terça-feira, 1 de julho de 2008

Análise perfeita, Faltam 30 rodadas para o fim

Faltam 30 rodadas para o fim, análise de tabela

Se o Flamengo conquistar o hexa ou uma vaga para a Libertadores, sem dúvida a oitava rodada terá tido um papel importante. Uma rodada com seis empates (sempre úteis), muitos em confrontos diretos na parte de cima, e só uma vitória fora, justamente a do Fla. Uma vitória em um campo difícil, que já tirou 3 pontos do Palmeiras e do Flu: uma vitória que faz diferença. Além disso, quase todos os outros adversários deixaram pontos, e em confrontos diretos; a exceção foi o Palmeiras, que somou três mas em um jogo de vitória obrigatória.

Mostrando que as dificuldades do campeonato vão naturalmente colocando os números na média histórica, os tropeços dos líderes já tendem a reduzir a pontuação média para a Libertadores. Entretanto, como a campanha dos ponteiros têm sido muito forte, esta redução só será visível na próxima rodada, onde todos têm jogos difíceis, exceto Flamengo e São Paulo. Em síntese, com mais jogos disputados a distorções resultantes de uma rodada tendem a diminuir ou sumir. Por enquanto, o ritmo ainda está muito forte, especialmente o do Flamengo, com 2,38 por jogo quando o necessário para o título é algo em torno de 2.

O ritmo de campeão continuará a ser mantido com mais 5-6 pontos nos próximos 4 jogos (Náutico em casa, Atlético MG e Coritiba fora, clássico contra o Vasco), mas é bem possível que este ritmo seja mais forte. É a hora de pontuar, até porque é preciso acumular gordura para a difícil seqüência das rodadas 15 a 17 (Botafogo, Palmeiras fora e Cruzeiro em casa). A fuga em bloco de 5 (ou talvez 6) clubes continua a ser uma possibilidade, não tão grande como antes em razão do calendário duro de alguns do G-5.

O Flamengo vence na Ilha e aumenta sua vantagem em relação ao Sport, agora são 11v e 8d em Brasileiros; no geral 16v e 12d. Em relação à média inglesa, mais que suficiente para o título (3 pontos em casa, 2 em jogos neutros e 1 fora), o Fla já está com +2. Em relação ao ano passado, o Flamengo já livra +4 .

TÍTULO – A conta para o título continua nos 75/76 pontos, e a última rodada mostra o porquê. Vários postulantes tendem a tirar pontos uns dos outros, impedindo desgarres e lideranças isoladas. O FLAMENGO apresenta talvez a primeira oportunidade de fuga na nona rodada; joga em casa contra o Náutico, no sábado, e os três escoltas (a 2 pontos de distância) jogam fora: Cruzeiro na Ilha, Palmeiras no Mineirão e Grêmio no Engenhão. Perfeitamente possível um início de fuga, com o Flamengo a 4 pontos do segundo colocado na rodada seguinte, para um jogo contra um irregular Atlético MG no Mineirão numa quarta-feira a noite.

O jogo contra o Náutico, além da importância matemática, adquire aí um peso psicológico: abrir vantagem. Os clubes que lutam para tirar 4, 6, 8 pontos de vantagem normalmente atuam sob pressão maior, se desmotivando com os triunfos do líder, conquistando estatisticamente menos pontos. Flamengo joga no sábado e já joga a pressão sobre os que atuam no domingo. Ano passado, no primeiro jogo da arrancada do Fla, 2x1, gol decisivo de Leo Moura no finalzinho.

Dos rivais mais próximos, o mais perigoso é o PALMEIRAS. Tem treinador experiente e calendário para não perder o contato com o Fla (Atlético MG fora e Figueirense em casa, mas depois um jogo pesado contra o São Paulo no Morumbi). Outra ameaça ainda vem do SÃO PAULO, que já tem André Lima para o segundo turno mas precisa se manter com uma distância razoável; recebe o Ipatinga, sai contra o Náutico e recebe o Palmeiras. Se fizer 9 pontos (7 são mais prováveis), encosta.

GRÊMIO terá agora seu teste: lutará pelo título ou no máximo a Libertadores? Sai contra Botafogo e Santos, jogos em que o ambiente não será dos mais hostis mas sempre complicados, recebendo depois a Lusa antes de sair contra o Sport. Calendário de fogo para o tricolor, que possivelmente será o primeiro do G5 a perder a passada do líder, especialmente se o Flamengo fizer muitos pontos na sua seqüência de 4 jogos. Já o CRUZEIRO não sofrerá tanto: após a dureza da Ilha do Retiro, sairá contra o Ipatinga (mas jogará como local), clássico com o Atlético e recebe o Atlético PR. Se fizer 8 pontos, permanecerá no bolo.

O INTERNACIONAL ainda tem chances de disputar o título, mas chances pequenas: precisará de 68 pontos em 30 jogos, é mais ou menos a campanha que o Flamengo fez até agora, mas por 30 rodadas. Como tem elenco, é possível, mas improvável. Seis pontos absolutamente obrigatórios são os próximos: Coritiba e Goiás em casa; jogos bons para que um visitante arranque um empate e deixe um forte rival já fora da luta. Se ganhar os dois, suas chances estatísticas aumentarão, mas o Colorado continuaria a cerca de 9, 10 pontos da liderança. Esta constatação mostra que a famosa idéia de “ ganhamos algumas partidas e entramos no bolo” não é exatamente verdadeira. Na verdade, para disputar a liderança, o Inter teria que vencer de 9 a 11 partidas seguidas para chegar no líder (presumindo que o líder sobe, em média, 2 pontos por rodada).

E é preciso que se atente ao seguinte: a partir da nona, as rodadas voltam a ser jogadas quartas e domingos, e assim será até o fim de agosto, na 22ª rodada. Serão 13 rodadas jogadas com relativa rapidez, 10 delas sem os reforços da janela: é a hora de se definir. Quem tem mais elenco levará enorme vantagem na maratona (pense no banco do Flamengo, Obina decidiu o último jogo, o bom Dininho substituirá Fábio Luciano contra o Náutico), razão pela qual entendemos que é a oportunidade para se livrar vantagem sobre Cruzeiro e Grêmio, secando Palmeiras e São Paulo. Em agosto, ainda existe o fator Olimpíada, que desfalcará vários adversários mas não o Fla. E, a partir da 21ª rodada, a Copa Sulamericana será outro fator de desgaste para vários, mas não para o Fla.

COPAS – A conta aqui continua a mesma da última rodada: 64 para a Libertadores, e 51 para a Sulamericana. O alto número de empates só ajuda a diminuir a pontuação necessária, e nos parece que a luta pela Libertadores estará cada vez mais desenhada rapidamente: os 5 grandes que disputam a liderança mais o Internacional pelo G4. Os eventuais adversários, VITÓRIA e NÁUTICO, chegam a 14 pontos, 28% da inédita Sulamericana nas mãos, mas não parecem ter fôlego para chegar no G4 ou nele permanecerem. O VASCO ainda não tem a matemática contra si, mas já está a 6 pontos da zona de classificação.

O BOTAFOGO, por outro lado, já se complica até matematicamente: está a -9 em relação a Libertadores, e precisaria de 56 pontos em 30 rodadas, uma campanha similar à do Internacional no ano em que foi vice no famoso caso Zveiter. Para o alvinegro, melhor pensar na Sulamericana a partir de hoje.
Qualquer ponto conquistado pelo SPORT é bom para o Flamengo. O time pernambucano não é adversário em nenhuma disputa por Copas e não será o campeão, razão pela qual os pontos adquiridos pelo Leão simplesmente não nos afetam.

REBAIXAMENTO – A conta aqui continua com 43, e a tendência é de queda. Pela primeira vez, os quatro da rodada anterior permanecem nessa na ZR, o que já mostra um distanciamento dos pontos. Quem deverá sair dela é o Fluminense, após a Libertadores. Contudo, está a 5 pontos da linha da salvação. Hoje, 1 ponto por jogo seria o suficiente (38 ao final); a proporção normalmente aumenta na reta final quando os clubes ameaçados pontuam motivados pelo desespero. O IPATINGA, além da má situação na tabela, sai contra o São Paulo e recebe o Cruzeiro, duas derrotas e o poço ficará mais fundo. Mesmo caso do GOIÁS, que sai contra o Inter e recebe o Flu; o próprio SANTOS também é ameaçado ao visitar a Arena da Baixada e receber o Gremio. Provavelmente sem mudanças nas próximas semanas, pelo menos até o Flu engrenar.

No que interessa ao Flamengo, não é bom um rebaixamento antecipado do Ipatinga (como ocorreu com o América ano passado); pois se isso ocorrer faltando muitas rodadas vários clubes vencerão no Ipatingão, diminuindo assim o peso da nossa vitória lá. O confronto contra eles será no Maracaná, no primeiro terço do returno, momento em que ninguém está rebaixado pela matemática, ou seja: a degola antecipada dos mineiros facilita a vida alheia mas não a nossa.

Com a vitória da Ilha, o Flamengo chegou ao triunfo de número 400 na história dos campeonatos brasileiros, sendo o terceiro clube a conseguir tal feito (duas horas depois, foi igualado pelo Palmeiras).

O Flamengo é o sétimo colocado no ranking histórico dos Brasileiros, com 1252 pontos ganhos, 3 à frente do Atlético MG e 4 à frente do Palmeiras. O sexto é o Vasco, com 1277, a +25; o quinto é o Corinthians com 1278, a +26 mas que não pontuará este ano e provavelmente será ultrapassado. O Santos, se lutar contra a degola, também estará na mira, pois tem 1288 pontos na quarta colocação (+36).

O Flamengo nunca havia liderado na história dos pontos corridos e já terminou 5 rodadas na liderança este ano. Está há doze rodadas seguidas na zona de libertadores, e não sairá dela mesmo que perca do Náutico no sábado.
Em Brasileiros, são 11 vitórias contra o Náutico e 3 derrotas. No Rio, 8v e 1 empate (jamais perdeu em casa nos Brasileiros). No confronto geral, 13v e 3d. Na história, os confrontos mais importantes foram pela semifinal da Copa do Brasil de 1990: 3x0 no Maracanã numa quinta-feira a noite (o terceiro gol foi de cabeça de Rogério Lourenço, hoje treinador do time junior do Fla) e 2x2 nos Aflitos.

Faltam 57 pontos para o título (média de 1.90 por jogo), 45 pontos para a Libertadores (média de 1.50 por jogo), 32 pontos para a Sulamericana (1.07 por jogo) e 24 pontos para a Serie A 2009 (média de 0.80 por jogo). A campanha atual do Flamengo é de 2.38 pontos por jogo.

Por Marcus Talamasca Castro
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