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sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Copa Sul-Americana 2017: Atlético Junior 0 x 2 Flamengo


"Jogo decisivo não se joga, se ganha".

Esse foi o lema de Rueda desde que chegou ao Flamengo. Ontem, mais do que nunca, o time seguiu à risca para vencer o Atlético Junior por 2 x 0 e chegar à final da Copa Sul-Americana contra o Independiente.

Uma partida complicada, diante de um adversário que, após o confronto no Maracanã, acreditou pra valer que poderia derrotar o Rubro Negro.

E pelo lado do Flamengo, um time que em momento algum da temporada passou confiança. Que sempre nos duelos decisivos, mais importante, pipocava, não aguentava a pressão e, principalmente, não conseguia decidir.

Quem colocou a bola em baixo do braço e resolveu? A turma da base, que pede passagem e está sendo muito melhor aproveitada agora com Rueda.

Os últimos seis gols foram feitos por jogadores revelados na Gávea. Vizeu foi responsável por quatro gols nos últimos três jogos da Sul-Americana: contra o Fluminense e três contra o Júnior.

Bom para lembrar do que o Flamengo é formado, conhecido, voltando às origens. Na hora que precisa, é essa turma que está resolvendo e tentando salvar o ano Rubro Negro.

À exemplo da última conquista internacional: foi campeão da Mercosul em 1999 após a saída do Romário, que possibilitou a efetividade do jovem Reinaldo, marcando gols decisivos com o Lê.


O JOGO

Bastava um empate pro clube da Gávea garantir a classificação. Rueda preferiu compor o meio de campo do que jogar pro contra-ataque. Estratégia que poderia dar certo, pois, melhor do que um time todo fechado e jogando apenas no contragolpe, seria valorizar a posse de bola, impedindo levar sufoco.

Planejamento razoável, se não fosse a péssima atuação de Diego e Éverton Ribeiro. Eis o problema: o time não conseguia valorizar a bola e não resolvia sua vida no contra-ataque.

Logo no primeiro lance da semifinal, falta boba de Cuellar. No gol, César, há dois anos sem jogar uma partida (!!!) conseguiu uma defesa dificílima e impediu o primeiro gol que colocaria o Flamengo em situação terrível. Foi o cartão de visitas do goleiro de 25 anos.

Em 20 minutos, com 72% de posse de bola, o Atlético Junior já havia chutado sete vezes no gol do César. Tentava de qualquer forma, de todos os cantos. Porém Cesar não é Muralha.

A primeira troca de passes Rubro Negra no ataque foi aos 27 minutos, que não resultou em grande coisa. O único lance de perigo do primeiro tempo foi iniciado com Paquetá, que colocou na medida para Vizeu chutar e o goleiro colombiano realizar grande defesa.

Enquanto os principais jogadores do meio de campo não resolviam, Paquetá chamava o jogo, comandando praticamente sozinho as funções ofensivas. Impressionante o crescimento do garoto. Não se intimidou com a marcação, não caía no primeiro encontrão e a bola prendia no pé dele.

O primeiro tempo encerrou com 11 finalizações dos colombianos, poucas com perigo.


Jogar dessa forma, longe da sua área e tendo que correr atrás do adversário, esgota fisicamente. Paquetá já estava cansado e não tinha mais pernas para empurrar o time pro ataque. Diego e Éverton Ribeiro seguiam péssimos e o começo do segundo tempo foi complicado demais.

Com Chará e Teo caindo nas costas do Trauco e arrumando boas tabelinhas pelo meio, o Flamengo viveu momentos tensos. Estava nas cordas, sem reação, sem forças.

Eis que Vizeu, somando habilidade pra fugir da marcação e uma velocidade que nunca apresentou, arrancou da intermediária, invadiu a grande área e meteu por entre as pernas do arqueiro do Junior para abrir o placar.

Por um breve momento, o contra-golpe surpreendeu os colombianos e silenciou a torcida. Porém, sem jogadores do Flamengo para assumir uma postura mais ativa no meio de campo, não demorou muito para o Junior voltou a exercer pressão.

E foi um sufoco. A dupla Cha-Teo infernizava a defesa. A marcação avançada sufocava a frágil saída de bola. Cuellar errava passes, não encontrava brechas para uma saída de bola qualificada. E novamente Diego e Éverton Ribeiro em nada contribuíam para o desafogo e Paquetá, principal jogador da posição, já estava sem pernas.

Quem tirava tudo era o inacreditável Juan, que conseguiu nada mais nada menos do que 18 desarmes, no auge dos 38 anos, em uma semifinal de competição sul-americana. Além do Rhodolfo, que se jogou em um lance que era certeza de gol dentro da pequena área.

Segundo o Footstats, foram 50 rebatidas e 28 desarmes certos.

E aí veio a falha do Rueda, que tem grande dificuldade fazer substituições. Permitiu que o time sofresse uma eternidade, que não tivesse saída de bola e nem jogador de velocidade.

Quando mudou, entrou com Márcio Araújo no lugar do Éverton Ribeiro aos 33 minutos. Depois só aos 40 minutos tirou Paquetá para entrar com Rodinei.

Aos 42 minutos, pênalti para Junior. E vem a grande história dessa semifinal. O quarto goleiro, dois anos sem jogar, chamado às pressas para ser o titular e salvar o patético Muralha, pula pra esquerda e pega o pênalti de Chará.


Um gol ali poderia ter complicado o final de jogo e tornada dramática uma classificação praticamente assegurada.

Até que Rodinei, que poderia ter entrado antes, avança pela direita e toca na medida para Vizeu fazer 2 x 0 e liquidar a fatura. Um alívio.

Uma classificação pouco provável pelo histórico do Flamengo em competições sul-americanas, pelo péssimo retrospecto em jogos fora de casa e pela falta de definição das partidas.

Dessa vez não foram 25 chutes, à exemplo do jogo contra o Santos. No entanto, um time que soube aproveitar as poucas oportunidades que teve.

Foi a vez do Junior provar do veneno, ao tentar 24 finalizações, afundar o time da Gávea na defesa e não conseguir o gol:




Um Flamengo que conseguiu nesses dois jogos contra a boa equipe colombiana o que não vinha conseguido nessa temporada: uma virada e uma vitória fora de casa.

Caso conquiste a Sul-Americana, além do título, o Rubro Negro garante a vaga na Libertadores, e vai disputar a Recopa contra o Grêmio, a Copa Suruga no Japão contra o vencedor da Liga Japonesa e a Supercopa Euroamericana contra o Manchester United.

Ademais, impressiona essa história de Reinaldo Rueda que foi um dos precursores em abrir mão do título da Copa Sul-Americana do ano passado para a Chapecoense, e agora conquistou a vaga para a final da mesma competição, em seu país, e a história pode lhe dar esse título que foi ofertado. Sensacional!

O treinador colombiano em três meses chega à segunda final seguida no Flamengo. E chegou a três das últimas quatro finais sul-americanas: Libertadores 2016 e 2017 e Copa Sul-Americana 2016 e 2017.

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Os pontos fortes e fracos de Flamengo e Atlético Junior, segundo a imprensa de uma mobilizada Barranquilla

A mobilização em Barranquilla é impressionante. Imprensa e torcida estão concentrados desde cedo para a segunda partida da semifinal da Copa Sul-Americana, nesta quinta-feira, às 22h:30min.

E teremos casa cheia no Metropolitano: praticamente todos os ingressos já foram vendidos.

A prefeitura de Barranquilla decretou "tarde cívica" na cidade, com objetivo de fomentar e garantir a participação ativa e entusiasmada da comunidade e principalmente dos torcedores do Atlético Junior.


Os funcionários públicos de serviços não urgentes serão liberados. O serviço de metrô foi estendido para que a torcida tenha como retornar após a peleja.

Para a imprensa local, é o jogo mais importante da história do Junior desde 17 de agosto de 1993, quando foi eliminado da semifinal da Libertadores para o Vélez: "A partida contra o Flamengo não é mais uma partida, mas é um desafio pela felicidade de sua torcida e por elevar a grandeza do nome do clube em sua história", destaca trecho do jornal El Heraldo.

Mesmo com a derrota de virada no Maracanã, a equipe colombiana saiu orgulhosa da atuação e passou a acreditar na classificação para a final: "Os rojiblancos demonstraram no mítico Maracanã que tem futebol, caráter e um grupo forte para desmontar a vantagem do Flamengo", completou a matéria.

Confira a capa do El Heraldo, principal jornal da cidade:


Que também fez uma matéria especial sobre os pontos fortes dos semifinalistas:


E fracos, destacando a possível marcação avançada dos colombianos para pressionar uma possível saída de bola dos zagueiros e, óbvio, o problema do gol Rubro Negro:



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Se fosse para apostar, colocaria as principais fichas na classificação do Atlético Junior. O Flamengo de hoje não é nada confiável, principalmente por ter perdido sua grande referência de postura vencedora, que era o Diego Alves.

Jogando fora de casa então, o desempenho tem sido sofrível. Com a vantagem do 2 x 1, é típico do Rubro Negro jogar recuado, fechado, buscando somente e exclusivamente o contra-ataque. E se o placar lhe favorecer, vai ficar fechado até o final, como time pequeno e indefeso. E se tomar um gol logo no começo, capaz de desmontar.

Dentro de campo, qualquer outra coisa que não seja César no gol será um troço inacreditável. No ataque, dizem que Rueda deve vir com Lincoln e Vizeu, tendo Paquetá e Diego no meio e Cuellar e Arão de volantes. Seria o time ideal. Alterando jogadores de qualidade com bom passe e atacantes de velocidades e com boa finalização.

De qualquer forma, estamos na torcida para que o Flamengo nos surpreenda e consiga a classificação para a grande final da Copa Sul-Americana.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Copa Sul-Americana 2017: Flamengo 2 x 1 Atlético Junior


Na primeira partida da semifinal, uma vitória dramática, de virada e até inesperada, pelo contexto que a partida estava desenhada.

Porém, esse Flamengo da Copa Sul-Americana tem sido o time que, se está tudo dando errado na parte técnica, está resolvendo na raça e lutando até o final.

Já tinha sido contra o Fluminense, quando o time perdia por 3 x 1 e conseguiu o empate aos 37 minutos. Foi assim novamente ontem, quando virou aos 36 minutos do segundo tempo.

Uma raridade na temporada: virada, em jogo importante, só aconteceu na final do Estadual. Nem no Brasileiro o time conseguiu tal feito (contra o Palestino não vale).

Rueda escalou três meias, com Mancuello pela esquerda, Éverton Ribeiro na direita e Diego centralizado. Talvez, pela primeira vez não temporada, não tinha em campo nenhum jogador com característica de velocidade.

No começo do jogo o time tinha uma proposta clara de futebol. Com boas triangulações, marcação avançada e antecipações dos zagueiros, o Rubro Negro manteve a bola no ataque. Pela esquerda já surgiam algumas jogadas com Mancuello e Trauco.

Porém, na primeira escapada do adversário, falha do sistema defensivo e Diego Alves precisa sair desesperadamente do gol para evitar o chute. Goleiro no chão, após o choque, Maracanã mudo, em suspense pela continuidade ou não do goleiro titular.

Quando foi confirmado que não teria chance de continuar, foi visível o abalo moral e psicológico que pairava sob o Maracanã. Depois de tudo que a torcida passou com Muralha na Copa do Brasil, não era possível que reviveria novamente o mesmo pesadelo outra vez em uma reta final de campeonato.

É uma perda irrecuperável, pois Diego Alves, além das grandes defesas, exerce liderança positiva, tem mentalidade vencedora, íntima a arbitragem, enfrenta os adversários.

Bastou sua saída para, em pouco menos de um minuto, o Flamengo levar o gol. Em falha de todo sistema defensivo e principalmente do lateral Pará, que continua com a ridícula mania de levantar o braço pedindo impedimento.

Com a saída do Diego Alves, a entrada do Muralha e o gol, torcida e time ficaram abalados emocionalmente. Foi a vez do Junior aproveitar o momento e valorizar a posse de bola.

O Flamengo praticamente não ameaçava. Na única boa oportunidade, Vizeu perdeu em sua principal deficiência: a cabeçada.

Rueda já poderia ter mexido no intervalo. Esperou sete minutos para escalar Vinicius Jr no lugar do Mancuello. E time seguia atordoado, sem saber o que fazer para conseguir pelo menos o empate.

Quem deveria decidir, não decidia. Diego e principalmente Éverton Ribeiro faziam um jogo bem ruim. Este, por duas vezes, proporcionou contra-ataques ao Atlético Junior após errar passe no meio de campo. Se não fosse Réver salvando, teriam feito o segundo gol.

Ao 22 minutos Paquetá entra no lugar de Éverton Ribeiro.

O time vem na base do abafa e, sem vergonha de ser feliz, criou as melhores oportunidades em cruzamentos, grande deficiência do adversário. Foram 41 bolas na área colombiana, sendo 13 certos.

Réver sobe sozinho, todo mundo viu a bola lá dentro, porém o goleiro conseguiu uma milagrosa defesa.

Eis que aos 30 minutos, em escanteio de Trauco, Juan sobe para empatar a partida.


O Maracanã vira um caldeirão, o Flamengo encurrala de vez o Junior, que sente a pressão, pois fora atingido em sua principal deficiência: bola na área. E sabia que vinha mais por aí.

Segundo o Footstats, até o primeiro gol de Juan, o Flamengo tinha apenas uma finalização certa em 11 tentativas. Depois do empate foram cinco certas em seis tentativas.

Entretanto, novamente a defesa encontra problemas e por pouco a equipe colombiana não toma à frente do placar outra vez. Foram duas oportunidades claras. Para sorte do Flamengo, ambas desperdiçadas.

Se o empate estava de bom tamanho, a virada então seria um presentão inesperado.

E nessa pressão, a virada aconteceu aos 36 minutos em cruzamento de Trauco: Arão escora para Vizeu pegar de primeira e fazer um golaço.

Em menos de seis minutos, contra todos os prognósticos, o Flamengo da Copa Sul-Americana não desiste nunca, acredita sempre na reversão do placar e conseguiu fazer 2 x 1.

Ainda teve Muralha espalmando para dentro da área!!! Um prelúdio das bizarrices que fará lá em Barrinquilla.


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Com Muralha, além dos problemas do gol, sua presença passa total insegurança para o elenco. Quem não se lembra de Diego Alves empurrando seus companheiros após o 3 x 1 do Fluminense? Jamais veremos o Muralha fazendo isso.

Com sua titularidade no jogo de volta, o adversário, mesmo em desvantagem no placar, virou o favorito.


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O Flamengo na Libertadores venceu as três em casa. Faltou aquele empate fora para se classificar. Agora tem que vir (verdade que pode até perder por 3 x 2 que leva a vaga pra final).

Paquetá pede passagem para assumir a titularidade. É jogo para matar no contra-ataque e voltar da Colômbia com a vaga.

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

O que a imprensa colombiana está falando do jogo de hoje contra o Flamengo no Maracanã

Chegou o dia: nesta quinta-feira o Flamengo entra em campo para enfrentar o Atlético Junior no Maracanã, pela partida de ida da semifinal da Copa Sul-Americana.

A mobilização dos jornalistas colombianos é muito grande. Diversos veículos estarão hoje no estádio com seus enviados especiais, inclusive equipes de rádio.

Para se ambientar com o Rio de Janeiro e o clima da semifinal, a delegação do Junior chegou desde segunda-feira.

De que forma a imprensa colombiana está tratando o jogo?

Confira:


A RCN rádio informa que o Flamengo montou um elenco pra brigar pela Libertadores, porém, vem colecionando fracassos no ano e que só restou a Sul-Americana para satisfazer a maior torcida do Brasil:

"Con uno de los mayores presupuestos del continente y una plantilla construida para ganar la Libertadores, el Flamengo viene coleccionando fracasos este año y apenas le resta la Sudamericana para intentar contentar a su afición, la más numerosa de Brasil. 
El equipo carioca cayó eliminado en la última jornada de la fase de grupos de la Libertadores y realiza un irregular Campeonato Brasileño, en el que se descolgó muy pronto del título y ahora ocupa apenas la sexta posición, a 18 puntos del ya campeón Corinthians. 
 En la Copa de Brasil perdió la final a doble partido contra el Cruzeiro en la tanda de penaltis, por lo que la Sudamericana se ha convertido en la gran obsesión del club para salvar el año"

Destacando que o Junior tem importantes baixas em seu sistema defensivo:

"El técnico Julio Comesaña tiene importantes bajas en defensa. Este domingo perdió por lesión al central Jonathan Ávila, que se une a Jefferson Gómez y Deivy Balanta en la enfermería del club, dejando el equipo en cuadro en la zona defensiva"

O jornal La Lengua acredita que o Junior pode dar um golpe com autoridade no Flamengo em pleno Maracanã:



O Notícias Coopercom destaca que o Junior visitará novamente o Flamengo no Maracanã após 33 anos. Lembram que o treinador da equipe colombiana é um uruguaio, por isso, sonham com um novo "Maracanazo":

"Esta noche se repetirá la historia de hace 33 años cuando Junior visitó el Maracaná por primera vez, esta vez es diferente, tantas cosas han pasado en este tiempo que hoy solo es historia, hoy se vivirá una nueva, que se prevé será mejor que la anterior, las cosas han cambiado. Para empezar el estadio fue remodelado para la Copa Mundo del 2014, los equipos son diferentes, principalmente Junior que hoy mostrará a sus figuras de la selección Colombia, vamos a ver a Teo y Chará con el uniforme de Junior y a un técnico uruguayo que nació escuchando las historias de su país ocurridas en 1950, con el famoso ‘Maracanazo’, huella imborrable del fútbol mundial"

O goleiro Sebastián Viera, que gosta de cobrar falta, também é uruguaio e, novamente, não deixou de lembrar de 1950:

"Este estadio tiene un gran significado para nosotros los uruguayos, espero que hoy con o Junior podamos escribir la historia, estoy feliz y contento de estar aquí, como siempre salimos a ganar y sabemos que Flamengo es un gran equipo" 

O jornal El Pilón destaca um trecho da entrevista do treinador do Atlético Junior, Jului Comesaña em que revela as características de sua equipe:

“Somos un equipo al que le gusta jugar con el balón. Cuando no podemos hacerlo porque los adversarios nos superan, conseguimos defendernos bien sin la pelota. Nos agrupamos bien en diferentes partes del campo y tenemos que saber jugar de las dos formas: con o sin balón”

Destacando também a importância e tradição de jogar contra o Flamengo no Maracanã:

“Esto es lo que nos hace felices, enfrentar a un rival como Flamengo, con tanta tradición, en el Maracaná, que ya sabemos lo que significa para el fútbol mundial. Va a ser un partido importante, ante un equipo bravo, que tiene cosas importantes y que con Reinaldo Rueda está en crecimiento”

O Futbol Red sonha com também com um novo "Maracanazo" em sua manchete principal:

"Junior sueña con un 'Maracanazo': visita a Flamengo en Suramericana"

O jornal El Heraldo em sua capa, quer um novo "Maracanazo"


E ressalta que a esperança do Junior está depositado em dois jogadores: Chará e Teo Gutiérrez:

"Adelante estarán los de siempre, los referentes, los distintos, en los que están cifradas todas las esperanzas de los hinchas rojiblancos, el ‘ChaTeo’ (Yimmi Chará y Teófilo Gutiérrez), que espera tener la mejor señal posible en Río y conectarse para poder marcar diferencia con ese fútbol que tantas alegrías le ha brindado a la afición currambera este semestre"

O jornal Deportes relembra a única partida entre as duas equipes no Maracanã. Vitória Rubro Negra por 3 x 1 pela Libertadores de 1984:


quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Dossiê: uma análise completa e detalhada do Atlético Junior, adversário da semifinal da Sul-Americana

Após 16 anos o Flamengo está de volta a uma semifinal de uma competição sul-americana.

Nesta quinta-feira, o Rubro Negro entra em campo no Maracanã para enfrentar o Atlético Junior. Na semana que vem acontecerá a partida de volta, em Barrinquilla. 

Para conhecer mais sobre esse adversário, o colaborador do blog, Joza Novalis, faz uma análise completa e detalhada.

Confira:


O rival do Flamengo nas semifinais da Copa Sul-Americana é uma equipe nova, cujo desenho atual foi montado no início do segundo semestre, a partir da chegada do técnico Júlio Comesaña. Por certo que a realidade do “Tiburón” desautoriza o comentário anterior. “Como assim, equipe nova, se tá jogando o fino da bola?” Ocorre que grande parte dos jogadores já estava no elenco. Atletas que saíram calibraram o conjunto; os que chegaram também: na mesma.

Pois bem, o Junior do primeiro semestre não possuía suas duas principais estrelas de agora; porém, tinha lá seus bons jogadores. Foi um fiasco só; terminando na 12ª posição da tabela. Todo mundo riu. Fosse o que fosse, o fato é que “aquilo” não era um time de futebol: era um bando de malucos; pouco além disso. Verdade é que as chegadas de Téo Gutiérrez e Yimmi Chará elevaram o patamar do elenco. Mas é só meia-verdade, pois as contratações não atentariam contra o principal problema do Junior: a indisciplina. E a solução, qual era? A chegada do técnico Julio Comesaña.

O técnico uruguaio, naturalizado colombiano, não é somente um disciplinador implacável. É também destemido. Isto ocorre porque ele é um dos únicos comandantes do banco que conhece e se adapta ao “Tiburón” de Barranquilla. Pobre de alguém que ouse falar mal de Comesaña em algum boteco da principal cidade da Costa Colombiana. Sem ele, Téo, “el Pistolero” Gutiérrez, apenas aprofundaria os problemas disciplinares. Com ele, “el Pistolero” tem feito esforços hercúleos para se manter numa boa. Caldo é quente, no caldeirão de Comesaña.


Junior, no contexto do futebol colombiano

Então, o técnico charrua é um dos poucos que conhece e se adapta a “el Tiburón”... Ora, mas o que o Junior tem de tão especial? A marra.

Principal equipe da Costa Colombina, o Junior de Barranquilla tem apenas sete conquistas nacionais. Atlético Nacional tem 16; Millos, 14; América de Cali, 13 e assim por diante. Vai lá e pergunta em Barranquilla quem é o maior? Fácil pensarmos na resposta do torcedor. Problema é que dirigentes responderiam a mesma coisa. E, pasmem, alguns jornalistas também. Mundo à parte? Bem por aí. Ninguém se importa muito com os rivais do pais e tampouco com suas conquistas. Junior pode ficar 20 anos sem acariciar um caneco e basta chegar perto de um deles para a marra voltar vitaminada. “Somos os melhores, temos a melhor equipe, estamos na mais bonita região do país e a nossa seleção só joga por aqui. Quer mais o quê?”

Com o tempo, essa fama de “folgado” foi se associando às suas principais estrelas. “El Pibe” Valderrama é personagem do “Tiburón”. Craque da seleção que tinha em Rincón e Tino Asprilla dois outros nomes daquela seleção que humilhou a Argentina no Monumental de Núñez, em 1993, “el Pibe” jogava como poucos, mas jogaria como Maradona, se corresse um pouco mais. A pança não deixava, e a folga também. Hoje, vive de “descer a lenha” em todo mundo. Jorge, “el Bolañito” Bolaño, ex-jogador que foi à Copa da França com a seleção cafetera, é outro personagem do Junior. Em 2014, discutiu com a esposa, gritaria foi geral e a polícia baixou no local. Dois policiais tentaram prendê-lo e ele partiu “pra porrada”. Um dos policiais ficou cinco dias sem poder trabalhar.

E claro, não poderíamos deixar de falar dele, o “terror de Avellaneda”, Téo Gutiérrez. Fôssemos relatar aqui tudo o que ele já aprontou por aí, o torcedor do Flamengo não terminaria de ler este texto até a hora da partida de ida, pela Sul-Americana. Em resumo, durante férias em seu país, vestiu e se deixou fotografar com a camisa do Boca Juniors. Ele jogava pelo River. Ano passado, pelo Rosário Central, fez um gol na Bombonera, contra o Boca, e comemorou fazendo um gesto em que desenhava a faixa do River na camisa. Confusão total e dois expulsos. Centurión, pelo Boca, saiu quietinho; Téo, pelo Central, saiu tapando o nariz em referência a presença de merda no ambiente e invocando de forma pejorativa o apelido de “bostero” da equipe xeneize.

Pouco? Pois bem, em 2012, após ser expulso em jogo do Racing, foi questionado por Sebastián Saja, nos vestiário. Não gostou, xingou até a quinta geração da família do goleiro e ainda assim não ficou satisfeito. Foi até o armário e pegou um revólver. Ninguém mais sabia onde Saja foi parar. A única coisa que se ouvia era a voz ensandecida de “el Pistolero”: “cadê o marica, cadê o marica, cadê o marica?”

Daí a importância da presença de Julio Comesaña no comando da equipe. Chegou ao clube no fim da temporada anterior e teve tempo de estudar o elenco, mandar muita gente embora e apontar as contratações necessárias para o novo momento do Junior. De cara, falou que o elenco era ingênuo, composto de jogadores “mansos” e com pouca reação diante de adversidades. “Jogador da equipe é atirado ao chão, se levanta e ainda pede desculpas para todos; para que precisamos de jogadores assim?”. Houve um episódio, na partida contra o Deportivo Cali, em que o meio-campista Fabián Sambueza pisou em Alex Pérez, do Junior, sem que nenhum jogador desta equipe manifestasse qualquer reação. Comesaña se revoltou. “Depois do lance, houve um lateral e Sambueza ficou bem de frente para mim. Eu fixei meu olhar sobre ele e tive vontade de lhe falar umas verdades. Mas que isto: tive um desejo profundo de estar só cinco minutos dentro de campo... porém no momento não vivo mais esta realidade e tampouco posso falar para um jogador da minha equipe que manifeste certa reação; ela há de estar na alma do jogador, no seu caráter, sem que ninguém lhe tenha de apontar o que fazer”. Foi com base neste sentimento que o técnico charrua reformulou o elenco, trazendo jogadores com forte personalidade e caráter futebolístico. Mas como joga o rival do Flamengo nas semifinais da Sul-Americana?


Como joga o Junior de Barranquilla

Esquema preferencial de Comesaña é o 4-4-2, que se modifica para 4-2-3-1, 4,2,1,3, 4-3-3 ou até 4-2-2-2 a depender da necessidade da partida ou na partida. Porém, a base é sempre o 4-4-2. Além disso, mesmo com todas as variações nunca se modifica a presença de uma linha de quatro seguida de um doble 5, composto por Cantillo e Pico, um pouco mais à frente. Essa dupla é um dos segredos do sucesso da equipe colombiana. Ambos são marcadores incansáveis, mas, ao mesmo tempo, jogadores que sabem acelerar o jogo com bons passes. Muitos têm comentado sobre a lesão do zagueiro Jonathan Ávila, mas qualquer um que entre não vai modificar a defesa do Tubarão colombiano. Todos os zagueiros têm um nível parecido, exceto Jefferson Gómez, o melhor de todos, mas ainda jovem e pouco experiente. Por estar lesionado, não irá para o jogo: Junior Arias ocupará a vaga de Ávila. Porém, como dissemos, todos são bem parecidos. Problema mesmo para a defensiva do Junior teria sido perder um dos volantes, Cantillo ou Pico.

Comesaña experimentou vários esquemas e formações, atrelando-as aos mais diferentes jogadores. No fim, manteve no grupo somente aqueles que não perdiam rendimento com a modificação de um esquema para outro.  A equipe é muito rápida, com a aceleração do jogo pelos flancos do campo ou por dentro, principalmente com a condução de Chará. Pelo lado direito, o lateral David Murillo apoia muito, sempre aberto, permitindo que Gonzalez ou Chará se transformem em meio-campistas a percorrer o campo em diagonal rumo à área do adversário. Quando isto acontece, o Junior chega à área com até cinco “atacantes”. Gonzalez é um jogador em ascensão, tem faro de gol, está com moral e, bem ao estilo do que gosta Comesaña, é polivalente, podendo aparecer como extremo pelo lado esquerdo ou como segundo atacante. Outro em ascensão, e que joga pelo setor, é o garoto Luiz Díaz, que desbancou o badalado Léiner Escalante.

Pelo lado esquerdo, a situação não é muito diferente, German Gutiérrez também apoia  sempre, permitindo que o extremo do setor se infiltre pelo centro da área. O melhor jogador do Junior para ocupar o setor é Jarlan Barrera, jovem revelação colombiana. Contudo, seus altos e baixos, além da condição física, o têm deixado no banco, na maior parte do tempo. Isto é bom para o Flamengo, pois quando o jogo dinâmico de Barrera  acontece, fica difícil de marca-lo.

Ofensividade e dinamismo do meio-campo para frente dificultam o encaixe defensivo de qualquer adversário do Junior. Trata-se de toque de bola em alta velocidade, na fase ofensiva, principalmente quando a equipe atua fora de Barranquilla. O trabalho com a bola tende a ser mais pausado, quando a equipe atua em seus domínios. Neste caso, o homem que quebra as linhas de marcação é Yimmi Chará, o melhor e mais importante jogador do Junior de Barranquillla.


Yimmi Chará, o segredo do Junior



Chará praticamente começou sua carreira naquele Tolima que eliminou o Corinthians da Libertadores, em 2011. Atua por todos os setores do meio-campo, como segundo atacante ou até de falso nove. “El Depredador” Chará é o jogador com o qual a defesa flamenguista precisará se preocupar. Difícil marca-lo, pois ele sempre está em todos os lugares, preferencialmente alternando posição com um dos extremos ou mesmo retirando Téo Guetiérrez da área e aparecendo no seu interior para arrematar. Sua parceria com “el Pistolero” fez do Tiburón o ataque mais letal do Colombiano e dele, Chará, o artilheiro da competição.

Não bastasse a velocidade de sua movimentação, Chará é o responsável por ditar as trocas de posições do meio-campo para frente. Sua disciplina tática impressiona tanto quanto sua ousadia. Mas, diferentemente de outros jogadores da equipe, dificilmente se envolve em confusões. Se o rival do Flamengo é tido como uma equipe extremamente ofensiva isto se dá pela presença de “el Predador” Chará, embora não somente por ela.


Teo Gutiérrez em grande fase



Possível falar quaisquer coisas sobre Teófilo, mas é inegável que se trata de um excelente atacante. Sua parceria com Chará é o ponto alto do ataque também porque Gutiérrez, dentro de campo, e querendo jogar futebol, é um jogador inteligente. Sua presença abre possibilidades as mais diversas, como a entrada de Roberto Ovelar, centroavante de área, que permite a Teo circular fora dela e se transformar em assistente para gols. Além de Ovelar, e o próprio Chará, González ou Díaz também se beneficiam com o trabalho de “meio-campista” do antigo camisa 9 do Racing.

Por certo que Teo já arrumou problemas. Recentemente, Ovelar foi à direção do Junior mostrar o celular da esposa, a modelo Gladiz Ortega, com mensagens do “Pistolero de Avellaneda”. Não vamos engrossar o coro de “pudera”, no caso, pois este texto se pretende sério, assim como os rumos que a situação tomou na equipe da Costa Caribenha. Todavia, o técnico Comesaña tomou a dianteira e foi logo dizendo: “pouco importa o justo ódio entre vocês, mas eu vou dar porrada no primeiro que boicotar minha equipe dentro de campo!”. Dito e feito, o episódio em nada afetou o trabalho e a parceira dos atacantes, ao menos nos treinos que realizaram juntos.


Dicas para o Fla

Infelizmente nenhum atacante rubro-negro prende tanto os laterais na defesa quanto Berrio. Este trabalho é necessário e vital se o Fla deseja não ser surpreendido no Rio. Nada a ver com a grande qualidade desses laterais, embora pela direita Murillo viva o melhor momento de sua carreira.

Problema é que quando eles apoiam os dois ponteiros se transformam em meia-atacantes com forte chegada à área. Melhor forma de combater a jogada é prender o Junior no seu campo de defesa, com dois extremos bem abertos e atuantes. Sim, atuantes, pois não é jogo para modorra dentro de campo.

Melhor forma de marcar “el Predador” Chará é impedindo que a redonda chegue a seus pés. Muitas vezes ele recua para buscar essa bola junto a Cantillo ou Pico. Como dito acima; são dois volantes de marcação, mas que sabem oferecer o passe limpo. Este passe precisa de corte, quando a redonda for endereçada a Chará. Este é também o principal ladrão de bola da equipe do meio-campo para frente. Daí que a saída de bola vai precisar do comando e lucidez de Cuéllar. Fosse outro tempo e a coisa poderia se complicar.

O sistema defensivo do Junior é bom, mas seus defensores nem tanto. Como imaginamos que o Flamengo tomará as rédeas da partida, é possível que o Junior proteja melhor sua primeira linha, povoando o setor, na fase defensiva. Desta forma, a equipe rubro-negra precisará de jogadores com dribles que possam quebrar a barreira defensiva à frente da área do bom goleiro Sebá Vieira. Já em Barranquilla, atacantes velozes se farão mais necessários, já que o conjunto brasileiro optará pelo jogo do contragolpe.

O Junior encara a partida como duelo de “cachorro grande”. Pela marra histórica de “el Tiburón”, e pelo caráter de seus jogadores, vai ser desta forma que a equipe colombiana vai se comportar. Natural que esperemos do Flamengo uma atitude no mínimo parecida.