sábado, 26 de fevereiro de 2011

Citadini: "O sistema do Clube dos 13 é injusto e igualitário".

Bom texto de Roque Citadini, que já foi vice-presidente de futebol do Corinthians, em seu blog, sobre a justa reivindicação de Flamengo e Corinthians pela maior cota da televisão, apesar do Palmeiras exigir a mesma cota que o seu rival.

Postura contrária aos clubes do Rio, que concordam que o Flamengo receba a maior cota, mas querem uma redistribuição entre os outros componentes do Clube dos 13.

Citadini considera imperfeita e injusta a distribuição do dinheiro entre os participantes do campeonato. Que com sistema quase igualitário de distribuição, Flamengo e Corinthians recebam valores iguais aos de Vasco, Palmeiras e São Paulo, e muito próximo de todos os outros times, e que a luta deveria ser para aumentar a remuneração dos valores e alterar a regra de distribuição.

Sobre as regras do edital lançado pelo Clube dos 13, o ex-vice-presidente do time paulista, afirma que a TV aberta transmitirá três jogos por rodada. Ora, se querem uma distribuição igualitária do dinheiro, deveria dizer que todos os clubes terão o mesmo número de partidas transmitidas, porque, deixando para a emissora escolher quais jogos serão exibidos, ficará clara a escolha inicial por Corinthians e do Flamengo.

Ou seja, se a distribuição da grana é igualitária, a dos jogos também deveria ser. Mas o Clube dos 13 é esperto, e, na venda, oferece à TV o direito de escolha dos jogos que quiser, enquanto na partilha do dinheiro segue regra igualitária.

E ainda, sobre o pay-per-view, Citadini disse que o torcedor é obrigado a comprar pacotes de todos os jogos, quando a opção de compra deveria ser apenas dos jogos do seu time, assim, cada clube arrecadaria na proporção das partidas que vendesse, mas neste caso, teria que mudar a legislação do direito de arena, o que pode acontecer.

Só para se ter idéia, o ranking da venda de pay-per-view em 2010 foi: Flamengo em primeiro, com 15,13%, Corinthians em segunda com 14,20% e só depois aparece o São Paulo com 9,87%.

O dilema é grande: voltar para o Clube dos 13, mas com o sistema de distribuição alterado, o que eu acho impossível que todos os outros clubes aceitem essas novas regras, ou negociar em separado mesmo e, infelizmente, não chegar a um acordo devido todas as particularidades.

3 comentários:

Miguel Gonzalez disse...

Não vai falar da Fórmula Truck?

André Monnerat disse...

"Isto não ocorre em nenhum país do mundo. Na Espanha, por exemplo, a diferença entre Barça e Real dos demais é enorme.

O mesmo acontece na Itália, na Inglaterra, na França e até em Portugal."

É um trecho do texto do Citadini, falando sobre como a divisão de receitas de TV é próxima demais aqui.

Ainda vou escrever sobre isso, mas quero dizer que não concordo.

Olha o campeonato espanhol. Ou mesmo o inglês, o português. É nisso que a gente quer transformar o Brasileiro? Começar a competição com no máximo três ou quatro times sonhando com o título e o resto se conformando em ser coadjuvante o ano inteiro?

Pro mercado como um todo, isso é péssimo. Sei que o Flamengo tá numa posição em que, se seguir essa regra do capitalismo selvagem, pode pedir mais que todo mundo - e eu sou FLamengo. Mas que é ruim para o futebol, é.

Ninho da Nação disse...

André, não sei como começou essa hegemonia de dois, três times na Espanha, Inglatera, Itália, mas será que apenas pela cota de televisão, vamos criar dois, três time imbatíveis?

Por exemplo, o Flamengo fatura muito mais contrato de patrocínio que o Inter, mas o colorado consegue ampliar seu campo de marketing, tendo muito mais grana no seu orçamento que o Flamengo.

Sei que o que se fala é R$ 90, R$ 100 milhões, mas a expectativa é de que o marketing dos clubes não fiquem presos apenas ao dinheiro de televisão, mas ampliem o leque, como o Inter faz muito bem.

Não sei se com a grana da televisão vamos ter Flamengo, Corinthians, São Paulo, imbatíveis.