quarta-feira, 17 de junho de 2015

A constrangedora retirada de campo do Paulo Victor: na próxima gestão o CT precisa ser prioridade no Flamengo


Foi de fato muito ruim e constrangedora a imagem do goleiro Paulo Victor sendo carregado em um carrinho de mão em meio às obras no Ninho do Urubu.

Não vou entrar na discussão se tem ou não carrinho, se já aconteceu em outros clubes ou se a repercussão está exagerada: é preciso que no próximo triênio a diretoria Rubro Negra tenha o fim da reforma do CT como prioridade.

Entendo que nessa primeira gestão o objetivo era organizar a casa, as finanças, e sem isto não teria condições para almejar nada em termos de estrutura, mas urge injetar dinheiro no Ninho.

O Flamengo está sendo muito bem visto no mercado como um clube organizado, com salários em dia, transparente, mas não dá para evoluir em termos de reforços e não dispor condições de trabalho adequadas.

Destaco a fala de Alexandre Rangel, especialista em consultoria para megaeventos e clubes esportivos e sócio da Ernst &Young (EY), que tem sido parceira do Rubro Negro em seu planejamento estratégico:

Mas em 2016 tudo muda. No próximo ano, o Flamengo aumenta sua arrecadação em torno de R$70 a R$90 milhões por conta da TV e reajustes de contratos de marketing. Então essa verba será toda aplicada no futebol. 
Aí começa outra diferença de como o novo Flamengo pensa de forma estratégica, de forma bem diferente da gestão tradicional, antiga e ultrapassada do futebol: Não é apenas pegar 100% desses novos valores e botar exclusivamente em ações do curto prazo, como a compra de jogadores formados para o time profissional. O clube precisa investir parte no longo prazo: em ter um dos melhores centros de treinamento no Brasil, seja para formar novos craques em casa e seja para incentivar que os jogadores de renome do Brasil e do exterior queiram vir para o Flamengo. Isso porque, ter condições de trabalho e desenvolvimento é um dos fatores de decisão para vários jogadores de alto potencial e seus empresários. Jogador bom evita ir para time com CT ruim, é fato. 
Parte desse dinheiro extra tem que ser separado para o clube investir no médio prazo: na base, não só em equipe técnica, mas também captando jogadores com idade sub-15, sub-19 e formar jogadores diferenciados que possam entrar no time profissional em um horizonte de 3 a 5 anos. Então, pelo plano estratégico, esses investimentos de médio e longo prazo também serão priorizados. Mesmo assim, em 2016 se o Flamengo já não for o time que mais investe no futebol profissional será próximo disso. A partir daí, de 2017 em diante, devem ser agregados de R$30 a R$40 milhões todo ano em novas receitas vindas da expansão do programa de marketing e das receitas de competições (mais publico melhores valores de ingresso e prêmios). E isso vai se tornando uma vantagem competitiva em relação a outros clubes.
Vale lembrar que além desse dinheiro a mais que o Flamengo vai receber pelo aumento de receitas, a partir de 2016 também teremos a redução dos gastos pela eliminação progressiva das dívidas e juros, então a cada ano vai sobrar mais dinheiro. Vamos saltar de um patamar de R$160 a R$180 milhões em 2014 e 2015 e chegar próximo a R$250 milhões sendo investidos no futebol entre 2016 e 2017, e acima de R$300 milhões entre 2018 e 2020.

3 comentários:

Anônimo disse...

Uma vergonha André! Não é possivel que 3 a 5 milhoes de reais não sejam suficientes para fazer um ct decente. O Nova Iguaçu tem um. Por sinal muito bom! Tem que arrumar a casa! Essa de usar conteiner, já deu.

João Duarte disse...

Acho que essa situação evidencia mais a indiferença do "futebol" com o marketing do que qualquer outra coisa. Existia o carrinho e por mais que as condições do terreno não fossem propicias, o pessoal do dpto médico (dentro do dpto futebol) deveria ter sido orientado a agir de determinadas maneiras. É como se fosse uma falta de bom senso, gerada pela distancia entre eles e o marketing, o que não gera uma "mentalidade marketeira" no dia a dia dos jogadores, comissão tecnica, médicos e todos os envolvidos com o departamento de futebol.

Quanto ao ninho do Urubu, ele tem capacidade de atrair investimentos privados e incentivados. O clube colocou como meta usar essa ferramenta para financiar o CT ao invés de desviar dinheiro de outras atividades para constui-lo. Não posso julgar se estão certos ou não, pois não estou lá dentro. Mas foi a forma escolhida, e faz sentido. De qualquer forma, o que não da pra fazer é como na época da Patricia, onde as começaram a ser feitas sem planejamento e receita colateral...

Se não me engano, os recursos para fazer as obras basicas já foram levantados e as obras estão em andamento. Tomara que dê certo.

Antonio Ferreira disse...

Será que com todo o aporte de verba para o nosso Flamengo, não se consegue 1 milhão por mês para investir no CT? Neste ritmo a parte do futebol profissional estaria concluída e iríamos concluindo o restante aos poucos. O Flamengo dará um salto de patamar a partir do ano que vem, por isso a conclusão do CT é imprescindível!!!!

André, um pouco Off, a Arena McFla está dimensionada para somente 3.200 lugares? É isso? Mas não estava previsto pelo menos 4.000 lugares? Não há previsão de arquibancadas retráteis que aumentem a capacidade?