se desmarcam, é muito toque de lado, não tem verticalidade, não tem tabela, triangulação, não entram na área.

Falta um protagonista, ninguém quer ser o destaque, o herói, o jogador que tenta o imprevisível. É uma equipe muito monótona, que não passar emoção, mesmo cercada por 60 mil Rubro Negros no Maracanã lotado e fazendo grande festa.

Não há como esperar resultado diferente repetindo os mesmos erros. Aos 27 minutos do segundo tempo, placar zerado e Corinthians todo recuado, Barbieri resolve tirar um atacante e colocar outro, isto após oito minutos de conversa com seu auxiliar. Será que não percebem que o rodízio de atacantes não está resolvendo as deficiências ofensivas do Flamengo?

Era necessário duplicar a presença de área, mantendo Uribe e tirando um dos meias para colocar outro atacante.

Caso exista alguém na direção do futebol do Flamengo que não esteja pensando em eleição, não pode passar de hoje a cobrança do treinador para reverter esse quadro crônico que vem se arrastando há semanas. Não é de hoje. Qualquer adversário sabe que entregando a bola pra equipe de Barbieri pelo menos o empate está garantido. A única vez que o Rubro Negro teve posse e se mostrou eficiente foi contra o Grêmio em Porto Alegre pela Copa do Brasil.

Nessa imagem do Sofascore revela os momentos de pressão do Flamengo na partida. Absurdamente superior, no entanto, nenhum gol ou chance foi criada.


A situação é complicada e beira a resignação. Deixaram chegar num ponto que são tantos os problemas que fica praticamente impossível corrigir tudo agora, ainda mais com um treinador jovem, pouco experiente e que não conta com gente cascuda no comando do futebol para sair dessa crise tática.

Novamente: talvez a opção para buscar resultado à curto prazo seja trocar o treinador. Não é a escolha mais correta e muito menos a culpa é apenas do Barbieri, porém é a única forma que vejo de alguém mais experiente para tentar salvar o ano com algum título.

Por fim, impossível não falar de Cuellar. O colombiano jogou por 160 minutos em menos de 24h e foi o melhor do Flamengo. Dominou o meio de campo defensivo Rubro Negro, conforme mapa de calor do Sofascore, sempre salvando nas coberturas e ainda tentando contribuir no ataque:


Um comentário:

João Paulo disse...

A diretoria já tem um acordo com um grupo de agentes pra vender o Paquetá. A parte que caberá ao Flamengo é de 18 milhões de euros aproximadamente, já descontadas as taxas e tributos. Para o seu lugar foi especulado o Renato Augusto, mas já é certo que não há nenhuma chance. Dessa forma, o nome da vez é o do Rodriguinho, que é um jogador absolutamente comum, bem comum mesmo. Veio do Bragantino pro Corinthians e foi o trabalho no timão que o consagrou. Tem tudo pra ser mais outra presença apagada no Flamengo. Agora só falta o Cuellar...