sexta-feira, 12 de abril de 2019

Libertadores 2019: Flamengo 6 x 1 San José


Um 6 x 1 nunca pode ser discutido.

Mas a forma que esse placar foi construído pode e deve ser discutida, principalmente pelas poucas dificuldades impostas por um adversário sem grande força e que ficou com um a menos logo aos cinco minutos de jogo.

Basta ver que a torcida vaiou no intervalo, insatisfeita pelo placar de 2 x 1 e vendo Diego Alves sendo responsável por impedir um novo empate.

E os primeiros cinco minutos foram expressivos. Um Flamengo imperativo, que queria apagar a péssima atuação contra o Peñarol. Logo no primeiro lance, bela chace desperdiçada por Arrascaeta. Na sequência, cobrança de escanteio do uruguaio, Bruno Henrique desviou e Diego abriu o placar logo aos dois minutos.

Ato contínuo, bela escapada de Bruno Henrique, que provocou a expulsão de Toco logo aos cinco minutos da primeira etapa.

Era o começo dos sonhos de toda a torcida. É evidente que o Flamengo tem mérito por ter ficado em vantagem numérica logo no começo.

E se esse Flamengo tem praticamente a obrigação de vencer e convencer todo jogo, imagina então ao enfrentar um adversário que é o lanterna do grupo, que ficou com um jogador a menos e com 1 x 0 no placar?

No entanto, a equipe relaxou da adrenalina inicial. Baixou a guarda, afinal, quem imaginaria que o San José iria querer outra coisa se não se fechar suas duas linhas de quatro para não ser engolido por um Maracanã com mais de 65 mil torcedores.

Pelo contrário: o adversário não se fez de rogado, buscou até avançar a marcação e pressionar a saída de bola. San José trocava passes e mesmo com três, quatro jogadores ameaçava a defesa Rubro Negra.

E o Flamengo, com onze, era uma equipe espaçada, a recomposição era lenta, a marcação não era firme e geralmente esperavam que a dobra daria conta do adversário.

Quando uma equipe tem um jogo super ofensivo, a concentração defensiva diminui, principalmente quando as condições de jogos parecem mais facilitadas. Ao contrário, por exemplo, de um time vocacionado a ser defensivista, que precisa ter concentração os 90 minutos.

Nesse ponto que Abel Braga precisa equilibrar a equipe. Não há time campeão que sofra gol todo jogo. São 15 sofridos em 19 partidas no ano. Talvez buscar prender um dos laterais e principalmente forçar William Arão a ficar mais um pouco, podem ser saídas.

O fato é que o adversário empatou o jogo, após falha dos zagueiros e de Arão, e provocou reação da torcida.

Aos 30 minutos, num contra-ataque (!!!), vejam vocês, o Flamengo conseguiu uma escapada com Éverton Ribeiro, que tabelou com Bruno Henrique para fazer 2 x 1.

No segundo tempo brilhou a estrela de Arrascaeta. E um Rubro Negro mais incisivo ofensivamente e sofrendo menos perigo na defesa. Contando ainda com um San José que cansou e não conseguia mais oferecer risco.

O uruguaio fez brilhante jogada pela esquerda e deixou limpa para Bruno Henrique que, no giro, chutou para fora.

Em seguida, Éverton Ribeiro cruzou na medida para Arrascaeta, que dominou com categoria para marcar o terceiro, para alívio da torcida.

E, finalmente, o Flamengo conseguiu construir a goleada prometida nos cinco minutos iniciais. Um detalhe que merece atenção: apenas no quarto gol surgiu uma jogada trabalhada, a já manjada ultrapassagem de Pará com passe de Arão.

Com sete passes decisivos, cinco chutes a gol, seis cruzamentos certos em nove tentativas, cinco bolas longas certeiras (100% de aproveitamento) e seis dribles em sete tentados, Arrascaeta foi o grande nome da noite. Não há malabarismo retórico que justifique sua ausência.

Abel Braga não pode privar a torcida de ver em campo Éverton Ribeiro, novamente em grande noite, ao lado do uruguaio.

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