Eles fazem falta, por Vitor Boêmio

O Flamengo vive um mau momento no Brasileirão depois de um começo arrasador, onde o time chegou a abrir boa vantagem para o segundo lugar, conquistando as famosas “gorduras” que há tempos foram gastas, já que o Flamengo acumula cinco jogos sem vencer, marcando apenas três pontos em quinze disputados, rendimento mais do que preocupante para um time que quer, e tem elenco para isso, ganhar o campeonato.

Não se imaginou que o Flamengo sentiria tanto a falta dos jogadores vendidos na janela de transferências, a maioria pensou, eu incluso, que o nosso elenco teria peças de reposição imediata para as perdas, mas o que estamos vendo é uma queda de rendimento do nosso ataque, destoando com o resto do time, o último gol de um atacante do Flamengo foi a seis rodadas, marcado pelo artilheiro Marcinho, em seu penúltimo jogo com a camisa do Flamengo neste campeonato. Sem dúvidas é dele que sentimos mais falta, se o jogador dava trabalho para a nossa diretoria fora de campo, dentro quem sofria com ele eram os adversários com a sua velocidade e oportunismo.

Com a saída da dupla Marcinho-Souza do comando do nosso ataque o Flamengo não perdeu somente em gols, perdeu também em poder de marcação, pode soar estranho mas é verdade, ambos ajudavam a todo instante na marcação. O criticado Souza era um lutador, tudo bem que muitas vezes lutava até com a bola, mas contribuía muito com a pegada no meio-campo, segurava bem a bola no campo ofensivo e abria espaços na defesa para quem chegava de trás, espaços esses que estavam sendo aproveitados bem aproveitados pelo Marcinho e pelos nossos laterais. Souza já foi artilheiro do Brasileirão (17 gols em 2006), no Flamengo não marcava muitos gols exatamente porque se sacrificava pelo time, sacrifício que os atuais atacantes Tardelli e Obina, não mostram disposição e nem capacidade de fazer.

Nossos laterais também perderam rendimento, Renato Augusto deixou saudades para muitos, mas ninguém sente mais a sua falta que o Leonardo Moura, era com ele que o nosso lateral armava o jogo pela direita, fazendo tabelas que, invariavelmente, deixavam um ou outro em boas condições cruzar ou mesmo o tentar o arremate ao gol, atualmente Léo tem atacado praticamente sozinho pelo setor e, por isso, tornando-se presa fácil para a marcação adversária, marcação essa que, por sinal, aumentou muito contra os nossos laterais. Todos sabem que o grande trunfo do Flamengo sempre foi o poder ofensivo dos laterais e a liberdade que eles têm para atacar, se lançam ao mesmo tempo para o ataque e são os responsáveis pela maioria dos gols do time. O que ninguém estava sabendo era como marcá-los, agora parece que finalmente, e infelizmente, aprenderam e nenhum dos dois estão tendo a mesma facilidade que encontravam antes.

Resta ao técnico Caio Jr. achar uma outra maneira de chegar ao ataque e é aí que é preciso repor as peças perdidas com outros jogadores de qualidade e que tenham a capacidade de variar a forma do Flamengo jogar sempre que necessário. Reforços virão, promete a diretoria, torçamos que para os lugares certos.