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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Justiça e MP-RJ tinham conhecimento dos módulos habitacionais. Em 2016, as condições foram consideradas satisfatórias

O Flamengo já havia suspendido oficialmente as atividades das categorias de base, no entanto, o juiz da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, Pedro Henrique Alves, atendeu à solicitação do Ministério Público do Rio de Janeiro e, por meio de uma liminar, determinou a proibição de entrada, permanência  ou participação de qualquer criança ou adolescente nas dependências do Ninho do Urubu.

Segue trecho da decisão:




O MP-RJ pediu a interdição de todo o CT, inclusive dos adultos, o que foi indeferido pelo juiz.

Uma das alegações foi que "se verificou inovação realizada pelo Clube de Regatas do Flamengo que, sem sequer comunicar a este Juízo, realizou o alojamento de adolescentes nos contêineres".

No entanto, em furo de reportagem, o Globo Esporte revelou que a própria Justiça e o próprio Ministério Público tinham conhecimento dos módulos habitacionais.

Um relatório feito pelo serviço de fiscalização do Setor de Integração de Entidades de Atendimento (Sineate), em abril de 2016, cita instalações em contêineres.

Em 2015, o Ministério havia pedido a interdição por encontrar algumas irregularidades. Não é descrito qualquer questão referente a possível risco de segurança para os atletas:

"No alojamento dos atletas em estágio de avaliação, chamado de "contêiner" para quatro quartos (cada quarto com quatro beliches), há disponibilidade de apenas um conjunto, ou seja, há sete adolescentes utilizando apenas um chuveiro, um sanitário e uma pia". Mais adiante, no mesmo documento, a constatação de que "os pertences dos atletas permanecem guardados em bolsas e mochilas, pois os armários são muito pequenos".

Em 2016 o Sineate, uma espécie de braço técnico do Judiciário para fiscalizações e diligências que servem de embasamento para as decisões, voltou ao Ninho do Urubu e constatou evolução e atendimento às demandas do MP. Novamente não há qualquer abordagem sobre a falta de segurança no local.

Segue trecho do relatório:

As instalações, já descritas no relatório anterior, são boas e confortáveis. Encontravam-se em condições satisfatórias de higiene, conservação e organização. A despensa estava bem abastecida. Como nas demais inspeções, observamos o ambiente calmo, os jovens com ótima aparência e bem integrados. O Sineate realizou várias visitas ao CT, cujos relatórios encontram-se nos presentes autos, e melhorias vêm sempre sendo observadas. A equipe se mostra muito receptiva às nossas orientações. Diante do exposto, consideramos, s.m.j., que o clube, ao longo de nossas diversas inspeções, vem atendendo a contento às sugestões por nós apresentadas".

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Com normas rígidas para obtenção de certificado para clubes formadores, CBF não exigia alvará de funcionamento

Em 2001 a CBF regulamentou uma certificação para os clubes formadores. Na Resolução 001/2001 foram determinados cinco requisitos básicos para tal documentação.

No site da CBF consta a relação dos clubes que possuem o certificado - com validade de dois anos e outros com validade de um ano.

O Flamengo é um dos times, conforme documento apresentado no sábado, na Gávea, com validade até abril desse ano.


Com esse certificado, os clubes ficam protegidos em relação aos atletas de 14 a 16 anos, que ainda não podem assinar um contrato profissional. Dessa forma, caso sejam negociados, o clube formador terá direito à indenização.

As regras para a obtenção desse certificação é rígida e apenas 6% dos clubes no Brasil possuem.

Confira as exigências:

I – apresentar relação dos técnicos e preparadores físicos responsáveis pela orientação e monitoramento das respectivas categorias de base, com habilitação para o exercício da função; 
II – comprovar a participação em competição oficial da categoria; 
III – apresentar programa de treinamento, detalhando responsáveis, objetivos, horários e atividades, compatíveis com a faixa etária, atividade escolar dos atletas e período de competição; 
IV – proporcionar assistência educacional que permita ao atleta frequentar curso em horários compatíveis com as atividades de formação, em qualquer nível (alfabetização, ensino fundamental, médio, superior, ou ainda curso técnico, profissionalizante, de capacitação ou de idiomas) mediante matrícula em estabelecimento de ensino regular ou através de professores contratados, mantendo controle sobre a freqüência e o aproveitamento escolar do atleta; 
V – proporcionar assistência médica aos atletas, através de profissional especializado contratado, terceirizado ou mediante celebração comprovada de convênio com instituições públicas ou privadas de modo a permitir o seguinte: 
a) avaliação pré-participação realizada necessariamente por médico com especialização, ou experiência, em medicina do esporte, cardiologia ou clínica geral, e ainda por ortopedista, a qual deverá seguir as diretrizes da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, com vistas à prevenção de morte súbita;  
b) exames complementares mínimos tais como: hemograma completo, glicemia, teste de afoiçamento de hemácias, parasitológico de fezes, urina (EAS), ECG basal e RX de tórax, assim como outros necessários para diagnóstico do estado de saúde do atleta;  
c) calendário de vacinação atualizado (calendário oficial do Ministério da Saúde) e realização de exames periódicos anuais;  
d) manter departamento médico dotado de área física e instalações compatíveis e apropriadas, equipado com material e medicamentos para atendimento básico e primeiros socorros, sob a responsabilidade de um médico e contando ainda, nos horários de funcionamento, com auxiliar de enfermagem e médico;  
e) manter prontuário médico individual para cada atleta, devidamente atualizado, além dos registro diário dos atendimentos;  
f) garantir meios para diagnóstico e tratamento de patologias, intercorrências e lesões;  
g) dispor de centro de reabilitação, próprio ou conveniado, sob a responsabilidade de profissional habilitado e inscrito do CREFITO, com o mínimo de material e equipamentos que permitam a recuperação de lesões comuns; 
 h) comprovar que propicia assistência psicológica, por profissional habilitado e inscrito no CRP, mediante convênio com instituições públicas ou particulares, ou concurso de profissional contratado, que destine pelo menos (4) horas semanais ao clube;  
 i) comprovar que disponha de meios que permitam, de forma constante e contínua, proporcionar assistência odontológica aos atletas em formação através de medidas preventivas e terapêuticas, tanto por meio de serviços terceirizados, próprios ou conveniados;  
 j) sem prejuízo da atividade esportiva, facultar a visita de familiares do atleta, a qualquer tempo, e proporcionar, às suas expensas, ao final de cada temporada oficial (assim determinado no calendário de cada entidade de administração), meios para que o atleta possa viajar à sua cidade de origem, quando for o caso, com o objetivo de conviver com seus familiares até a data marcada para sua reapresentação, por força de competição ou início de próxima temporada;  
k) garantir aos atletas em formação e que sejam residentes no clube,  mínimo de (3) refeições diárias (desjejum, almoço e jantar), planejadas por nutricionista e servidas no clube ou fora dele, sendo exigível local adequado e em boas condições de higiene e salubridade. Aos atletas em formação não residentes no clube será assegurado lanche em cada período de treinamento de que participar;  
l) assegurar transporte para treinos e jogos, às expensas do clube e realizado pelos meios permitidos na legislação;  
m) comprovar o pagamento mensal de auxílio financeiro para o atleta em formação, sob a forma de bolsa de aprendizagem, livremente pactuada mediante contrato formal, sem que se constitua vínculo empregatício entre as partes;  
n) apresentar plano de contingência médica que garanta, nos locais de treinamento e jogos, pessoal, material e equipamentos de primeiros socorros, atendimento imediato e meios para o pronto transporte da vítima, quando necessário;  
o) comprovar a existência, às suas expensas, de um seguro de acidentes pessoais, para cobrir as atividades do atleta em formação;  
p) manter alojamento com área física proporcional ao número de residentes, dotado de ventilação e iluminação natural, em boas condições de habitabilidade, higiene e salubridade, com mobiliário individual, assim como e da mesma forma, banheiros e área de lazer;  
q) fornecer aos atletas uniformes de treino e jogo, além de roupa de cama, mesa e banho, material de limpeza e higiene pessoal.

A resolução da CBF ainda diz que a Federação local será responsável por um parecer para cientificar que o clube postulante tem ou não as condições exigidas para o recebimento do certificado.

Nas regras, a única parte que diz respeito ao alojamento é ter um local adequado e em boas condições de higiene e salubridade. Não exige em momento algum a necessidade de alvará da prefeitura ou licença do Corpo de Bombeiro.

Mais uma vez fica comprovado que não havia negligência, condições precárias ou desumanas nas instalações das categorias de base do Flamengo.

Alojamento não estava no projeto para apreciação dos Bombeiros. Sprinkler e detector de fumaça não eram necessários

Em seu novo blog no UOL, Mauro Cezar Pereira vai nadando de braçadas com diversas apurações jornalísticas sobre a tragédia no Ninho do Urubu.

No post dessa quarta-feira, o jornalista trás diversas informações exclusivas.

Os Bombeiros inicialmente informam que, de fato, o alojamento onde os jovens da base dormiam não constava no projeto básico submetido à apreciação. O que é um grande problema e o Flamengo precisa explicar o porquê desse equívoco. Se esse módulo habitacional existe desde 2011, porque nunca foi buscado a regularização? Por não ser uma construção definitiva, não era necessário? Porque em breve seria desativado para virar o estacionamento?

Bem como porque a CBF forneceu o Certificado de Clube Formador e a prefeitura liberou o Certificado do Conselho Municipal do Direitos da Criança e do Adolescente mesmo sem a licença.

Outro ponto: os Bombeiros estiveram sim no Ninho do Urubu por três vezes em 2018 e em todas as visitas o Certificado de Aprovação foi indeferido por sete pendências.

Por óbvio nenhuma pendência será por condições do alojamento, pois o mesmo não foi inspecionado por não estar no projeto.

As acomodações incendiadas, por suas dimensões e características (dormitório), pela legislação não precisariam de sprinkler e detector de fumaça para passar pelo crivo do agente fiscalizador. Ou seja, se estivesse no projeto para ser avaliado, não seria motivo de reprovação essas ausências.

Sobre dimensões de portas e janelas para dormitórios são regidos pelo código de obras do município e NBR.

A diferença entre contêiner e módulo habitável

Após algumas horas de luto e comoção pela tragédia no Ninho do Urubu, que ceifou a vida de 10 jovens, o questionamento foi grande pelo fato do Flamengo ter colocado esses garotos em supostos contêineres, que seriam condições precárias e subumanas.

Aos fatos: a NHJ do Brasil é pioneira em projetos de locação e venda de módulos habitáveis (ou habitacionais) e contêineres marítimos.

Entre seus clientes estão Petrobras, Sub Sea 7, Rede Globo, Marinha do Brasil, ThyssenKrupp, GL Events, Universidade Federal Fluminense, Universidade Estácio de Sá e Fiocruz, além de governos estaduais e prefeituras.

A empresa tem os certificados da ABNT e ISO 9001. E ficou comprovado pela perícia que o material utilizado não propaga fogo, como supunha todos os especialistas.

Quando "descobriram" que os garotos estavam alojados em contêineres, logo acusaram o clube de colocá-los em lugares sujos, rudimentares, como se fosse um puxadinho.

No entanto, no site da NHJ fica evidente a diferença entre módulo habitável e contêiner.

Esses são os módulos habitáveis:



Estes são os contêineres:


Em Pernambuco foi construído o primeiro quartel dos Bombeiros do país feito de contêineres. Em reportagem, foi dito que: "A inovação na utilização do equipamento de metal representa, para a engenharia, praticidade, economia e eficiência. Todos os ambientes, como salas, banheiros e demais alojamentos, ficarão dentro dos contentores".


Fica claro que o Flamengo não abandonou seus jovens da base ao relento e em condições precárias. Pelo contrário, seria apenas uma transição, até a completa utilização do módulo que era dos profissionais.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Material do contêiner não propaga fogo

Em uma nova etapa, a perícia confirmou que a espuma de contêiner do Flamengo realmente não propaga fogo.

O jornal O Globo apurou que a propagação do fogo foi rápida porque o alojamento era pequeno e havia muitos colchões.

Em diversas reportagens sobre o caso, especialistas afirmaram o contrário. No Fantástico do último domingo, foi dito que o material era inflamável, que a espuma não era antichama, fazendo inclusive alusão à boate Kiss.

Flamengo assume suas responsabilidades, mas não encontra respostas para questionamentos

Após a tragédia, o luto deu lugar a diversos questionamentos. O Flamengo ainda teima em não se pronunciar de forma clara e não responder a todos os questionamentos. Talvez porque simplesmente não tenha as respostas necessárias nesse momento.

Nesse ritmo, vai sofrendo toda sorte de acusações e julgamentos, alguns justos, mas a grande maioria precipitados e que demonstram um grande desconhecimento do que vinha e vem sendo o crescimento em termos de estrutura do clube.

De documentação o clube apresentou o Certificado do Conselho Municipal do Direitos da Criança e do Adolescente, vinculado a secretária da Prefeitura e o Certificado de clube formador da CBF. E só!

O Flamengo ainda diz ter oito dos nove documentos necessários para aprovação do novo projeto do CT, restando a do Corpo de Bombeiros, que já estava em fase de regularização. Por esse motivo, o alvará não foi concedido pela prefeitura. Em declaração, afirmou que não foi por esse motivo que o alojamento pegou fogo, mas não demonstrou o porquê.

É fato que o clube se comunica mal. Parece que ainda não entenderam o que está em jogo. E as pancadas estão cada vez mais forte.

Por outro lado, o Rubro Negro tem assumido toda responsabilidade e, em conjunto com a Defensoria Pública, dará o apoio necessários às famílias na questão das indenizações. Nessa manhã de terça-feira receberá uma mega vistoria de todas as autoridades para verificar se o Ninho do Urubu possui condições de permanecer aberto ou não. É um passo importante.

Há muitos pontos que ainda não fecham e outras instituições precisam assumir suas responsabilidades. Em entrevista, o atleta Pablo um dos sobreviventes, contou que a energia ficava indo e voltando e, quando voltou de vez, queimou o ar condicionado. A Light deverá se explicar.

O alojamento é antigo no clube, pelo menos desde 2011, quando servia para descanso do time principal. Os Bombeiros nunca estiveram no CT e não viram o local, que fica logo no início do centro de treinamento?

Da mesma forma os contêiner, que seria feito com material antichamas, mas o mesmo se propagou rapidamente como se fosse plástico. Por qual motivo não tinha saída de emergência? Ou detectores de fumaça? Quem era o responsável por essa estrutura? E olha que poderiam estar 60 crianças no local.

A perícia inicial constatou que houve um curto no sistema de ar condicionado. Segundo o clube, foi realizada manutenção preventiva na semana da tragédia. Nada foi notado de irregular? Quem fez a parte elétrica dos contêineres?

Quais os objetos da 30 multas aplicadas ao clube? Porque não houve a interdição por parte da prefeitura pelo não pagamento ou não cumprimento das obrigações?

São muitas perguntas ainda sem respostas.

O fato é que não existia uma situação precária ou desumana na estrutura do Flamengo. Matéria do Rodrigo Capelo, em seu blog no Globo Esporte, revela que o clube quintuplicou seus investimentos na base.

Segue trecho:

"A consultoria belga Double Pass foi contratada para melhorar a qualidade do treinamento, equipes juvenis passaram a disputar competições internacionais, equipamentos foram comprados para incrementar a preparação física. O dinheiro permitiu melhorias variadas, e a tendência era de contínua melhora, com um orçamento próximo de R$ 23 milhões em 2019"

Os responsáveis deverão ser responsabilidades, todos, mas já podem ser descartados o abandono e a falta de dinheiro por parte do clube.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

O dia que não terá fim: 10 jovens morrem no Ninho do Urubu.


É sem dúvida o dia mais triste da história do Flamengo.

Não teve derrota, eliminação, fracasso maior do ver corpos de crianças sendo retirados do Ninho do Urubu.

Foram dez jovens que estavam em busca dos seus sonhos, de se tornarem grandes atletas, que tiveram sua trajetória interrompida.

Eram 25 que estavam dormindo no alojamento: 12 escaparam, três estão internados e 10 faleceram.

É inacreditável acreditar que estamos vivendo o que aconteceu nessa sexta-feira.

É um dia de luto, onde, justiça seja feita, o Flamengo falou pouco e trabalhou muito. Não há qualquer relato de falta de atenção ou cuidado com os familiares dos jovens falecidos. Da mesma forma que não há qualquer relato pelos familiares dos sobreviventes de condições precárias mesmo na estrutura provisória.

Há sim muita confusão e desinformação, especialmente na utilização dos contêineres utilizados, como se fossem aquelas caixas de navios velhas, acabadas e rústicas. Entretanto, são os mesmos materiais utilizados em UPAs e UPPs no Rio. A sede do Rio 2016 foi toda construída em contêineres, sendo exemplo de sustentabilidade, ao contrário da utilização de alvenarias que, depois de utilizadas, são largadas no meio ambiente.

Outro ponto é o fato de que o Flamengo tem o certificado de clube formador desde 2015, que é exigido pela CBF e renovável de dois em dois anos, com diversas exigências. E o atual está em vigor.

E o mais triste: em poucos dias esse módulo seria desativado, viraria estacionamento e a base ficaria com o antigo CT dos profissionais.

Mas respostas precisarão ser dadas. É justo que o clube viva seu momento de luto, que tenha como prioridade o atendimento dos familiares, porém, já nesse sábado, o Flamengo terá que reunir sua papelada e apresentar sua versão: suas licenças, seus documentos, suas aprovações.

Flamengo tem esses alojamentos desde 2011. Estavam sem licença até agora? A área seria sim o estacionamento em função do novo CT inaugurado no ano passado. Estava tudo irregular? Ou poderiam ser utilizados até março?

A prefeitura informa que foram mais de 30 autos de infração. Quais os objetos desses autos? Por que não interditou? Tinha a ver com segurança do local e pode ter influenciado o incêndio?

É duro, mas o clube terá que se desdobrar em permanecer cuidando das famílias dos jovens atingidos pela tragédia e ao mesmo tempo apresentar sua versão e comprovar que estava tudo dentro do exigido pela lei. Isso tudo em meio a velórios, homenagens e muita, muita tristeza e dor.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Flamengo e Double Pass se apresentam em coletiva de imprensa no sábado

No próximo sábado, às 11h, o Flamengo vai apresentar oficialmente em coletiva na Gávea a parceria com a Double Pass, empresa belga responsável, em conjunto com o clube, por identificar e desenvolver jovens talentos, além de unificar o futebol Rubro Negro em um único DNA.

Fundada em 2004, a Double Pass avalia, assessora e educa clubes de futebol, ligas e (con)federações para otimizar seu desenvolvimento de jovens talentos a partir de uma metodologia única. Com base nos resultados de avaliação inicial, os experientes profissionais de futebol da empresa belga ajudam a implementar soluções sob medida tanto na gestão corporativa como no nível técnico esportivo.

A empresa foi a responsável por transformar o futebol alemão, campeão mundial em 2014, além da seleção belga e está desde setembro trabalhando na Gávea.

O jornalista Carlos Eduardo Mansur contou essa história em sua coluna no jornal O Globo.

Confira mais informações enviadas pela assessoria de imprensa do clube:

Início do trabalho 

Ainda em 2016, uma análise aprofundada foi feita a partir de entrevistas com funcionários, jogadores e treinadores e vídeos de treinamentos. A partir deste estudo, foram propostas melhorias focadas no gerenciamento corporativo e operacional do desenvolvimento do futebol rubro-negro. Em setembro de 2017, o Flamengo começou a pensar em um sistema para lapidar os talentos da base. A Double Pass criou então um padrão para organizar e otimizar o trabalho já realizado com muita competência pelos profissionais do clube no Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu.

"Um clube bem-sucedido é construído sobre uma ‘comunidade forte e leal de torcedores’ em um ‘sistema de desenvolvimento de talentos de última geração’, o que chamamos de ‘Academy’. A ‘Academia’ é a fábrica do clube, produz jogadores talentosos com o DNA do Flamengo. Ela cria o patrimônio socioeconômico do clube e garante o sucesso a longo prazo. E uma torcida forte e leal estimula o desenvolvimento e a integração de jogadores da base no time principal. A torcida rubro-negra e os jogadores das categorias de base são a alma do clube ", disse Hugo Schoukens, CEO da Double Pass.

Mãos à obra 

Um primeiro passo importante no projeto de consultoria foi a otimização da infraestrutura para um ‘Conselho Técnico’ no nível do clube e da ‘Academia’. Estão envolvidos neste conselho o técnico da equipe principal, o diretor de Futebol, o diretor do Futebol de Base, os profissionais dos setores de Inteligência e Performance, coordenadores técnicos e treinadores. A transição de atletas da base para o profissional é uma parte essencial das responsabilidades deste Conselho, assim como o desenvolvimento e monitoramento da filosofia de futebol do clube: o DNA do Flamengo, a cultura, o estilo e os princípios de jogo. Os valores atuais, a missão e a visão do Flamengo foram refinados e a proposta para as categorias de base foi definida respondendo a questões estratégicas, como: "o que torna a categoria de base do Flamengo única?".

Foram instalados indicadores de desempenho no que diz respeito ao desenvolvimento de talentos para o clube e o processo de monitoramento desses indicadores foi intensificado. A Double Pass também vai criar um contexto de alto desempenho para cada jogador das categorias sub-16, sub-17 e sub-20, com o objetivo de conectar a última fase da ‘Academia’ com as demandas do time profissional. Ao longo do processo, a conexão entre o Departamento de Futebol, o Centro de Excelência e Desempenho e o Centro de Inteligência é fundamental.

E depois?

Com base nos valores e cultura do clube e com a filosofia de futebol definida, o próximo passo será escrever uma espécie de manual com objetivos específicos para cada categoria. Neste material, os objetivos táticos, técnicos, físicos e mentais serão integrados e, então, traduzidos para a prática nos treinamentos. Depois, Flamengo e Double Pass irão definir a filosofia de desenvolvimento individual para cada atleta, a partir da criação de um sistema de avaliação com planos de ação individuais em toda a ‘Academia’.

Estarão presentes Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo, Fred Luz, CEO do clube, Luis Gustavo Nogueira, assessor da presidência para assuntos de futebol de base, Henk Mariman, chefe de desenvolvimento de futebol, e Hugo Schoukens, CEO da Double Pass, este último por vídeo-chamada.

Henk Mariman fez recentemente uma postagem no twitter:


quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Entre idas e vindas, base conquista a Copa São Paulo invicta e ainda ajuda o Flamengo a liderar o Carioca


Nem os mais otimistas acreditavam em uma boa campanha do Flamengo nessa Copa São Paulo. Isto porque os jogadores mais talentosos já estavam nos profissionais e, após se classificar para a segunda fase, mais seis atletas foram convocados para deixarem o sub-20 e se apresentarem ao elenco profissional: o atacante Lucas Silva, o goleiro Hugo Souza, o zagueiro Patrick, o lateral-esquerdo Michael, o meia Pepê e o atacante Wendel.

Após os seis que subiram para os profissionais, outros cinco garotos viajaram para compor o elenco que estreou no Estadual contra o Volta Redonda fora de casa.

Depois começou o rodízio, idas e vindas da turma da base para disputar o Carioca e a Copa São Paulo.

Essa turma conquistou nesta quinta-feira o tetracampeonato da principal competição de base do Brasil em quatro finais. Nos últimos oito anos, foram três títulos. Nos últimos três, foram duas conquistas.

Um feito imenso diante de tantos desafios e dificuldades. Mesmo com a melhor campanha, teve que jogar a semifinal no Canindé, contra a Portuguesa. Na final, apenas 10% para a torcida Rubro Negra.

O Flamengo conquistou de forma invicta, sofrendo apenas três gols em nove jogos, uma competição organizada pela Federação Paulista, com árbitros paulistas e direcionada para um paulista conquistar o título, cuja final é realizada no dia do aniversário da cidade de São Paulo. À exemplo de dois anos atrás, outra vez o Rubro Negro coloca água no chopp paulista contra um adversário local.

Sem contar que essa mesma garotada ajudou a garantir o 100% de aproveitamento nas três primeira rodadas da Taça Guanabara. O que engradece ainda essa conquista.

Na final contra uma equipe bem superior, os jogadores souberam se comportar de forma humilde, com muita garra e vontade. Fizeram o gol logo no começo e o São Paulo, em 25 finalizações, não conseguiu o empate

O nome do cara que tem mérito nisso tudo é o diretor executivo da base, Carlos Noval, desde 2010 na Gávea. Sempre discreto, não tem holofotes, roeu o osso com pouca grana e estrutura precária e agora colhe os frutos de um inegável investimento que vem sendo feito nos últimos anos, pra 2018 estão previstos R$ 20 milhões - há quatro anos era de R$ 8 milhões, seja para melhorar a estrutura, seja para captar bons valores.

E tem uma geração forte vindo ainda: semana passada a base Rubro Negra chegou à terceira final seguida da Copa Votorantim, principal torneio sub-15, porém acabou perdendo para o Palmeiras, após dois títulos seguidos.

Percebe-se claramente que não são conquistas pontuais ou uma geração de talentos, como foi em 1990. É inegável o bom trabalho de base do Flamengo, que durante muitos anos era engolida por Xerém, por Cotia e pelos Meninos da Vila. Hoje, finalmente, a base da Gávea chegou ao topo. Se ainda não é a melhor, é seguramente uma das três melhores do país.

terça-feira, 21 de março de 2017

O bom futebol da seleção sub-17. E a tentativa do Flamengo em segurar Vinicius Jr


Vinicius Jr volta da seleção sub-17 com o título do Sul-Americano, artilheiro e melhor jogador da competição. O jovem de 16 anos fez sete gols em oito jogos e ainda distribuiu três assistências.

O atacante Lincoln terminou com cinco gols.

A qualidade do Vinicius Jr já era conhecida, mas impressionou o bom desempenho do Lincoln, que não fez uma boa Copa São Paulo sub-20, porém, com adversários da sua idade, revelou ser um atacante com ótimas características.

Ele não é o atacante clássico fixo dentro da pequena área, pelo contrário: foram várias as vezes em que voltava, puxando os zagueiros e dava assistência para quem entrava.

A seleção sub-17 é uma geração de grandes talentos, Alanzinho, Paulinho, Vitão, e muito bem treinada. O padrão de jogo era sempre o mesmo toda partida: muito toque de bola, saída em velocidade, triangulações, toques envolventes que desmontavam a defesa adversária. Ao contrária da sonolenta sub-20.

Da Gávea, além da dupla, fizeram parte da seleção o Wesley e Patrick.

Em agosto de 2016 Vinicius Jr assinou por três anos. Ou seja, o clube da Gávea "tem" o garoto até os 19 anos com multa de R$ 102 milhões. Sua saída é certa, a questão é saber quando isso acontecerá e como o Flamengo vai prorrogar essa ida. O que devem fazer é encerrar esse contrato em agosto e assinar por mais três anos, assim, tentando segurá-lo até os 20 anos.

Infelizmente o Vinicius não foi inscrito no Estadual. Mas é bom lembrar que ele não teve férias, pois engatou a Copa São Paulo em janeiro e foi pra seleção logo na sequência. Vai ser inscrito pro Brasileiro e, se tudo der certo, para a segunda fase da Libertadores. Entretanto, é bom lembrar que em outubro tem o Mundial da categoria.

sexta-feira, 3 de março de 2017

Flamengo acerta contratação de jovem destaque da Copa São Paulo de Futebol Júnior

O Flamengo superou a forte concorrência e acertou a contratação do meia Brayan, um dos destaques da campanha semifinalista do Paulista na Copa São Paulo de Futebol Júnior.

O meia fez parte da seleção do campeonato dos principais analistas das categorias de base.

Segundo a ESPN, o Rubro Negro aceitou adquirir apenas 20% dos direitos econômicos da promessa de 19 anos, tendo prioridade para adquirir 40% até o fim da temporada.

Confira na opinião dos especialistas:







segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Mais do que títulos, o que importa são os talentos que despontam no Flamengo a cada Copa São Paulo


O Flamengo eliminou o Cruzeiro por 2 x 1, com um gol de peito do Vinicius Júnior aos 46 minutos do segundo tempo, e está classificado para as quartas de final da Copa São Paulo de Futebol Júnior.

O adversário sairá do confronto entre Corinthians x Internacional.

Após o título do ano passado e novamente a boa campanha este ano, não importando o que acontecer a partir de agora, é muito bom ver uma geração nova, bem abaixo do sub-20, com vários destaques.

E isso tem que virar regra. Já foi no ano passado com Vizeu, Sávio e Paquetá, ambos na seleção sub-20, além do Léo Duarte e Ronaldo, já treinando entre os profissionais.

Esse ano com Vinicius Jr, Patrick, Lincoln (que ainda não jogou o que sabe, mas distribuiu bons passes, não aproveitados), os bons volantes Hugo e agora o Jean, além do zagueiro Denner, do lateral Klebinho. Ano que vem será a turma do sub-15 com o Lázaro, Hugo, Arthur.

Não significa que todos precisam e nem vão virar craques cobiçados por time internacionais. Alguns serão vendidos, outros vão simplesmente compor o elenco, outros serão titulares do time profissional. O objetivo é sempre fabricar bons jogadores, ótimos talentos e craques para abastecer todos os fins.

O desafio continua o de sempre: saber a hora de subir, saber como e quando utilizar, saber a hora de vender. Esse ano terão à disposição Léo Duarte, Ronaldo, Vizeu, Sávio e Paquetá nessa. Vamos ver o que farão.



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A fama de Vinicius Jr já vinha há tempos, para quem acompanha as divisões de base. Ele é um dos frutos da tão falada "geração sub-15", que hoje é sub-17 e que segue jogando competições sub-20.

Com a Copa São Paulo, o talento do jovem jogador de 16 anos ficou escancarado para o Brasil e o mundo. São seis jogos, quatro de titular, cinco assistências, quatro gols, além da muita habilidade e belas jogadas. E em fevereiro / março que vem tem Sul-Americano sub-17.

Seu primeiro contrato foi assinado em agosto de 2016 e vai até 2019, conforme limite exigido pela FIFA. Somente quando fizer 18 anos poderá assinar além desse período. A multa atual é de R$ 102 milhões para transferência internacional. O assédio já está gigantesco. O que pode ser feito antes de efetivamente subir para o profissional e visando a proteção do Flamengo é, em agosto de 2017, reformular o contrato para mais três anos, aumentando o salário, a multa e assim sucessivamente até completar 18 anos, em virtude de não ser válido contrato de gaveta para as divisões de base, comum entre atletas estrangeiros (pois o limite legal é de apenas dois anos). O próprio São Paulo encontrou problemas na justiça quando confeccionou um contrato de gaveta para o Oscar.

O Flamengo tem em mãos um precioso talento. Mas tem também outras pedras preciosas que precisam ser lapidadas. Mais do que negócios, cifras, milhões, é o aspecto técnico, os campeonatos. Que essa geração dê muitos frutos para o clube.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Seção de entrevistas: categorias de base. Por Pedro Venâncio


Após entrevistar o jornalista Gabriel Fuhrmann, o blog segue sua seção de entrevista com especialistas das categorias de base.

O entrevistado de hoje é um dos maiores conhecedores do assunto no Brasil: Pedro Venâncio.

Confira:

Como especialista de divisões de base, qual sua avaliação do retrato atual do quadro no Flamengo?

O trabalho se consolidou em 2016 com o título da Copa São Paulo e a ascensão do Zé Ricardo aos profissionais, mas há dois anos já era possível perceber melhoras que se iniciaram lá atrás, na gestão Patrícia Amorim, e aumentaram na gestão Bandeira de Mello. Em 2009, o Flamengo tinha dificuldade até de transporte dos jogadores para os treinamentos, e isso mudou com a chegada do Noval. Ainda não é o cenário ideal, o investimento é baixo, se levarmos em conta o orçamento total do clube, e a transição de jogadores para os profissionais não é a adequada por vários fatores, incluindo uma pressão absurda por resultados imediatos e a contratação de jogadores como Leandro Damião, que reduziram o tempo de jogo, por exemplo, do Felipe Vizeu. Mas a evolução é inegável e a tendência é que as coisas melhorem mais ainda nos próximos anos.


O clube conquistou o estadual sub-13, 14, 15, 17, a OPG sub-20 e a Copa SP. O desafio é fazer a transição. Como funciona esse processo e quais erros o Flamengo não pode mais repetir?

A transição é um desafio mundial, e não há receita pronta. Futebol não é uma ciência exata, e o que serve para um, pode não servir para outro. Mas basicamente o Flamengo precisa apostar na molecada que tem. É subir o Paquetá, que tem muita projeção, e efetivar como o reserva do Diego, dando chances reais ao moleque. É subir o Ronaldo, que tem condições de ser o substituto natural do Márcio Araújo, e não contratar alguém para barrar essa progressão, como foi feito no ano passado, não só com o Damião. O Flamengo contratou o Antônio Carlos, vindo do Avaí, que mal jogou, sem sequer olhar para o Léo Duarte, que foi o melhor zagueiro da Copa São Paulo. Quando o reforço é indiscutível, como o Conca ou o Rômulo, ok, o jogador da base até pode ficar no banco para aprender. Mas se for para apostar, a prioridade deveria, em tese, ser da base.


O Flamengo ainda carece de uma estrutura para oferecer aos seus jogadores da base. As obras do seu CT devem começar ano que vem. Mas parece ter melhorado a captação de talentos. Com a estrutura formada, o caminho para o sucesso passa pelo CT da base para acolher e formar esses jogadores?

Passa, sem dúvida, mas não é só isso. Uma boa estrutura atrai jogadores e principalmente seduz as famílias dos jogadores, que entendem que seus filhos estão bem acolhidos quando veem, por exemplo, um CT de Cotia, do São Paulo, ou do Caju, do Atlético-PR. Mas é necessário também que o jogador se integre ao clube e perceba que é parte da instituição. A relação não pode ser só "damos do bom e do melhor e você tem que ir lá e jogar bola". É necessário um método, uma compreensão de que jogadores de base irão oscilar naturalmente, e a confiança de que o trabalho realizado pode dar certo. No Flamengo hoje, eu vejo esse planejamento muito bem executado por profissionais como o Léo Inácio e o Kadu Borges. E o resultado vem não só em títulos, mas também na presença de atletas nas seleções de base.


No começo do ano a ideia era padronizar tática das divisões de base com o time adulto. O caminho é esse? Não engessa demais?

Com o perdão da expressão, eu acho esse discurso de padronização tática uma picaretagem do tamanho do mundo. O futebol é feito por gente, e gente que pensa diferente, joga diferente. Então, por mais que se tente traçar referências posicionais iguais, não sairá um jogo igual, porque as decisões são diferentes. No Barcelona, que virou referência para tudo, eles revelaram uma grande geração (a 87/88), alguns craques esporádicos (Xavi é /80, Iniesta é /84, Thiago Alcântara é /91) e quem mais? O Ajax, outro que fala em alinhar esquemas, não revela um jogador holandês de ponta desde o Sneijder, que já vai fazer 33 anos. Essa padronização foi vendida por quem estava no comando dos profissionais do Flamengo na ocasião, e quem está na base, por ser o lado mais fraco em toda e qualquer discussão, não se pronuncia por medo de perder o emprego. Mas é óbvio que é necessária autonomia para que os treinadores das equipes as adaptem às características de seus jogadores, mantendo, sim, uma filosofia de jogo alinhada. E no Flamengo, um clube grande, essa filosofia precisa ser a de propor, construir o jogo para formar o atleta com o maior número de recursos técnicos possível e um entendimento tático global do que é a partida.


Para 2017 a ideia é utilizar mais o Léo Duarte, Vizeu, Ronaldo e Paquetá. Além destes, quem você apostaria para o ano que vem?

Aposto na recuperação do Matheus Sávio e no Cafu, que é um jogador que conta com a admiração do Zé Ricardo e se encaixa na filosofia de jogo proposta por ele. Gosto também do volante Hugo Moura e do meia-atacante Lucas Silva, que podem surpreender. O lateral-esquerdo Michael é outro que tem muita projeção.


Qual sua avaliação do Vinicius Júnior? 

Em oito anos cobrindo base, é o jogador que mais me impressionou. É completo nos fundamentos, rápido, habilidoso, criativo e objetivo. Se aprender a jogar sem a bola (ainda tem muitas dificuldades), vai ser um jogador de seleção brasileira. Também pode aparecer nos profissionais em breve.


Qual avaliação que faz do trabalho do Carlos Noval e da comissão técnica?

Um bom trabalho, organizado, que começa agora a colher frutos. Mas que ainda precisa de um suporte maior dos profissionais na transição, e esse momento, com o Zé Ricardo no comando, é o ideal para que isso aconteça.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Eis um problema da transição no Flamengo: Jorge, eleito o melhor lateral do campeonato, só virou titular por acaso no Flamengo

Jorge conquistou hoje o prêmio de melhor lateral esquerdo do campeonato brasileiro, em festa da CBF dos melhores do Brasileirão.

O lateral é um típico caso de como o Flamengo trabalha sua base.

Em meados de 2015 havia três opções para a lateral: Anderson Pico, que estava machucado, Thallyson que não correspondia e a documentação do Armero que ainda não estava liberada.


Desta forma, Jorge só virou titular da equipe da Gávea por acaso. Não houve quem pudesse olhar para o garoto e enxergá-lo como opção, sem precisar de gastar com jogadores médios, mesmo o lateral tendo disputado o Mundial sub-20 com a seleção brasileira.

Imagina se não tem algum garoto da base que jogue melhor do que o Gabriel, por exemplo, que vai para seu quinto ano de Flamengo e até hoje não mostrou a que veio. Ainda: será que teriam cinco anos de paciência se fosse com outro atleta da base?

E assim podemos estender ao Cirino, Émerson, Chiquinho.

Problema de transição da base para o profissional não é só problema do Rubro Negro não.

Gabriel Jesus, o craque do Brasileirão, só foi inscrito no campeonato paulista graças à documentação do Cleiton Xavier que não ficou pronta até o prazo de inscrição dos jogadores.

Osvaldo de Oliveira resolveu então chamar o garoto, de 17 anos, que já havia se destacado na Copa São Paulo.


Talvez o Santos e o Fluminense sejam os clubes que melhor apostam em sua base e acreditam que vão dar conta no profissional, porque conhecem o que estão formando.

É desta forma que o Flamengo deve utilizar o Estadual. Acreditando nos bons valores da base, não lançando uma porção de jogadores indiscriminadamente, mas escalando alguns jogadores adultos com outros já rodados da base: Vizeu, Paquetá, Matheus Sávio, Ronaldo, Léo Duarte, Daniel e quem sabe Vinicius Júnior, Lincoln.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Seção de entrevistas: categorias de base. Por Gabriel Fuhrmann


O blog começa uma hoje uma seção com entrevistas de profissionais ligados às categorias de base dos principais clubes brasileiros.

A ideia surgiu após esta postagem sobre o ano de ouro das divisões de base do Flamengo. O clube conquistou os estaduais sub-13, 14, 15, 17, o Torneio OPG sub-20 e a Copa São Paulo no começo do ano, além de ter terminado em segundo lugar no estadual sub-11, 12 e 20.

O entrevistado de hoje é o jornalista Gabriel Fuhrmann, que acompanha uma das melhores categorias de base do país: a do São Paulo.

Confira:

Há quanto tempo acompanha a base do São Paulo?

Comecei a acompanhar por volta de 2004, mas pra valer mesmo foi em 2006, quando comecei a fazer faculdade.


O São Paulo foi um dos primeiros, se não o primeiro, a investir em estrutura para as divisões de base. O Flamengo vai começar a construir seu CT em 2017, além de dispor um valor de R$ 15 milhões, o maior da história. Ter um CT é um investimento diferencial para o sucesso na base? Qual valor o tricolor paulista investe?

Com certeza investir financeiramente é um grande diferencial e por vários fatores. Por exemplo, os melhores atletas querem ir para o lugar onde terão melhor estrutura para se desenvolver. O desenvolvimento físico dos jogadores é maior. Adaptação dos jovens à rotina de jogador de futebol. São diversos pontos que tocam o investimento financeiro, que tornam uma base melhor, porém todo o investimento não vale nada se a gestão for mal feita.


O Flamengo conquistou o estadual sub-13, 14, 15, 17, a OPG sub-20 e a Copa SP. Tem uma geração que é considerada uma das mais talentosas, com destaque para Vinicius Jr, além de Vizeu, Matheus Sávio e Paquetá. O principal desafio é fazer a transição correta. Como funciona esse processo no SP e quais erros o Flamengo não pode mais repetir?

No São Paulo o processo não funciona, houve uma mudança muito recente ainda na visão do próprio time quanto a isso. O primeiro erro que não se pode cometer é preterir um potencial da base, por um jogador de qualidade duvidosa vindo de outro time. Por exemplo, se for para o Paquetá não jogar, que seja porque o Flamengo tem um jogador muito superior a ele, um cara que seria titular em 95% dos clubes do Brasil, do contrário, tem que colocar o menino pra jogar sim. O segundo é não ter medo, o mantra não está pronto atrapalha mais do que ajuda, essa história de não estar pronto é meia verdade, pois o atleta só fica pronto jogando, ninguém fica pronto assistindo videotape e treinando. Então falar que não está pronto e não dar a solução para que fique, é a mesma coisa que dizer que nunca vai servir, melhor contratar de fora.


No começo do ano a ideia era a padronização tática das divisões de base com o time adulto. O caminho é esse para o sucesso? Não engessa demais? Qual sua opinião?

Esse com certeza é um dos caminhos para o sucesso porque aumenta muito o aproveitamento dos jogadores no time de cima. Acontece muito de você formar um grande talento na base, mas que está acostumado a desempenhar um papel que não existe no time principal, então não tem como subir o jogador. O que realmente engessa, é, apesar de você ter um padrão definido, você tirar a liberdade criativa do atleta, impedir que ele faça o jogo que é natural para ele. A saída é que você consiga adaptar o jogo natural do atleta, para a função que você precisa que ele desenvolva.


Qual sua avaliação das divisões de base do Flamengo?

Houve uma melhora bem grande em vários sentidos, sendo o principal deles a captação de atletas. O Flamengo, além de estar indo muito bem no sub-20, está formando gerações de alto nível no sub-17 e sub-15, tendo alguns dos melhores atletas do país em suas categorias, como Lincoln, Vinicius Jr e Lázaro. No entanto, é bom atentar para o fato de que o Flamengo já teve equipes vitoriosas anteriormente, talvez em um trabalho menos sólido, mas teve e a transição não ajudou os atletas como Adryan, Lorran, Frauches, Lucas Quintino, etc.


O Flamengo contratou a empresa belga Double Pass para aprimorar o trabalho das categorias de base. Conhece a empresa? É um bom caminho?

É uma boa alternativa sim e quando se fala de Double Pass, se fala de um dos trabalhos mais bem feitos de base no mundo. Eles são responsáveis pelo trabalho tanto da Alemanha quanto da Bélgica, que resultaram em jogadores fantásticos. O trabalho deles é a longo prazo, tem o mínimo de dois anos para que tenha ao menos um ciclo completo de avaliação e comece a agir em mudanças efetivas. Eu gosto da alternativa, é uma forma de profissionalização, baseada em estudos, já que a Double Pass é ligada diretamente a uma universidade e seu curso de gestão esportiva.


O Santos parece ser o melhor modelo de gestão das categorias de base, principalmente por ter uma transição para o profissional certeira, que aproveita bem os grandes talentos. Você que é do estado de São Paulo e acompanha mais de perto, o Santos é de fato o melhor modelo? Qual o diferencial pra gerar tantos bons jogadores no time adulto? 

O Santos, como todos os times, tem seus erros e acertos. O que o Santos tem de diferente do São Paulo, por exemplo, é a liberdade dos garotos. Em Santos o clima sempre foi mais ameno para a garotada, sempre houve uma liberdade criativa, que por um bom tempo o São Paulo cerceou nos seus meninos, mas hoje tem mudado sua visão nesse aspecto. O que diferencia o Santos é essa formação e a coragem de lançar jogadores, que parte da filosofia do técnico. Se for um técnico com outra filosofia, o Santos não vai revelar, assim como outros times. Mesmo adotando essa postura, o Santos também comete seus erros, por exemplo desperdiçou Felipe Anderson e Emerson Palmieri, ambos foram pro futebol italiano, ainda hoje existem algumas posições onde atletas de fora, com menos qualidade do que os formados em casa, são titulares, mas em um balanço geral o Santos é um dos times com mais coragem de usar a base, mas considere também que a pressão popular é muito menor do que em outros times. Agora ser um modelo é difícil dizer, cada clube e cada base tem os seus respectivos problemas. Funciona como a teoria da caixa de bombom (onde você pega apenas os bombons que gosta de cada caixa), você pode pegar um pouco do que acha interessante da gestão de cada clube e formar assim uma gestão que seja totalmente eficiente no seu clube.

domingo, 4 de dezembro de 2016

Flamengo tem ano de ouro em suas divisões de base, desafio agora é acertar na transição


O Flamengo viveu um ano muito feliz nas divisões de base. A equipe conquistou os Estaduais sub-13, sub-14, sub-15, sub-17, ficou em segundo no sub-20, porém ganhou o Torneio Otávio Pinto Guimarães sub-20, além da Copa São Paulo no começo do ano.

Ainda sem um Centro de Treinamento qualificado para suas promessas - a expectativa é que a obra das divisões de base comece em 2017, o clube já começa a desfrutar do bom trabalho realizado Carlos Noval, diretor executivo do Flamengo, bem como da boa captação de talentos pelo Brasil.

Além dos títulos, o mais importante é que uma boa safra está surgindo. Segundo os analistas que acompanham a base - fora da Gávea, o sub-20 nem é tão talentoso, mas as divisões abaixo são preciosas.

Mesmo perdendo o estadual da categoria para o Botafogo nos pênaltis e sendo eliminado do Brasileiro e da Copa do Brasil, o Rubro Negro conquistou o Torneio OPG sub-20 vencendo o Vasco.

Destaque é o atacante Daniel dos Anjos, que estoura a idade de júnior e em 2017 terá que ser integrado à categoria adulta. Além do meio campo Gabriel Ramos.

Lembrando que já estão na equipe adulta o zagueiro Léo Duarte, o volante Ronaldo, o meia Paquetá e o atacante Vizeu.

No sub-17 o resultado é o mais expressivo. A equipe não perde há mais de um ano, conquistou o estadual de forma invicta, levando a Taça Guanabara e a Taça Rio. Foram 25 jogos, com 17 vitórias e oito empates.

Na decisão do segundo turno, o Rubro Negro atropelou o Vasco, ganhando o primeiro jogo por 4 x 0 e o segundo por 6 x 1.

Destaques para Lincoln, artilheiro da competição com 22 gols, Bill com 15 gol, Vinicius Júnior - a maior promessa, com 13 gols e Yuri com nove gols.

No sub-15, o Flamengo conquistou a Taça Guanabara contra o Fluminense. Na final do estadual contra o Botafogo, empate em 2 x 2 no primeiro jogo e vitória por 2 x 1, que valeu o título do campeonato.

Arthur foi o artilheiro com 15 gols.

No sub-13, o Flamengo derrotou o Vasco na final vencendo por 2 x 0 e no sub-14 por 1 x 0.

No sub-11 e sub-12 foi finalista, entretanto perdeu ambas as finais para Vasco e Fluminense, respectivamente.

O desafio é acertar na transição, no tempo certo, além da necessidade de condições estruturais e fisiológicos para a quantidade de bons jogadores que surge nas divisões de base.

Ao mesmo tempo que não dá pra colocar um punhado de jogadores da base no time adulto sem qualquer experiência, uma proteção excessiva também não é o correto. O campeonato carioca está aí para ser uma boa oportunidade para essa garotada

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Flamengo Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior 2016


De forma emocionante o Flamengo conquistou o tricampeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior ao vencer, nos pênaltis, o Corinthians em pleno Pacaembu, depois do empate em 2 x 2 no tempo normal.

Eliminou o São Paulo, Bahia e América-MG, três forças das divisões de base do Brasil e a boa equipe do RB Brasil, culminando com a vitória sobre o Corinthians na grande final. Uma campanha de destaque.

Foi insuportável ver a postura do time, pois vencendo ou perdendo jogava da mesma forma. E foi assim durante o campeonato inteiro.

O Flamengo atuava bem quando levou os dois gols. E não se desesperou, continuou a jogar da mesma forma, com calma e tranquilidade na saída de bola.

E voltou eletrizante e disposto a ser campeão no segundo tempo. Fez três gols em oito minutos, só que um foi mal anulado. Um absurdo!

O goleiro Thiago, antes de salvar na cobrança de pênaltis, quando o placar apontava 2 x 1, fez uma defesa sensacional e decisiva. Na sequência o Flamengo empatou.

Um time organizado e bem postado taticamente produz isso que estamos vendo: uma equipe que sabe como deve jogar, mesmo o jogador que vem do banco. Parecido com o Tite no Corinthians.

Méritos para Zé Ricardo que conseguiu implantar essa filosofia com esses atletas. E com a organização dentro de campo surgem diversos jogadores que até então eram vistos como limitados, mas que dentro de um contexto tático bem armado pelo treinador viraram grandes promessas para o time adulto.

Apesar disso, não é hora de subir ninguém para o time principal. Não adianta, por exemplo, colocar o Ronaldo como primeiro volante em um Flamengo que ainda está em processo de montagem com Muricy Ramalho.

Agora que vem o grande dilema: a transição, tão dramática para o Rubro Negro.

Do time campeão da Copinha de 2011 não sobrou uma viva alma para contar história no time adulto. Agora o erro não pode se repetir.

Para isso não basta apenas saber a hora de subir, mas investir em estrutura para transformar esses jogadores fisicamente, fisiologicamente e psicologicamente, porém sem atrapalhar o talento técnico de cada um.

Para isso é importante ter o Zé Ricardo à frente dessa transição, acompanhado de investimentos em estrutura do CT da base e principalmente ter a EXOS ao lado para embutir a nova filosofia aos jogadores que futuramente integrarão a equipe principal.

sábado, 21 de novembro de 2015

O sonho do Flamengo em verticalizar o esquema tático da base ao profissional. E o exemplo do Santos

Na apresentação do vídeo da chapa azul, o futuro vice-presidente de futebol. Flávio Godinho, disse que um dos planos para a próxima gestão é verticalizar o esquema tático das categorias inferiores.

Futebol ofensivo, meias canhotos, foco no talento e não na força física. Foram alguns dos atributos desejados pelo Godinho.

E citou, evidente a maior referência no assunto: Vila Belmiro.

O Santos está classificado para finais do Paulistão em todas as categorias de base. Quem coordena as divisões inferiores é o gerente Ronaldo Lima, que assumiu o clube em maio.

A primeira meta do ex-coordenador da Seleção Brasileira de Futebol Feminino e supervisor da Seleção Brasileira ao lado do ex-diretor Américo Faria foi reduzir o número de atletas de 230 para 150.

Ao lado dele está o coordenador Marcos Bechara, que explicou essa redução:

“Decidimos reduzir o número para ter um controle mais efetivo de cada garoto, levando em conta sua evolução física, técnica, tática e de comportamento dentro e fora de campo. Algo na linha: como se vestem ou como respeitam as ordens dos treinadores. Todos os jogadores conhecem a história do Santos e isso ajuda a entender o que significa vestir essa camisa”.


BIOTIPO 

"A gente prioriza a qualidade com a bola no pé e somos contra a robotização dos jogadores, que ficam muito forte e perdem a habilidade. Se isso fosse importante para nós, o Neymar teria sido barrado", disse Ronaldo Lima.


FAMA

A fama do Santos é um dos seus grandes trunfos. O zagueiro Fernando, do Sub-17, passou no teste do Flamengo e do Fluminense, mas decidiu deixar a família em Linhares, no Espírito Santo, e se aventurou em terras paulistas. "Todo mundo quer jogar aqui. Motiva ver um cara como o Gustavo Henrique, que assim como eu, saiu da base do Santos e hoje é titular do principal".


NOVO TREINADOR DO SUB-20 CONTRATADO APÓS SELEÇÃO

Recentemente o carioca Marcos Soares, 40 anos, assumiu o sub-20 dos Santos. Mas não foi escolhido por indicação ou porque estava disponível no mercado, pelo contrário, passou por um processo de seleção como em qualquer grande empresa: deixou seu currículo e foi convidado, junto de outros quatro treinadores para uma entrevista na Vila.

Na apresentação por 40 minutos, com apoio de projeções e vídeos, passou por uma sabatina pelo gerente e coordenador da base e até pelo Dorival Júnior, para identificar nos candidatos o perfil traçado pelas categorias de base santista.

Duas semanas depois ligaram para ele dizendo que havia sido o escolhido.

Em entrevista, afirmou que existe a pressão por seguir a história do futebol do Santos, que é jogar de forma ofensiva. Já colocou um atacante aberto de segundo volante e um meia-atacante de lateral esquerda.

"Aqui, os marcadores não aprendem apenas desarmar. Eles são ensinados a se antecipar ao adversário e já dar início a jogada. O garoto sabe que se aparecer bem, será utilizado no principal. Tem clubes que são campeões de muita coisa na base, mas não aproveitam ninguém", afirmou o treinador.

Marcos Soares se capacitou. Passou 40 dias na Espanha. Depois assistiu aos treinamentos de Guardiola no Bayern de Munique.

Segundo Soares, a estrutura alvinegra conta com sala de estudos, psicólogo, alojamentos, academia e três campos para treinamentos, mas o diferencial é a integração entre toda diretoria da base e do profissional. A troca de informações é constante e as reuniões são periódicas.


PADRONIZAÇÃO TÁTICA

Para padronizar o desempenho das categorias, o Santos adotou um padrão tático para todas as equipes. O objetivo é diminuir a dificuldade de transição dos atletas de uma categoria para a outra, além de dar consciência tática a eles.

Para que a filosofia se encaixe, todos os departamentos da base se reúnem semanalmente. No encontro, os técnicos apresentam "relatórios" do que foi trabalhado e está sendo projetado. Discutem trabalhos técnicos, táticos, esquemas de jogo e a simples troca de experiências.

Os médicos e fisiologistas das divisões inferiores também participam e apresentam relatórios da preparação física por categoria dos jogadores e tenta apresentar maneiras de melhorar ainda mais o condicionamento deles.


REDE DE AVALIADORES

Não existe mais a tradicional peneira. No Santos funciona um setor específico de avaliação, com ex-atletas do clube, uma equipe de profissionais capacitados para fazerem uma seleção criteriosa, onde observam os garotos e se preocupam em formar especialistas nas posições.

Pelo discurso do Godinho e tudo que vimos, é evidente que o Santos é seu modelo.

Eis um caminho para o Flamengo começar a seguir: ter um gerente competente, identificar os atributos para suas divisões de base, contratar treinadores para a base que sigam e formem jogadores seguindo esses atributos, formar uma rede de olheiros e analistas especializados, terminar o CT da base e assim começar a pensar em voltar a revelar jogador.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Carlos Eduardo, as categorias de base e o esquema de Dorival, agora convicto

Segue as notícias nesse pós-carnaval:

A primeira é o treinamento intensivo do Carlos Eduardo no período de festas em pleno Rio de Janeiro, que antecipou em duas semanas a possibilidade de estréia.

Abrindo um parênteses. Onde Ronaldinho passou o carnaval? Nada saiu na imprensa mineira, ninguém se importou com isso. E o Adriano, hein? Será que passou o carnaval no Mosteiro de São Bento? Pois é, não estavam no Flamengo, quem liga? É estranho demais isso.

Vida que segue. Como a comissão técnica não pôde acompanhar os treinamentos do jogador por conta do jogo contra o Friburguense, a novidade é que a movimentação do Carlos Eduardo foi filmada para ser analisada pelo staff do Dorival, segundo informações do Globo Esporte.

A segunda é o bom trabalho, entre acertos e erros, do Pelaipe. Agora o diretor de futebol está cuidando da base. Ele já acertou a contratação do Marcos Biasotto que estava no Grêmio e parte para profissionalizar as categorias de base sob o auxílio do Rafael Vieira, analista de desempenho que também foi contratado.

Foi criado uma central de dados com controle de idade. E também um modelo único de contratos de produtividade, com salários no mesmo patamar. Todos receberão praticamente a mesma base salarial, R$ 20 mil, quem vai tornar desigual a renda no contra-cheque ao final do mês serão os próprios jogadores, quando forem titulares e convocados para a seleção brasileira. É a meritocracia, atingindo desde o alto escalação dos executivos remunerados até as categorias inferiores, segundo informações do Extra Esportes.


A terceira e talvez a mais importante é que Dorival tem mantido a convicção do esquema com três atacantes - coisa que não teve ano passado, e pensou nos reforços dessa forma. Belo trabalho do treinador em união com o Pelaipe e Wallim na montagem do elenco.

Tem dado certo nesse começo, se vai continuar tendo sucesso até o final é outra história, mas esse esquema já tem o mérito de ter despontado um brilhante jogador como o Rafinha, um matador como o Hernane e com as entradas do Carlos Eduardo e o mais pra frente do Gabriel, a situação só tende a melhorar.