Estive na despedida do Flamengo do Maracanã contra o Santos e nada mais justo do que voltar na estreia do Rubro Negro ao então maior do mundo.
Cheguei já tendo que me dirigir à entrada "E", bem distante por sinal. A fila estava longa, mas andava rapidamente. Lamentável foi deixar de subir a rampa do Bellini, que saudade daquela ladeirinha santa, de tantas esperanças.
Na correria pra chegar ao setor "E", vi uma tumulto entre organizadas e a polícia e uma bomba estourou a pouco mais de cem metros. Eu e minha namorada tivemos que sair em disparada para chegar logo na fila onde dois amigos nós esperavam. Durante a espera para entrar, outros disparos puderam ser ouvidos.
Finalmente acomodados, vimos um primeiro tempo apático do Flamengo, o pior da era Mano Menezes. Ao contrário do que vinha acontecendo nos últimos jogos, quando o time fazia uma boa primeira etapa e não tinha pernas para aguentar a etapa final. Sem a compactação, o Botafogo dominou por completo, encurralando o Rubro Negro e não permitindo qualquer presença ofensiva na sua área. Fez o gol em cobrança de falta de Seedorf que ainda meteu uma bola na trave.
O Flamengo raramente chegava e, quando chegava, não chutava. Só foi ameaçar depois dos 30 minutos. Péssimo jogo de Carlos Eduardo (desisto), Diego Silva e Paulinho.
Mano Menezes trocou Diego Silva e Gabriel por Luiz Antônio e Adryan, e foi a vez do Flamengo encurralar o adversário. O que pensou o Botafogo? Que tudo já estava definido? A marcação ao Seedorf ficou mais forte, como já deveria ter acontecido. Com Adryan centralizado e jogando com muita raça e vontade, como pediu a torcida no intervalo, Elias e Paulinho cresceram no jogo. Era um novo time em campo, e o Flamengo criou várias chances, teve um gol anulado corretamente e o outro erradamente. Sem falar num pênalti não marcado depois de um pé alto dentro da área.
Com a entrada do Hernane, o Flamengo passou a combater ainda mais a saída de bola. Apesar do amplo domínio, correu riscos no contra-ataque botafoguense. E eis que após dois gols anulados, Elias finalmente marcou seu gol para explosão definitiva da torcida e para calar a torcida adversária, que só começou a cantar pateticamente ao final do jogo, quando pensou que a vitória estava garantida.
A torcida demorou a deixar o estádio, parecia que ninguém queria ir embora. A festa estava engasgada após os dois gols anulados. Foi lindo demais.
O Flamengo do Mano é um time que demonstra que pode vencer e jogar de igual para igual com qualquer adversário. Que pena que ele não chegou logo no começo do ano.
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