quinta-feira, 7 de junho de 2018

Brasileirão 2018: Fluminense 0 x 2 Flamengo


Nove jogadores participaram de 50 toques em exatos 57 segundos para a construção do segundo gol.

A jogada começa com Léo Duarte fazendo boa recuperação lá na esquerda, vem pra direita, volta pra esquerda, e aí, com a equipe posicionada, a bola volta pra direita com Éverton Ribeiro partindo pra cima e tabelando com Paquetá, envolvendo quatro jogadores do tricolor e deixando livre para Vizeu marcar com categoria.

Esse é o Flamengo que está sendo construído e moldado por Maurício Barbieri. É preciso reconhecer o grande trabalho que vem fazendo sem tempo para treinar, com jogo três vezes por semana.

As sete vitórias do Flamengo no campeonato foram sem sofrer gol. É um fato extremamente marcante.

É um time que deixou pra trás uma posse de bola infrutífera e tornou-se uma equipe agressiva, envolvente, que pressiona o adversário em busca do gol e, quando perde a posse, recompõe com velocidade e de forma organizada.

Basta saber que o Rubro Negro é o líder em roubadas de bola desse Brasileirão com 204 recuperações, média de 20 por jogo. Ontem foram 23 desarmes. Enquanto esteve com a seleção colombiana, Jonas fez ótimo papel, chegando a conseguir nove roubadas de bola, então recorde do campeonato. Bastou Cuellar voltou e já romper a marca de incríveis 10 recuperações, novo recorde do Brasileiro.

E isso jogando com apenas um volante de ofício. É indispensável  reconhecer o trabalho em prol da equipe de Paquetá, Vinicius Jr e Éverton Ribeiro. Atacam muito, mas não ficam lá na frente sem nenhum compromisso pra marcar.

Exemplo é o posicionamento do Vinicius Jr no dois lados do campo:

(Via Footstats)

E aqui segue todos os pontos que o Paquetá tocou na bola. Praticamente em todo o campo:


Sem Diego, Barbieri teria a opção de jogar com dois volantes e liberar Paquetá pro ataque. No entanto, manteve o esquema, escalando Marlos Moreno na ponta. E foi decisivo. O objetivo do Fluminense era justamente fechar o meio de campo, travar as jogadas e buscar uma bola. Abel revelou que o planejamento era terminar o primeiro tempo 0 x 0.

Com dois pontas abertos o Flamengo teve a amplitude necessária, além de bloquear os laterais do adversário. Com 15 minutos de jogo, a equipe chegou a ter 69% de posse de bola. Com bastante movimentação, marcação alta, o Rubro Negro sufocou.

E não abusou de cruzamentos ou bolas erguidas na área de qualquer maneira. No Flamengo de hoje não tem desespero, não tem ansiedade. Tem toque de bola, movimentação, triangulações e muita habilidade.

Caindo de surpresa pela esquerda, Éverton Ribeiro iniciou a jogada do gol quando cruzou para Paquetá que, dentro da área como se fosse atacante, raspou de cabeça e Marlos Moreno, com velocidade, chegou na frente e sofreu pênalti. Dourado fez o que sabe fazer.

O placar ainda era injusto.

No segundo tempo Abel voltou com dois jogadores de velocidade: Matheus Alessandro e Pablo Dyego. Por 10 a 15 minutos o Fluminense foi melhor. Mas rapidamente Barbieri matou o jogo tricolor com a entrada de Jean Lucas. O treinador Rubro Negro em pouco tempo reorganizou seu time. Conseguiu sair de uma situação que poderia complicar.

Com Vizeu em campo se posicionando como um verdadeiro matador, os 50 toques, com a bola passando por quase todos os atletas, o Flamengo finalizou o jogo com 2 x 0.

O Fluminense jamais ameaçou de verdade. Jamais teve o domínio. O Flamengo foi soberano e jogou com autoridade, até quando marcou da intermediária no começo do segundo tempo. Foram incríveis oito finalizações corretas e apenas uma errada.

Só restou ao tricolor espernear pelas jogadas de efeito dos garotos do Flamengo. Com Abel tendo a cara de pau de pedir pro Barbieri segurar os dribles de Paquetá e Vinicius Jr. Hoje discute-se os dribles e jogadas de efeito, menos os pontapés e as botinadas dos tricolores.

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