quarta-feira, 20 de março de 2019

Carioca 2019: Flamengo 2 x 0 Madureira


Quem enxerga apenas o placar pode até imaginar que foi sofrido, que o time pequeno montou uma forte retranca, que tirou o time grande da zona de conforto, principalmente pelo primeiro gol ter saído apenas no final do primeiro tempo.

No entanto o que se viu foi um Flamengo intenso, impulsivo, que tratou de amassar o frágil Madureira, no entanto, venceu apenas por 2 x 0.

Cerca de 88% da posse de bola total do Rubro Negro foi do meio de campo pra frente. O Madureira simplesmente não conseguiu respirar e sair pro jogo, especialmente no primeiro tempo.

A equipe finalizou incríveis 32 vezes ao gol adversário, ou: um chute a cada 2,8 minutos. De fato, foi uma chuva de gols perdidos e esse ponto precisa ser trabalhado. Talvez há muita euforia, muita impulsividade e pouca tranquilidade, não pelos maus resultados, mas pela forma com que a equipe joga. Aos poucos as coisas devem se assentar, porém é preciso atenção.

Gabigol foi o expoente dessa perda de gol, teve pelo menos umas cinco chances, mas outros jogadores também perderam boas oportunidades, o que deve supor que não se trata de uma dificuldade específica de apenas um jogador, por mais que este seja o artilheiro e vocacionado a marcar gols.

Mesmo assim o atacante chegou à marca de sete gols em dez jogos. Ano passado, os artilheiros da Gávea foram Dourado e Paquetá com 12 cada um. Além de inteligência para puxar a marcação e fazer o facão como ninguém no país. Após muito tempo o Rubro Negro tem um atacante de mobilidade e que adentra nos espaços vagos.

O Flamengo vem crescendo nas últimas partidas e Abel parece ter deixado suas convicções de lado para montar um esquema em prol das características dos jogadores. Não há como sustentar um time com esse poderio ofensivo se fechando em duas linhas defensivas. É um desperdício e taticamente não funciona.

Foi agradável ver que o time começar a trabalhar com triangulações, inversões e muita movimentação. Foi amplo o repertório: jogadas pela direita, esquerda, contra-ataques e chutes de fora. Outro ponto forte que vem sendo característica dessa equipe é a recuperação após a perda da bola. Ter jogadores de profundidade contribui para sufocar a saída de jogo do adversário.

Ficaria mais preocupado se o Flamengo tivesse jogado mal, não se encontrado e tendo dificuldade para enfrentar o Madureira do que os vários gols perdidos.

Sem Cuellar, Ronaldo jogou de primeiro volante e jogou bem. Foi nessa posição que o jovem foi campeão da Copa São Paulo. Ele acertou 88 passes, errou apenas um e conseguiu sete desarmes.

Outro que merece destaque é Rodrigo Caio, que falhou logo na estreia, mas depois tomou conta da zaga ao lado de Léo Duarte e está sendo um dos grandes destaques da temporada.

Como no futebol tudo que parece certeza hoje pode virar incerteza amanhã, tudo que é evolução hoje pode desmoronar amanhã, o clássico de domingo contra o Fluminense será um bom teste para colocar à prova as últimas boas atuações do time. Ainda mais por ser um adversário que tem como característica o mesmo estilo de jogo do Flamengo e fez Abel mudar o estilo de jogo em prol do tricolor, estrategia que não deve ser repetida no final de semana.

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