quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O absurdo do Estado invasor

Texto enviado por um amigo do blog. Confira:

"A desvantagem do capitalismo é a desigual distribuição das riquezas; a vantagem do socialismo é a igual distribuição das misérias" - Winston Churchill 

A citação do líder britânico Winston Churchill data de décadas atrás mas ilustra bem o sentimento de tantos Rubro-Negros hoje. Peça fundamental durante a resistência dos aliados ao avanço das tropas da Alemanha nazista de Hitler, Churchill resumiu com lucidez - entre um gole e outro - a definição do Capitalismo. É cheio de defeitos e não poderia ser mais injusto. No entanto, nunca houve proposta melhor para substituí-lo. Pelo menos, nesse mundo.
Todo esse preâmbulo para tratar do que soa como oportunismo, abuso, e desrespeito à regra mais básica desse sistema: a lei de oferta e demanda, de autoria de outro britânico, o escocês Adam Smith. Ela explica que existe um equilíbrio entre produto e consumidor. Se houver poucos interessados e muita oferta, ele se desvaloriza; o contrário ocorre ao se inverter os fatores. É simples, como uma gangorra. Essa regra é o que determina a escolha do preço de arroz, do feijão, de roupas, bicicletas, apartamentos, passagens aéreas e outras coisas - inclusive, jogos de futebol. Uma partida entre dois clubes da terceira divisão de um país não pode custar o mesmo que uma final entre outros dois da primeira divisão do mesmo país. Isso não parece correto. Todavia, o risco é dos donos do "produto" se eles quiserem cobrar esse preço. Como diz o Capitalismo, o mercado dirá se essa foi a melhor escolha.
Nessa semana, o Flamengo, clube privado, que paga impostos, que tem sócios e inúmeros compromissos com funcionários, fornecedores e o Estado está sendo alvo de uma verdadeira cruzada contra sua autonomia em oferecer seu produto à sociedade pelo preço que ele julga ser o melhor. Alto ou baixo, a sociedade tem o direito de escolher. De acordo com informações que circulam pela imprensa, os seus torcedores - clientes, por assim dizer - consagraram o produto - o ingresso - como um bom produto, por um bom preço. Até a tarde dessa quinta, dia 14 de novembro, dois setores do Maracanã já estavam esgotados. Isso representa algo próximo de 30 mil ingressos vendidos - apenas nesses espaços. O mercado, pois, afirma: eu quero esse produto; ele me interessa.
Há que se reforçar: ninguém é obrigado a ir a uma partida de futebol. Bem como ninguém deve ser impelido a comprar produtos com custos que não possa arcar. Isso vale para qualquer situação: quem não gostaria de viajar o mundo, comer nos melhores restaurantes, ficar nos melhores hotéis, provar os mais saborosos vinhos? No entanto, isso requer escolhas. Mais do que isso: nem todos terão condições de arcar com isso.
A ação arbitrária do Procon contra o Flamengo, que forçou a entrada na sede social do clube - privado, é bom ressaltar novamente - sem ter a devida autorização foi um crime. Os fiscais exigiram ter acesso a documentos privados e sigilosos que envolvem a instituição e terceiros. Esse foi o primeiro absurdo. Não foi o único: o diretor jurídico do clube foi levado à delegacia depois de ouvir uma infundada voz de prisão de um fiscal do órgão de defesa do consumidor - questiona-se a autoridade e a legalidade dessa determinação.
Houve, ainda, outro fato tão lastimável quanto repugnante. Um senhor, que por anos gozou de posição de destaque no clube - por ocupar um cargo técnico, mas que, com ele, ganhou contornos políticos - se movimentou contra o clube. Esse cidadão - com vastas passagens criminais pelos livros da Polícia Civil - entrou com uma ação no Ministério Público. Nessa ação, ele colocou o Flamengo como réu - justamente o clube que ele, um dia, deveria ter defendido. Nas ocasiões em que isso lhe coube, prevaricou. E o fez em favor de seus colegas, aliados, amigos, aqueles o alçaram a sócio proprietário e presidente de poder. Os mesmos que o empregaram em cargos públicos na Câmara dos Vereadores, numa relação escusa, sórdida e vexatória - além de ilegal e imoral. Esse mesmo senhor agrediu um sócio, idoso, membro do Conselho Deliberativo, dentro do Salão Nobre do Flamengo. Ele também fez acusações graves - e não fundamentadas - contra o maior ídolo dessa Nação, atacando sua honra e de sua família. Atendendo ao pedido desse homem, o MP entrou com pedido de liminar exigindo redução nos preços do produto que, àquela altura, já confirmava seu sucesso.
Há, evidentemente, quem prefira pagar menos pelos ingressos. Alguns deixaram e deixarão de ir ao estádio por causa disso. Muitos ficarão de fora porque o Maracanã, que já foi o maior do mundo, não suporta - nunca suportou - toda a torcida Rubro-Negra, esses 40 milhões de apaixonados que só querem ajudar o time. Outros sequer hesitaram. Agora, cabe à Justiça reduzir essa distorção, não nos preços cobrados pela instituição privada que é o Flamengo, mas sim no abuso de força demonstrado por Procon e MP. Onde estiveram eles quando produtos de necessidade popular tiveram aumentos em seus preços? Há poucos meses, virou piada o preço do tomate - salvo engano, o quilo estava custando R$ 14. Onde estava o MP quando do escandaloso processo de privatização do Maracanã, de evidente prejuízo à sociedade? Onde estavam eles?
Esse é o mercado. Deixemos livre o pouco que restou de avanço que restou dessa sociedade hipócrita, covarde e demagoga em que vivemos. Que a Justiça atue para garantir que se faça justiça e não opressão, intervenção. O Flamengo já tem que lidar com muitos obstáculos no seu dia a dia: centenas de milhões de reais de dívidas acumulados por uma série de gestões temerárias e irresponsáveis, compromissos que vêm sendo honrados com enorme sacrifício por um grupo que luta para fortalecer esse gigante, que foi tão mal cuidado por tantos anos. Deixem que seus torcedores - que não se queixaram dos preços - optem por comprar os ingressos e participar desse momento importante para o time e o clube. Cabe a eles, mais ninguém, provar que o Flamengo é maior do que tudo. E, novamente, ele vai mostrar que é. E que a Justiça se ocupe em defender a população em causas muito mais relevantes do que essa - há várias pendentes.
O Flamengo seguirá forte. O Flamengo seguirá grande. Contra tudo, contra todos, ele sempre conseguirá aquilo para que nasceu: VENCER, VENCER, VENCER!

Um comentário:

Marcelo disse...

Excelente texto!
Parabéns à diretoria, que está agindo muito bem nesse caso até o momento. Que ela siga firme nessa história.