Maneira a entrevista que o Deivid concedeu ao site da FIFA, confira aqui os principais trechos:
“Aqui não tem meio termo: você vai do céu ao inferno em um jogo”, decreta o atacante. “Na Turquia, a torcida passa o tempo todo empurrando o time, do aquecimento ao apito final, ganhando ou perdendo. Quando acaba o jogo, se o desempenho tiver sido ruim, aí sim eles vaiam. Aqui no Brasil é muito diferente. Se você faz gol num jogo, você é ótimo. Mas se erra uma, duas jogadas na partida seguinte, já é vaiado. Faz parte: a cobrança e a ovação vêm na mesma proporção nos grandes clubes. Mas hoje eu posso dizer que
estou preparado para lidar com isso."
Torcedor confesso do Flamengo, Deivid vaiou e aplaudiu muitos jogadores rubro-negros até os 17 anos, quando deixou o Rio de Janeiro para defender o Santos.
“É muito fácil se deslumbrar num clube como o Flamengo. Talvez eu não tivesse condições de passar por isso antes. Hoje, tenho uma família construída, uma boa cabeça e uma situação financeira estável. Você precisa desse tipo de estrutura para aguentar o tranco. Esta era a hora certa de vir para o Flamengo”,
“Ainda estou sem ritmo de jogo e preciso recuperar o tempo de bola, mas hoje sou um jogador mais completo do que quando saí do Brasil. Passei os últimos anos jogando mais recuado, criando as jogadas, e acho que sou um jogador mais útil ao time porque consigo voltar mais e marcar melhor”, diz Deivid, que aposta no sucesso da dupla de ataque com o jovem Diogo. “É uma parceria que tem tudo pra dar certo. O Diogo é um jogador muito inteligente, talentoso, se movimenta bem, e com entrosamento acho que podemos ter um bom rendimento”.
Apesar de ainda não estar em sua melhor forma, Deivid parece ter agradado no primeiro contato com a torcida do Flamengo, durante o empate em 0 a 0 com o Santos, no último domingo. O atacante foi elogiado nas ruas por sua boa atuação, que por muito pouco não foi coroada com um gol. Se a bola que passou por cima do travessão tivesse encontrado a rede santista, Deivid teria ido ao céu logo no primeiro encontro com a nação rubro-negra. E não precisaria ouvir a provocação de Zico ao fim do primeiro treino depois da estreia: “Cara, vê se chuta mais baixo da próxima vez...”, disse o atual diretor de futebol do clube, ex-técnico do Fenerbahçe, com um sorriso maroto nos lábios, ao encontrar o atacante no corredor que leva ao vestiário da Gávea.
“Lá na Turquia era assim o tempo todo, sempre tem alguma brincadeira depois do jogo. Nós construímos uma amizade bacana durante os dois anos em que trabalhamos juntos. Fazíamos churrasco com as famílias reunidas, é uma relação muito legal. O Zico devolveu a credibilidade do Flamengo e ajudou muito o futebol carioca como um todo”, opina Deivid, antes de se render à lembrança do gol perdido. “A bola veio quicando muito, eu tive que ajeitar o corpo, acabei chutando de peito de pé e ela subiu demais. Na mesma hora pensei: que primeira impressão seria essa?”.
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