sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ministério do Esporte não habilita três projetos do Flamengo (cabe recurso), mas aprova 11 da CBB que simplesmente deve INSS

O jornalista Fábio Balassiano fez um questionamento, digamos, razoável em seu blog. Abriu o debate sobre as questões éticas em ter um patrocínio de uma empresa privada cujo presidente é dirigente de marketing do Flamengo.

Alexandre Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos, respondeu no tom correto, firme, sem arrogância, dando exemplo à todos no clube de como deve funcionar uma comunicação institucional. Confira aqui.


Destaco a seguinte declaração do Póvoa: 
"Tudo é conseguido à fórceps para o esporte olímpico, as pessoas não têm ideia do esforço abnegado dos atletas, com o próprio setor privado, com raras exceções, virando as costas para os clubes (nunca para as confederações, que tem as seleções e estão milionárias) a apenas dois anos das Olimpíadas no Rio."
Pois bem. O Flamengo, graças a todo esforço, conseguiu suas Certidões e o benefício de apresentar projetos de isenção fiscal para seus esportes olímpicos e participar de chamadas públicas do governo federal. Numa dessas chamadas, o clube apresentou três projetos para o esporte de alto rendimento nas seguintes modalidades: vôlei, ginástica artística, remo, canoagem e a piscina olímpica, como postei aqui, totalizando R$ 8,5 milhões.


Na quinta-feira passada, o Ministério do Esporte divulgou que os projetos do Flamengo não foram aprovados, para surpresa de todos de dentro do clube, apontando a pendência do "Termo de Referência". O prazo para recorrer são de dez dias - já foi feito. Tudo indica que tenha sido um problema formal ou técnico. Beleza, que sejam corrigidos e aprovados.

O problema é que entre os projetos habilitados, temos exatamente o que o Póvoa disse: diversas confederações, dentre elas a CBB, com incríveis 11 aprovados, totalizando mais de R$ 60 milhões.

E o que tem demais a Confederação Brasileira de Basquete ter sido qualificada? O Ministério do Esporte já injetou R$ 14,8 milhões no ano passado, sendo que pelo quinto ano consecutivo a Confederação apresenta déficit em suas contas, devendo ainda R$ 1,9 milhões em INSS atrasados, se fossem exigidas as Certidões Negativas não conseguiriam, apresentando um balanço financeiro que foi auditado e classificado com "evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade", além da falta de transparência e de notas explicativas (Informações do blog do próprio Fábio Balassiano). Mesmo assim, diante de tantos exemplos do mau uso dos recursos públicos, a secretaria de esporte de alto rendimento aprovou nada mais nada menos do que 11 projetos. É o fim da picada. Veja a relação aqui.

São R$ 180 milhões disponíveis pelo Ministério. Existem várias etapas, classificações, ranqueamento para receber essa verba, confira aqui no edital. Já sabemos que a grana será limitada por conta do ajuste fiscal do Ministério da Fazenda. Que isso não venha ser usado para negar ajuda aos clubes. Minas e Pinheiros tiveram seus projetos qualificados.

O resultado do recurso Rubro Negro será divulgado até o dia  23 de maio, sexta-feira que vem. Não custa lembrar: o Flamengo foi eleito o clube mais transparente do Brasil e teve suas contas aprovadas sem nenhuma ressalva pela auditoria. E ainda: quem forma atleta é clube, e não confederação.

4 comentários:

Anônimo disse...

Pode investigar que têm alguma coisa por traz , e só no brasil mesmo que uma instituição em débito com o INSS, consegue aprovar 11 projetos , e uma instituição que está em dia com todas as sua obrigação , não consegue aprovar 3 projetos , em véspera de uma olimpíada acontece isso , cadê que ministério dos esporte não fiscaliza as federações tudo falidas e cheia de corrupção , o flamengo todos dia têm que vencer uma batalha , mas no final vamos vencer a guerra !!

Marcelo disse...

Será que ninguém vai criticar o Mogi pelo fato de, como reconheceu seu dirigente, o clube ter superlotado o seu ginásio nas últimas partidas?

Marcelo disse...

Tb não vejo muitas críticas ao Corinthians, mesmo com seus dirigentes afirmando coisas do tipo (http://rodrigomattos.blogosfera.uol.com.br/2014/05/16/justica-penhora-rendas-do-corinthians-por-dividas-de-r-120-mi/):

“Estabelecemos uma política de ir ajeitando a casa aos poucos. Primeiro, investimos no futebol para recuperar o clube e ai não dava para pagar impostos. Depois, passamos a pagar impostos quando estávamos mais ajeitados. Hoje, pagamos regularmente.. Agora, tem esse resíduo para pagar''

Anônimo disse...

O Ministério dos Esportes, comandado pelo PCdoB, que, junto com o PT, é o que mais tem desviado dinheiro público, já foi alvo de graves denúncias neste mesmo governo. Esse dinheiro liberado para a CBB insinua caixa dois.