segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Pela igualdade de condição. Pelo fair play no futebol brasileiro

Dezembro de 2017, o Cruzeiro oferece quase o dobro do salário para tirar o lateral Edilson do Grêmio:


Conforme matéria do UOL, o diretor de futebol à época, Marcelo Djian, apresentou a proposta ao estafe do jogador de 31 anos e tenta um acordo com os gaúchos para anunciar a contratação.

Na própria contratação do Arrascaeta, o Cruzeiro iniciou as conversas com os empresários do jogador, e depois foi sentar com o Defensor.

Ou seja, prática comum do futebol brasileiro, afinal, antes de negociar a liberação com o clube, é óbvia a necessidade de buscar um acerto salarial com o jogador e seus empresários.

Qualquer conversa fora desse contexto é cinismo e oportunismo.

O que precisa ser discutido urgentemente no futebol brasileiro é o doping financeiro, quer dizer, aqueles clubes que seguem empilhando contratações, porém continuam atrasando salário, não pagando pelos reforços e disputando livremente os campeonatos em igualdade de condição com quem está em dia com suas contas e finanças.

É esse movimento que inflaciona o mercado, e não quem se reestruturou financeiramente para poder, enfim, realizar aquisições mais altas.

É preciso sempre lembrar: o Flamengo em 2013 negociou Vagner Love com o CSKA da Rússia porque não tinha condições de mantê-lo. Desfez do seu principal jogador para iniciar o equilíbrio nas contas.

Em entrevista na semana passada, o vice-futebol do Cruzeiro, Itair Machado, disse que, caso aceitasse a proposta do Flamengo, sobraria pouco mais de 500 mil euros, justamente porque o próprio clube mineiro não honrou o pagamento do Arrascaenta junto ao Defensor e, com a negociação, teria que pagar a dívida. Realmente é uma coisa absurda pagar o que deve.

É o futebol segue seu curso tranquilamente. Tudo isso acontece por falta de regras rígidas da CBF, que ainda permite que clubes que atrasam salários ou não pagam por contratações continuem no mercado se reforçando como se não tivesse acontecido.

Um comentário:

João Paulo disse...

Se eu fosse o Flamengo iria com tudo pra repatriar o lateral Jorge e o zagueiro Samir. Duas negociações patéticas da diretoria anterior, que o torcedor ainda teve que aguentar o Rodrigo Caetano contando vantagem.
O primeiro está meio encostado no Porto, tem uma partida na temporada. Creio que bastaria o Flamengo devolver os 18 milhões reais da venda.
O segundo é mais complicado, porque em agosto do ano passado renovou por mais 2 anos com a Udinese, contudo, não é titular e vem jogando mais como lateral. Creio que por menos da metade do valor que o Flamengo iria gastar com o Dedé ele contaria com o Samir.
Esse jogador já era um bom zagueiro quando revelado pelo Flamengo, só que, naquela oportunidade ele tinha 18 pra 19 anos, agora ele tem 24 e bagagem de futebol italiano. Formaria com o Rodrigo Caio uma zaga, jovem, veloz e ao mesmo tempo experiente.
Já o Jorge eu traria de qualquer forma, até pra barrar o Renê ou colocá-los na direita.
Daqui a pouco um clube paulista se ligar e repatria os atletas e aí a gente já viu esse filme, igual o mole que o Flamengo seu com o zagueiro paraguaio que foi parar no Palmeiras.