sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Entrevista com Eduardo Bandeira de Mello, candidato a presidente da chapa Fla Campeão do Mundo

Mês passado entrevistamos o então candidato da chapa azul, Wallim Vasconcelos. Após o golpe, Eduardo Bandeira de Mello foi alçado a candidato à presidência pela chapa Fla Campeão do Mundo, o que só corroborou que o projeto não está baseado em um único nome, mas no grupo e na credibilidade de seus componentes.

Ele fala de sócio-torcedor, transparência das contas, Maracanã, esportes olímpicos, e anuncia João Henrique Areias como executivo do marketing tendo BAP como vice.

Confira a conversa com Bandeira de Mello, futuro presidente do Flamengo:


- O Fluminense acaba de abrir as portas para o torcedor alterando seu estatuto, concedendo uma série de benefícios como meia-entrada e o direito a voto. A expectativa é que 20 mil sócios entrem no programa ano que vem, ajudando também na receita do Clube. Existe da chapa o interesse em, logo quando assumir, pedir a alteração do estatuto para fazer um sócio-torcedor tratando o seu torcedor como cliente de fato do Clube e democratizando o colégio eleitoral? 

Podemos firmar esse compromisso? 

Qualquer mudança no estatuto requer cuidados. Deve ser fruto de planejamento e uma decisão em conjunta com os conselheiros e sócios. Pensamos, sim, mas de forma gradativa.


- Muita gente fala em profissionalizar a gestão do futebol, mas hoje temos profissionais contratados e o departamento não anda, como também no marketing. Qual o diferencial da chapa? 

O nosso grupo. Com ele, será totalmente diferente. Faremos uma auditoria para diagnosticar exatamente como está a situação financeira do clube. A partir do primeiro ano, tudo publicado direitinho no site oficial. Não temos nada a esconder da nossa torcida, que ganhará um programa sócio-torcedor eficiente, não este que acabou de ser lançado agora, às vésperas de uma eleição.

Dessa forma, respaldado no nosso currículo profissional de gestão, vamos recuperar a credibilidade bancária do clube. Hoje, ninguém quer investir no Flamengo. O nosso grupo trará de volta os investidores. Vamos implementar um plano de marketing, coisa que não existe no clube. Perdemos uma grande oportunidade de aumentar exponencialmente as receitas rubro-negras com a passagem do Ronaldinho Gaúcho. Mas a diretoria não aproveitou. Com o nosso grupo, a torcida pode ter certeza de que devolveremos a saúde financeira ao clube.


- A idéia do Conselho Administrativo formado pelos vice-presidentes, que são amadores, mas executivos conhecidos do mercado é o grande diferencial da chapa? 

Com certeza. Como a maioria dos presidentes, vou me dividir entre minha família, meu trabalho e o Flamengo. Eu e todos os principais nomes do grupo. Nós formaremos um Conselho Gestor, que terá uma equipe de profissionais executivos contratados do mercado sob sua gerência. Mas num primeiro momento estou preparado para me dedicar exclusivamente ao Flamengo.


- O Cruzeiro fechou com o Mineirão para jogar todas partidas como mandante lá. Mas se por acaso quiser mandar um jogo fora, não poderia. O que a Chapa está planejando da licitação do Maracanã? É a prioridade, mas sem exclusividade dos jogos porque ainda sonham com uma Arena do Flamengo, ou Arena na Gávea? 

É importante reconhecermos que perdemos a chance de ter um estádio como o Corinthians conseguiu para a Copa do Mundo. Se estivéssemos articulados com o governo federal, é provável que a construção de um estádio para o Flamengo, que é o sonho de todo o rubro-negro, pudesse virar realidade. A utilização do Maracanã vai depender muito das condições da licitação. Flamengo e Maracanã têm uma história de glórias e será ótimo se pudermos voltar a jogar nele. Se não for possível, temos também dois projetos em análise: uma arena multiuso com capacidade para cerca de 50 mil pessoas e uma ampliação do estádio da Gávea, para cerca de 20 a 25 mil torcedores, visando jogos de menor porte. Hoje, 85% das partidas em que o Flamengo é mandante recebem menos do que essa capacidade. Os recursos para a execução das opções virão do programa sócio-torcedor associado à parcerias público-privadas.


- A chapa teve acesso ao contrato da Adidas? Existe alguma posição? 

Não tivemos acesso. Difícil falar.


- Com relação aos esportes olímpicos. Existe um certo temor, até pelo fato da Patrícia ter vindo de lá, de um possível abandono. O que a chapa pensa como gestão profissional para os atletas e treinadores olímpicos. E como será a execução? 

A execução ficará por conta do nosso VP de Esportes Olímpicos, Alexandre Póvoa. Segundo ele, as principais modalidades carecem de condições de treinamento. A natação, por exemplo, vem recuperando espaço nos últimos anos, apesar da falta de infraestrutura oferecida pelo clube (piscinas em péssimo estado). Achamos a contratação de ídolos um fato importante, mas queremos que eles treinem dentro do clube para alavancar projetos com as futuras gerações. Certamente, os investimentos continuarão, mas com maior equilíbrio entre formação de equipe e infraestrutura. Contratar um atleta olímpico para que ele não apareça no clube e, ainda por cima, com a sua “arena” (no caso, a piscina) em péssimo estado me parece contraproducente inclusive para a motivação dos atletas que estão lá, vivendo o dia-a-dia do Flamengo. Esses são o nosso maior ativo, que devem ser valorizados sempre.


- Ainda sobre clube social/esportes olímpicos. Em 2010 o Flamengo teve uma receita de R$ 18 milhões, em 2011 foi de R$ 19 milhões. Mas as despesas sempre foram maiores: em 2010 R$ 45 milhões e 2011 gastos R$ 35 milhões. Como equilibrar as contas, como tornar os esportes olímpicos superavitários? 

Para todos os esportes olímpicos, temos que nos organizar de forma competente para arrecadar os recursos necessários – através do aproveitamento de leis de incentivo fiscal (por que não criar um grupo especialista no assunto, como existem no Minas Tênis e Pinheiros?), atração de patrocínios via credibilidade de quem negocia (esse é o grande trunfo de nossa chapa), conquista de maior número de sócios (campanha competente de sócio-torcedor e outros) e/ou garantia de maior frequência nas escolinhas (consequência de um clube mais forte).


 - Quem vai gerir o marketing do Clube? 

Luiz Eduardo Baptista (BAP, presidente da SKY), será o nosso VP de Marketing, tendo João Henrique Areias como diretor-executivo da área.

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