Confira trechos:
Dirigente prefere muitas vezes contratar o técnico-grife para se proteger; melhor proteger o clube.
Questionado sobre o risco de manter Jayme de Almeida no comando do Flamengo, um dia depois do pedido de demissão de Mano Menezes, o vice-presidente de futebol Wallim Vasconcellos foi enfático: "Arriscado, por quê? Com o Andrade não foi assim, antes de ser campeão em 2009? E com o Carlinhos, campeão em 1987 e 1992? O Jayme tem pele rubro-negra, e os jogadores o adoram. Isso pode ser muito importante para recuperar a equipe."
A vitória sobre o Criciúma e o empate com o Botafogo indicam que a diretoria rubro-negra tinha razão. A experiência contrasta em parte com a do São Paulo, que escapou do abismo momentaneamente depois de contratar Muricy, a segunda grife contratada em três meses, depois do fracasso da outra, Paulo Autuori.
(...)
Mas dirigente prefere muitas vezes contratar o técnico-grife para proteger a si próprio. Melhor ter certeza de estar tomando a decisão certa, cara ou barata. Proteger o clube. Não há receita exata. O melhor jeito é o dirigente conhecer seu time, a necessidade do momento e apostar no cara certo, seja um nomão ou nomezinho.
Há quatro anos, o Flamengo demitiu Cuca e efetivou Andrade. Foi campeão brasileiro (ilustração 1). Hoje, Cuca é campeão da Libertadores, e Andrade nunca mais teve a oportunidade de fazer um bom trabalho --foi rebaixado para a Série C pelo Brasiliense. Em 1998, o Corinthians perdeu Luxemburgo para a seleção e efetivou seu auxiliar, Oswaldo de Oliveira. Um ano depois, Oswaldo liderava o timaço campeão brasileiro (ilustração 2).
Há outros exemplos de sucesso com técnicos tampões. Carlinhos, citado por Wallim Vasconcellos, saiu de interino para campeão brasileiro em 1987. Mário Travaglini foi campeão paulista assim, pelo Palmeiras, em 1966. José Poy chegou ao vice-campeonato brasileiro partindo de posição semelhante, em 1971. Se quem contrata confia e dá respaldo, pode dar certo.
Em 2005, o Grêmio contratou Mano Menezes, que só tinha no currículo a semifinal da Copa do Brasil pelo 15 de Campo Bom. Deu certo.
É possível que o ano termine deixando a pergunta: o que Jayme de Almeida tem que Mano Menezes não tem? Dinheiro é que não é.
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