terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Os novos donos do Maracanã devem ser conhecidos ainda este ano. Flamengo repudia parceria com empresa francesa e aposta na CSM
Com suspeita de superfaturamento na reforma do Maracanã, distribuição de propina para diversos políticos - inclusive para o presidente do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, além de demonstrar incapacidade de administrar o estádio. São com esses atributos que a Odebrecht, inacreditavelmente, poderá escolher, vejam só, para quem venderá a concessão do Maracanã.
Duas empresas pleiteiam administrar o complexo envolvendo o estádio e o ginásio: CSM/GL/ Amsterdam Arenas e a Largadère/BWA.
Segundo o jornal O Globo desta terça-feira, o pool encabeçado pela CSM é o favorito para comprar a licitação, principalmente por ter como parceiros o Flamengo e o Fluminense.
O valor a ser pago será entre R$ 40 a R$ 60 milhões de reais, descontadas as dívidas do atual consórcio com fornecedores e bancos. O vencedor deverá ser anunciado esse ano, mas o processo será longo, devido ao due dilligence, uma espécie de aprofundamento das despesas do negócio, passivos trabalhistas, mobiliários, pessoal e dívidas gerais. Só depois dessa varredura no negócio que a compra poderá ser efetivada ou não.
A CSM acredita que o Maracanã só será viável com os clubes de futebol: "Isso é muito importante porque a gente tem de lembrar que o Maracanã é um estádio de futebol. O core business do Maracanã é o futebol. Você não consegue fechar contratos de patrocínios em que não se tem visibilidade clara de que tipo de futebol vai ter ali. Ou não consegue sequer chegar ao potencial. Você fica abaixo dele. Você não consegue fazer vendas de camarotes em contratos de longo prazo enquanto um clube diga que talvez jogue ali os próximos jogos, mas talvez não. Você precisa pacificar a relação com os clubes de futebol", afirmou o CEO da empresa Carlos Eduardo Caruso Ferreira, em entrevista ao blog do Rodrigo Capelo, na Época.
Segundo Carlos Eduardo, o Flamengo seria o dono de todas as receitas ligadas ao jogo de futebol, ou seja, seria o dono do evento.
Já a Lagardère adota um discurso diferente. Em entrevista ao mesmo blog do Capelo, o diretor de Arenas Flávio Portela afirmou que o Maracanã pode sobreviver sem o Flamengo jogando lá, e aposta na experiência para tocar o estádio: "Experiência de 20 anos de mercado, 50 arenas. Posso adiantar que vai ser um plano 360 graus que envolve, lógico, futebol como um dos principais ativos da arena, mas há grandes shows, eventos, feiras, a vida 24 por sete, museu, e assim vai. Vamos posicionar a arena na escala Brasil e na escala mundo. Colocá-la no mapa nacional e internacional".
O Flamengo, em nota oficial divulgada na tarde desta terça-feira, afirmou que não jogará no Maracanã se a empresa francesa Lagardére comprar a concessão do estádio: "O Flamengo se recusa a firmar um compromisso de longo prazo com entidades que no passado e em tratativas recentes não apresentaram comportamento compatível com os princípios e valores adotados pelo clube".
Uma clara manifestação contrária à BWA, parceira da empresa francesa no negócio, que durante anos foi responsável pela venda de ingressos para os jogos da equipe Rubro Negra.
Em 2011, este blog cobrou pelo fim da parceria com a BWA.
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Enquanto isso, o Flamengo segue tocando sua vida. O Conselho Deliberativo aprovou na noite de segunda-feira o contrato assinado pela diretoria para o uso da Arena na Ilha do Governador. A capacidade será em torno de 22 mil. Segundo Rafael Strauch, dirigente do clube, será um estádio para maximizar o desempenho esportivo, o estilo que é visto na Inglaterra e nos jogos da Libertadores.
O projeto do estádio deve sair em breve. Informações dão conta que a arquibancada será inclinada e mais próxima do gramado, formando um verdadeiro caldeirão.
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