quinta-feira, 6 de abril de 2017

Lagardère vai assinar a compra do consórcio Maracanã nessa sexta-feira. Flamengo precisa ser claro porque não negocia com franceses


Um dia após a informação de que o governo do Rio estudava realizar uma nova licitação, o consórcio do Maracanã está praticamente fechado para ser administrado pela empresa francesa Lagardère.

O contrato deve ser assinado nesta sexta-feira, após aval da matriz em Paris, no valor de R$ 60 milhões. Depois disso as empresas terão dois meses para concluir o inventário e finalizar a venda.

A Lagardère vai investir, ainda esse mês, R$ 20 milhões necessários para iniciar a recuperação do Maracanã.

O Flamengo reafirma categoricamente que não negocia com essa empresa. Sua parceira no negócio, a GL Events / CSM desistiu do processo. Segundo a presidência Rubro Negra, há incompatibilidade com os princípios do clube da Gávea com as empresas que compõem o consórcio.

O problema do Flamengo é com a BWA, empresa que durante anos foi parceira da Gávea para a venda de ingressos, com a ocorrência de diversos problemas. Em 2012, este Ninho da Nação cobrou o rompimento imediato com a BWA.

Em que pese a Lagardére afirmar que os Rubro Negros poderão mandar seus jogos e fazer toda operação da partida, inclusive a venda de ingresso, a diretoria Rubro Negra se recusa a negociar com os franceses.

Evidente que o Flamengo terá problemas se manter sua palavra até o fim. A Arena da Ilha tem capacidade de pouco mais de 20 mil torcedores. A venda do mando de campo está proibido nas partidas do campeonato brasileiro. O que restará ao clube, se não negociar pontualmente alguns jogos?

O Rubro Negro viu cair de R$ 43 milhões para R$ 39 milhões suas receitas no que tange a bilheteria de 2015 para 2016. E sem Maracanã, sem poder vender seu mando de campo e jogando para apenas 20 mil torcedores, vai sofrer para bater a previsão orçamentária de bilheteria.

A pressão será gigantesca para o Flamengo aceitar a proposta do franceses, sem contar as manobras ocultas e sujas que podem aparecer pelo caminho.

Já há informações de que o clube terá dificuldade em obter as licenças necessárias para regularização das obras. Hoje surgiu uma notícia na capa de esportes da Folha de São Paulo de que uma cratera foi encontrada no estádio da Ilha e que o local seria interditado. O que é uma falácia, pois o presidente da Portuguesa Carioca afirmou que em duas semanas estará tudo pronto.


Porém, a meu ver, os itens da negociação precisam ficar claros, para que a torcida avalie se é correta ou não a decisão da diretoria da Gávea em não abrir negociação. O que difere a proposta da CSM, que tinha o apoio Rubro Negro, para a Lagardére? Se a empresa francesa entregar a operação do jogo pro Flamengo, tem negócio? Transparência nunca será demais.

4 comentários:

Anônimo disse...

André, com todo o respeito e peço desculpas a diretoria, aos torcedores e quem mais de sentir incomodado com as minhas palavras, mas já cansou esse papo da diretoria sobre o Maracanã.
O Flamengo tem que ter a sua "própria casa", "estádio", "arena", ou qualquer outro adjetivo/nome que queiram dar.
O Maracanã tem sua história, o Flamengo tem a dele e pronto.
O Maracanã "NUNCA" foi do Flamengo e "NUNCA" será, mesmo que a diretoria arrume uma forma de "tomar conta" ele sempre será do governo, a não ser que o Flamengo "compre", o que "dificilmente" vai acontecer, pois é um patrimônio do governo e do Brasil.
Está na hora de esquecer o passado, e partir para a construção de algo novo, que seja do Flamengo e que o clube possa chamar de "seu".
Os tempos mudaram, as coisas mudaram, hj o Flamengo tem seu CT, uma estrutura de 1º mundo, e está na hora de dar esse passo na construção do seu estádio.
O Maracanã pode não vim a ser o "Maracanã" sem o Flamengo, mais o Flamengo NUNCA vai deixar de ser FLAMENGO sem o Maracanã.
Temos exemplos recentes do Palmeiras, Corinthians, Atlético PR.
Não estou e nem quero entrar em méritos de "como cada um construiu ou conseguiu" os seus estádios.
A colocação é como se pode construir uma "nova casa" sem perder a sua identidade.
Deixa o Maracanã pra trás e vamos olhar para frente.
Os 2 maiores títulos da história foram conquistados fora do Maracanã, Libertadores e Mundial.
Abraços à todos

Marcel Pereira disse...

Não vão liberar a Arena dá Ilha, para pressionar o Flamengo a se ajoelhar à Lagardere. É a operação Teto do Engenhão 2. E aparecem indícios que o Botafogo recebeu R$ 30 milhões da Odebrecht pelo fechamento do Engenhão no exato momento que a empresa negociava com Fla e Flu um contrato de longo prazo pelo Maracanã. É um sinal do que são capazes... E sempre com cumplicidade do Governo e plantando notícias na imprensa. Obviamente pingando um por fora aqui outro ali. Essa notícia dá cratera é posta propositalmente com um viés negativo quando não deveria ser assim, é uma obra simples e de precaução...

Guilherme disse...

André, tem um buraco do lado de fora do Maracanã, vi hoje, perto da estátua do Belini. Vão mostrar a foto também? Buraco é sinal de que obras estão sendo feitas.

O Maracanã é do povo e não de uma empresa francesa. Alguma dificuldade de entender isso?

DAVID disse...

Concordo com a 1ª opinião. É vergonhoso o Flamengo ser do tamanho que é, ter o tempo de existência que tem e não ter um estádio. Não tenho dúvidas que isso é resultado de décadas de incompetência. Visto isso não adianta ficar fazendo jogo de cena e biquinho e depois ceder como foi na questão do televisionamento do estadual. A equação é simples, definir um local avaliando todas as características, partir para a construção de um estadio para 50/60 mil pessoas (acima disso é utopia) e enquanto isso (pelo menos 3 anos) jogar jogos menores na Ilha e os maiores no Maracanã sob negociação. Qualquer coisa alem disso vamos ser reféns o resto da vida e dar dinheiro pra malandro. Tenho convicção que não vão faltar empresas interessadas em parceria com o Flamengo sabendo da enorme capacidade de rentabilidade do clube. Não pode ser "se não rolar Maracanã iremos partir para o estádio pró próprio". Tem que partir para o estádio próprio. Só assim vamos explodir o sócio torcedor.