segunda-feira, 14 de maio de 2018

Basquete: A eliminação Rubro Negra e outra temporada sem títulos

Pelo segundo ano consecutivo o basquete Rubro Negro termina sem um título de expressão.

O primeiro lugar na fase de classificação, obtido na última rodada, após uma sequência de 11 vitórias seguidas, parecia ser um sinal de um Flamengo mais equilibrado, bem diferente do da última temporada.

A equipe Rubro Negro havia conseguido sua segunda melhor campanha da fase de classificação do NBB com 25 vitórias e apenas três derrotas.

A chegada do Anderson Varejão seria o grande diferencial para o clube da Gávea voltar ao topo da hegemonia nacional.

Nas quartas de final, duas vitórias excelentes contra o Minas. Na terceira partida, um Flamengo irreconhecível. No entanto, a equipe lutou e tirou uma desvantagem de 15 pontos para levar o duelo pra prorrogação. No tempo extra, grande atuação de Marquinhos, e o Rubro Negro, no peito e na raça, estava garantido na semifinal.

O problema que essa partida seria apenas o começo de uma inexplicável série de atuações ruins do Flamengo. Na semifinal contra o Mogi, foram quatro péssimos jogos, totalizando as últimas cinco partidas do ano de bastante baixo nível, justamente no momento mais importante, nem lembrando o time do final da fase de classificação e dos dois primeiros duelos contra o Minas.

Guerrinha deu um poderoso nó tático no José Neto. Impôs um jogo forte de velocidade, contando com jogadores habilidoso e decisivos, além de uma defesa sufocante na dobra, que tirou os pivôs da série e principalmente o MVP do campeonato, Marquinhos. 

O ala, na fase de classificação, vinha com um aproveitamento de 37% na linha de três pontos e 63% nas bolas de dois. Contra o Mogi, o aproveitamento caiu para 30% nas bolas de três e pífios 35% na bola de dois. 

José Neto outra vez não soube fugir das armadilhas preparadas com inteligência pelo Mogi. Manteve a mesma postura, a mesma escalação todo santo jogo, o rodízio no segundo período mesmo com a equipe não respondendo, não ousou, não preparou uma surpresa, como naquela final contra o Uberlândia, quando escalou de titular o paraguaio Zanotti e anulou o cestinha Robert Day e em certo momento manteve Shilton e Caio Torres em quadra. Saudades de um Neto ousado, que tirava o melhor de um elenco nem tão estrelado à época. 

Uma eliminação que deixa o Flamengo fora da Liga das Américas e permitiu Marcelinho encerrar sua carreira da pior forma possível - o que ninguém queria.

O maior jogador da história da Gávea abandona as quadras após nove temporadas: chegou em 2007, aos 32 anos e conquistou o título Mundial em 2014, Liga das Américas em 2014, a Liga Sul-Americana em 2009, seis títulos brasileiros (2008, 09, 13, 14, 15 e 16) e dez estaduais (2007 a 2016). Deixa seu nome marcado, no entanto, merecia um final melhor.

Com tamanho investimento, o Flamengo encerra de forma melancólica outra temporada sem títulos, e acrescenta um rol de eliminações do José Neto, que, é verdade, conquistou de forma inegável as maiores conquistas da história do basquete Rubro Negro e merece todo respeito, porém, protagonizou duros vexames e eliminações vergonhosas e o pior: vem de duas temporadas na seca, sem nenhuma novidade, nenhuma característica marcante, mesmo após forte investimento.

Além da derrota para o Mogi, o Flamengo conseguiu ser eliminado ainda na primeira fase da Liga Sul-americana ao perder para uma equipe amadora do Olimpia, do Paraguai, em pleno Tijuca. Ainda foi derrotado para o Pinheiros e acabou sendo eliminado.

Antes, havia sido eliminado do último NBB ao conseguir sofrer um revés para o Pinheiro de 3 x 2 nas quartas de final, após abrir 2 x 0 e tendo dois jogos no Tijuca. Após essa derrota, este blog pediu a demissão do José Neto por entender que o ciclo dele estava fechado. 

Na eliminação na Liga Sul-Americana, o blog voltou a pedir a demissão de treinador.

Teve ainda uma derrota que não sai da cabeça: semifinal da Liga das Américas de 2016. O time vencia Bauru por 17 pontos (74 x 57) faltando sete minutos. Eis que o Flamengo conseguiu a proeza de só anotar sete pontos em sete minutos, e levar 26. E contra um adversário que já havia perdido Alex e Fischer.

Dessa vez, após o 3 x 1 para o Mogi, não tem jeito, José Neto terá que rodar. E não deve cair sozinho: a reformulação será grande.

11 comentários:

Barreto disse...

André,
Concordo plenamente com os seus comentários. Não há outra saída a não ser a demissão do Neto, não somente pelos erros cometidos nas escalações iniciais , sempre a mesma independente do adversário, e também por erros durante os jogos e nas recentes formações de elenco.
Parece que ele se acomodou e regrediu. Você lembrou bem a final contra o Uberlândia cujo elenco no jogo final era praticamente do mesmo nível do que o do Uberlãndia. Neste jogo Benite estava fora, por lesão no tornozelo e Marcelo também pela lesão no joelho. Neste jogo Zanotti realmente anulou o Robert Day, Quase todos dizem que Neto só ganhou título com elencos muitos melhores. Pois é, neste jogo final os jogadores disponíveis eram Caio. Marquinhos, Olivinha, Zanotti, Kojo, Duda, Gegê Shilton, Douglas e Diego enquanto o Uberlândia tinha Robert Day, Helinho, Valtinho e Collum. No último título também o elenco era praticamente o mesmo do atual mas talvez até mesmo um pouco inferior. Vamos aguardar o que vai acontecer. Espero o Benite para o lugar do Ramom, Nico para o lugar do Cubillan e Jonathan para o lugar do Marcelo. SRN

João Paulo disse...

Barreto, importante deixar bem claro que o técnico José Neto não é o único responsável pela formação do elenco, e talvez não seja nem o principal. Tem aquele episódio antes da temporada 2015/2016 em que o treinador queira ficar com o pivô Shilton e a diretoria passou por cima da intenção do técnico e dispensou o atleta. Acho importante deixar isso claro porque vão mandar o cara embora e despejar toda responsabilidade sobre ele.
Não considero que a diretoria do basquete seja isso tudo, trabalham sempre com o maior orçamento e ainda não ganham. Esse NBB 10, aliás, consagra a impressão que Flamengo e Brasília só levaram os 8 primeiros campeonatos porque tinham supremacia exagerada no elenco.
Caso o Flamengo queira voltar a vencer campeonatos de maior expressão terá que montar elencos mais precisos, sem direito a errar tanto, vai ter que trabalhar mais forte, do início ao fim de cada temporada, vai ter que ser mais competitivo.
Os times paulistas que ficaram um grande hiato sem dominar o cenário do basquete masculino nacional, já dominam pelo segundo ano consecutivo. Na verdade, só perdeu o domínio por falta de investimento, não de trabalho.
Você acha mesmo que o Nico e o Benite podem voltar? Acho que em condições normais impossível. O primeiro joga na segunda liga mais rica da Europa e na maior cidade da Rússia e o segundo vive seu melhor momento no Múrcia, só volta se for algo pessoal, tipo ficar com a família, perto da seleção e mediante um depósito mensal de 150 mil é claro. O Benite deve estar pensando em sair, mas para algo maior.
Já tem opções no mercado como o Holloway, Gui Deodato, Gustavo e gostaria de saber como anda a carreira do Georginho de Paula (eleito a revelação do NBB 9) na D-league. Mais que isso o Flamengo não vai conseguir.

Antônio Neto disse...

Eu já acho que a diretoria foi bem esssa temporada, montaram um elenco forte com todas as condições de conquistar os títulos que disputavamos, além disso, fora de quadra o clube visivelmente melhorou em vários aspectos, como no aumento expressivo do público e na melhora da comunicação do clube.

Dessa vez entendo que os maiores responsáveis são a comissão técnica e os jogadores.

Barreto disse...

No caso de dispensa o Neto pode ser voto vencido mas no caso de contrataçoes ele sempre foi a última palavra. Discordo da
Sua opinião quando diz que os títulos só vieram com supremacia absoluta de elenco. Nas temporadas 2012/2013 e 2015/2916 não hanao havia essa supremacia. A citação do Nico e do Benite foi apenas uma brincadeira,nao acredito que possam vir
Gui Deodato não pelo amor de Deus.



Ao

João Paulo disse...

Eu só queria lembrar quem foi aí no blog que chamou o Shamell (também conhecido como S40) e o Larry Taylor de burros? Chamaram também o Hollaway, e que o Hettsheimeir não jogava nada. Eu não to conseguindo me lembrar quem foi.

João Paulo disse...

José Neto entra pra lista (12%) dos desempregos no país.

Barreto disse...

João Paulo,


Você é brilhante, só traz boa notícia. Essa notícia do José Neto foi ótima.

João Paulo disse...

Que nem dizia Agenor de Miranda, jornal de ontem, com notícia de anteontem. Mas afinal, quem disse aquelas coisas sobre o Showmmell e o Alienígena.

BARRETO disse...

João Paulo,

Já que você continua jorrando o seu veneno habitual vou falar sobre o assunto para ver se você se acalma um pouco.
Eu fui um pouco mais hábil nas minhas palavras do que você sugere.
Eu disse que Larry e Shamell, tem QI baixo de basquete. SE QI baixo é sinônimo de burrice então...... Quando um aluno de baixo QI tira uma boa nota é porque o assunto é elementar ou porque a prova é fácil. Nesta última prova até o Fabricio tirou boa nota. As minhas análises sobre problemas estruturais, como é o caso de falta de QI, não são contaminadas por análises parciais de fatos e dados. Como o Flamengo está mudando de treinador, as chances de má formação de elenco são mais reduzidas e assim Shamell e Larry continuarão longe do nosso Flamengo. SRN

Gustavo Pereira disse...

Dizer que o trabalho da diretoria "não é isso tudo", é uma piada, Quando falam em maior orçamento , de onde vem o dinheiro ? Do céu ? Ou da diretoria que consegue patrocínios para isso ? Ou vocês acham que o orçamento de Bauru, Mogi e Franca são menores que o do Flamengo? A única exceção é o Paulistano, mas que tem uma enorme vantagem: joga sem obrigação de vencer. E mesmo assim, quando tiveram que decidir, quase perderam para um time do Bauru todo quebrado.

Outra piada : É um atentado ao conhecimento de basquete lembrar e defender a permanência do Shilton enquanto tinha um garoto, um tal de Cristiano Felício, que ganha hoje 8 milhões de dólares por ano no Chicago Bulls, que simplesmente não jogava- era banco de um "mão de pau". Por teimosia da Comissão Técnica,

O mal do flamenguista é achar que não existe adversário do outro lado. No futebol é igualzinho. Nunca os outros ganham, sempre o Flamengo perde. A NBB está a cada ano mais equilibrada. Esse time de Mogi está na fila há uns 5 anos. A mesma base. Perderam anos para a gente e mantiveram a base. O Jimmy cresceu muito. Fizerem um playoff muito bom, é evidente que o Flamengo foi mal. E achei correta (mais um acerto) a demissão do José Neto (fim de um ciclo, como fala a nota oficial), mas esse merece todas as homenagens e respeito do clube. Civilidade é algo raro no mundo de hoje.

Mas para ganhar tudo o que o Flamengo ganhou nos últimos anos, é necessária competência dentro e fora da quadra. O trabalho da diretoria - que erra também - é, na média, excepcional. Montou o melhor elenco esse ano, mas infelizmente o time não deu liga. Aí a culpa é da Comissão Técnica.

Se a diretoria / comissões técnicas que passaram pelo futebol tivessem a metade da competência que essa diretoria/comissão técnica do basquete tiveram em 5 anos, teríamos sido muito mais felizes.

Marcel Pereira disse...

Meus caros,
Não vou dizer eu já sabia, pq tiveram coisas que me surpreenderam durante a temporada. No começo da temporada, eu escrevi aqui que o elenco montado pelo Flamengo era a 4a ou 5a força entre os elencos do NBB. Vários comentaram que eu estava cornetando por cornetar. Depois chegou Varejão e o elenco foi 3o lugar. Sem Varejão, minha previsão estava perto da realidade.
O JP e o Rhett me surpreenderam em momentos durante a temporada, mas na hora da verdade, o primeiro foi tão displicente para decidir e perder bolas fáceis como na temporada passada, e o Rhett mostrou seu verdadeiro nível...
Era para fazer sacrifício em nome do presente de dar uma temporada de despedida ao Marcelinho... Missão cumprida! Agora vamos pensar em 2018-19...
O que faltou para ser campeão? Com os salários do Marcelinho e do Rhett dava para trazer dois jogadores de altíssimo nível e assegurado o título. Ponto.
O MM segue metendo as bolinhas dele na frente, mas não marca ninguém atrás...
E para trazer estrangeiro, definitivamente não pode ser um cara que só passou em liga mais ou menos que nem o Rhett...

Para terminar, uma provocação... Alguém reparou no último jogo no RJ contra o Mogi que o Sérgio Hernandez estava sentado atrás do garrafão, quase dentro da quadra? Será que o Ovelha é candidato a substituto do Neto ou estaria ali só de convidado para estudar o basquete brasileiro?

Abs. SRN. Marcel Pereira