Falta menos de uma semana para a eleição do Flamengo, provavelmente a essa hora já saberemos quem vai ter o poder de decidir a vida do Clube em assuntos estratégicos. Não será mais uma eleição da vida política Rubro Negra, mas sim será um pleito onde vai se decidir quem vai tratar de assuntos decisivos a longo prazo: Maracanã e Adidas.
Afinal, quem vai negociar com a empresa que ganhar o consórcio do Maracanã por mais de duas décadas, quem vai fechar um contrato de uma década com a Adidas para fornecimento de material esportivo?
Depois da dívida milionária contraída com a saída de Ronaldinho, alguém ainda deposita esperança em dia melhores com essa diretoria no que tange a assuntos tão burocráticos, cláusulas que se não forem bem analisadas podem lesar o clube financeiramente, como estamos vendo agora?
Hoje o Flamengo é o único time grande do país sem patrocínio. É o fracasso absoluto do marketing, que ainda não conseguiu tratar seu torcedor como cliente planejando um sócio-torcedor decente. Em qualquer outra empresa a equipe desse setor já teria sido varrida sem dó. Hoje isso não acontece porque o interesse político se sobrepõe ao do Flamengo.
Enquanto times erguem estádios, o Rubro Negro segue inerte, vendo o legado de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada se esfarelarem.
É fato que a sede social avançou, está mais agradável, alguns espaços antes obsoletos agora estão sendo aproveitados. Duas quadras foram reformadas, mas a sede pode mais, e não vejo como essa gestão possa procurar parceiros para um investimento mais ousado. A Gávea fica localizada num ponto estratégico, belo e um dos mais nobres da cidade, e hoje, incrivelmente, não dá lucro para o Flamengo. Isso não pode continuar.
O que a chapa azul pretende implantar no Flamengo, nenhuma outra chapa planeja nível profissional igual. Primeiro por que não tem quadro suficiente, segundo por que querem manter o mesmo modelo de gestão.
Afinal, por que Jorge Rodrigues não anuncia quem serão seus vice-presidentes? A única chapa que escalou sua equipe foi a azul. Como os sócios podem comparar, podem analisar os quadros? É fato que quando se anuncia nomes, e nomes de peso, como Eduardo Bandeira de Mello fez, é porque já tem um modelo de gestão estabelecido que é inerente a aliados que possam se aglutinar durante a campanha, ao contrário de Jorge Rodrigues, que está esperando as peças se moverem para acomodar seus aliados. Não existe um plano de governo claro, existe sim é manter o status quo.
O modelo proposto pela chapa azul é simples. Aproveitando da obrigatoriedade pelo estatuto de se ter cargos amadores, Bandeira de Mello uniu o útil ao agradável, fechando com nomes de peso do mercado para assumirem os cargos de vice-presidência e juntos formarem um Conselho de Gestão, cuja missão será traçar metas, atrair investimentos, planejar e cobrar resultados dos executivos, como em qualquer empresa.
(A idéia não é fazer do Flamengo uma S/A, mas usar um modelo de gestão semelhante a de uma empresa.)
Com Wallim sendo o executivo geral, sua missão será receber o planejamengo do Conselho e comandar os executivos que serão contratados para áreas específicas do Clube: futebol, marketing, esportes olímpicos e Fla-Gávea.
É um modelo que não admite amadorismo. E transforma de uma obrigatoriedade estatuária em um trunfo para trazer grandes profissionais Rubro Negros do mercado e formarem um Conselho Gestor.
Sócio, vamos perder essa chance?
Um comentário:
Amigo André, você tem ideia de quantos sócios você alcança, com seu belo texto? Particularmente esse, de seus vários belos textos. tem um foco diferente. Ele precisa atingir o bom senso do sócio votante do Fla. Sou fã do blog de carteirinha, você sabe, mas estou frustrado de não ser sócio nesse momento. Que Deus abençoe o Fla, e guie seu caminho essa semana.
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