quinta-feira, 15 de maio de 2014

Bandeira de Mello concede entrevista marcante à Folha de São Paulo


A entrevista do presidente Eduardo Bandeira de Mello à Folha de São Paulo é marcante: "o Flamengo gasta mais com dívidas tributárias do que com seu time de futebol."

Isso tudo sabendo e participando das negociações em Brasília pelo parcelamento da dívida à longo prazo via Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte em troca de inúmeras contrapartidas.

Nem com essas possibilidades Bandeira de Mello deixou de pagar seus compromissos para investir em reforços. E nem poderia, porque colocaria em risco a perda das Certidões, com isso teria efeito cascata: perda do patrocínio da CEF, não poderia apresentar projetos para os esportes olímpicos e seria apenas mais um presidente que passou pela Gávea sem deixar sua marca.

E muito menos sua articulação no Congresso foi no sentido da anistia, como se propunha inicialmente. Pelo contrário, sempre brigou pelo alongamento dos parcelamentos.

O Flamengo gasta hoje, segundo o presidente, R$ 7,5 milhões por mês no cumprimento do acordo. E R$ 5 milhões com o orçamento do time de futebol. E torce pela aprovação da LRFE.

A votação está prevista para terça-feira no plenário da Câmara. Mas o Governo insiste em trocar o  índice de correção da TJLP (cerca de 5% ao ano), pela Selic (10%), o que tornaria inviável qualquer clube aceitar um acordo desse. O índice da TJLP é usado para os financiamentos do BNDES. As negociações prosseguem.

Emerson Gonçalves fez um ótimo artigo em seu blog. Destaco o seguinte trecho:
Aplaudir dirigente irresponsável, “esperto”, que gasta mais do que tem o clube para contratar jogadores, é um ato político. É um ato que vai refletir no futuro do próprio clube e vai ter um custo... Bem elevado, como vemos hoje. Pode acontecer, como já dizem algumas pessoas, que daqui a sete, oito, dez anos estejamos, uma vez mais, discutindo um projeto para ajudar os clubes. Se isso acontecer, acreditem, todos nós teremos parcela de culpa nisso, por isso, será muito bom permanecermos atentos à vida dos nossos clubes. 
Houve muita gritaria, na Câmara e fora dela, contra a não inclusão nesse projeto da CBF e das federações estaduais. E por que não foram inclusos? Simples: regras devem ser seguidas, isso é elementar. A inclusão desses pontos geraria novas discussões, o que tomaria mais tempo. Ora, em outubro há uma eleição geral e, o mais provável, é que esse projeto acabasse por ir a plenário somente no próximo ano, atrasando ainda mais a resolução dos problemas dos clubes.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá André.

Muito estranha essa declaração do presidente sobre a folha salarial. Sabemos, tanto pelo orçamento quanto pelo BP de 13 que a folha é BEM maior do que esse valor. Mesmo descontando os supostos R$ 1 mi mensais pagos à jogadores dispensados ano passado e, também, desconsiderando tributos e benefícios, além de direito de imagem, o valor da folha ainda é significativamente maior do que os R$ 5 mi anunciados. E olha que isso já foi forçando bastante a barra.

Grande abraço

Ninho da Nação disse...

João, a folha salarial do time profissional é de R$ 83 milhões, segundo o orçamento, o que daria R$ 6,3 milhões por mês.

Tirando os encargos, deve dá isso por mês.

Dê uma conferida aqui, amigo, no orçamento aprovado: https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&ved=0CGYQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.flamengo.com.br%2Fsite%2Fdownload%2Fbaixar%2F11&ei=dHF1U43UJ7LfsAS37IKwBQ&usg=AFQjCNFDka77jkFddrx_tSQkP_LGhFS8Vg&sig2=YbN3VWQQr5iwV5KoHannoA