sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

"Flamengo, um estranho no ninho contaminado pela cartolagem que se apoderou da bola", por José Roberto Malia

Com certeza você não lerá essa análise de qualquer jornalista carioca. É o Flamengo na vanguarda da moralidade no futebol brasileiro.

Confira texto do jornalista José Roberto Malia no site da ESPN:

O rei da cocada no Urubu, Eduardo Bandeira de Mello, é um estranho no ninho contaminado pela safadeza dos cartolas que se apoderaram da pátria das chuteiras furadas.  
Entre outras coisas, reduziu de mais de 500 para 78 o número de ações trabalhistas nos últimos dois anos. Pagou mais de R$ 43 milhões em acordos. Estimada em R$ 700 milhões, a divida do clube diminuiu para R$ 500 milhões.  
Mais: até agora, é o único que torpedeou publicamente a emenda aprovada no Congresso que parcela em 240 meses as dívidas dos clubes (mais de R$ 4 bilhões), além de reduzir em 70% as multas e em 50% os juros. Fuzilou: não é correto com a sociedade e/ou contribuinte. Bandeira de Mello defendeu a inclusão de medidas que obriguem os clubes a andar na linha, como rebaixamento por falta de pagamento ao governo e/ou atletas.  
O mandachuva e raios do Flamengo aproveitou para moldar um nariz de Pinóquio no autor da emenda, o deputado Jovair Arantes (PTB/GO), que apregoou aos quatro ventos do moinho sem hélice que o time carioca havia aplaudido o projeto: balela do parlamentar, que é vice-presidente do Atlético/GO. Após a aprovação da medida, na calada da noite, o nobre Arantes atacou o Bom Senso: uma ‘reunião de milionários do futebol, que passaram anos ganhando milhões e acabaram afundando os clubes'.  
O contra-ataque do Bom Senso desvendou a ópera do bufão: ‘Uma manobra vergonhosa do deputado Jovair Arantes (PTB/GO) e do senador Romero Jucá (PMDB/RR) incluiu o refinanciamento dos clubes, sem nenhum tipo de contrapartida, através de uma emenda à Medida Provisória 656/2014, que trata de incentivos fiscais à importação de peças para aerogeradores.' De acordo com o movimento dos atletas, a jogada é conhecida no Congresso como ‘contrabando legislativo', ou seja, quando uma questão é aprovada ao lado de outra que não tem absolutamente nenhuma relação.  
O texto aprovado no Congresso terá que ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff para virar lei. Mas dificilmente receberá o sinal verde. O futebol brasileiro não merece uma derrota tão acachapante. Chega o 7 a 1 da Copa.

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