Confira texto do jornalista José Roberto Malia no site da ESPN:
O rei da cocada no Urubu, Eduardo Bandeira de Mello, é um estranho no ninho contaminado pela safadeza dos cartolas que se apoderaram da pátria das chuteiras furadas.
Entre outras coisas, reduziu de mais de 500 para 78 o número de ações trabalhistas nos últimos dois anos. Pagou mais de R$ 43 milhões em acordos. Estimada em R$ 700 milhões, a divida do clube diminuiu para R$ 500 milhões.
Mais: até agora, é o único que torpedeou publicamente a emenda aprovada no Congresso que parcela em 240 meses as dívidas dos clubes (mais de R$ 4 bilhões), além de reduzir em 70% as multas e em 50% os juros. Fuzilou: não é correto com a sociedade e/ou contribuinte. Bandeira de Mello defendeu a inclusão de medidas que obriguem os clubes a andar na linha, como rebaixamento por falta de pagamento ao governo e/ou atletas.
O mandachuva e raios do Flamengo aproveitou para moldar um nariz de Pinóquio no autor da emenda, o deputado Jovair Arantes (PTB/GO), que apregoou aos quatro ventos do moinho sem hélice que o time carioca havia aplaudido o projeto: balela do parlamentar, que é vice-presidente do Atlético/GO. Após a aprovação da medida, na calada da noite, o nobre Arantes atacou o Bom Senso: uma ‘reunião de milionários do futebol, que passaram anos ganhando milhões e acabaram afundando os clubes'.
O contra-ataque do Bom Senso desvendou a ópera do bufão: ‘Uma manobra vergonhosa do deputado Jovair Arantes (PTB/GO) e do senador Romero Jucá (PMDB/RR) incluiu o refinanciamento dos clubes, sem nenhum tipo de contrapartida, através de uma emenda à Medida Provisória 656/2014, que trata de incentivos fiscais à importação de peças para aerogeradores.' De acordo com o movimento dos atletas, a jogada é conhecida no Congresso como ‘contrabando legislativo', ou seja, quando uma questão é aprovada ao lado de outra que não tem absolutamente nenhuma relação.
O texto aprovado no Congresso terá que ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff para virar lei. Mas dificilmente receberá o sinal verde. O futebol brasileiro não merece uma derrota tão acachapante. Chega o 7 a 1 da Copa.
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