terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Brasileirão 2018: Flamengo 1 x 2 CAP, o final melancólico

Na última partida do ano, com o segundo lugar garantido, contra um adversário reserva e pensando na final da Sul-Americana, e diante de um Maracanã com a lotação esgotada, o Flamengo sucumbiu e perdeu de virada para o Atlético-PR por 2 x 1, encerrando de forma melancólica mais uma temporada sem títulos.

Com a vitória do Palmeiras no domingo, a diferença para o líder foi de oito pontos.

Essa derrota foi um resumo grotesco do que foi essa gestão, que completa cinco anos sem nenhum grande título e perdendo jogo atrás de jogo no Maracanã com casa cheia.

As cinco maiores médias de público do Brasileirão foram do clube da Gávea. Nas três primeiras o time deixou o campo sem vitória: derrotas para Atlético-PR e Ceará e empate com o Palmeiras.

Merece destaque a precificação no valor dos ingressos, que foi adequada para atrair novamente a torcida aos jogos, fazer com que o torcedor volte a frequentar o estádio, cuja média foi de extraordinários mais de 51 mil Rubro Negros presentes no Maracanã. Dos oito maiores públicos de 2018 no Brasil, em sete está o Flamengo.

Quem ganhar a eleição terá um trabalho pesado na reconstrução de um futebol vencedor. Acredito que o primeiro passo seja o incomodo com as derrotas, e não discursos de aceitação de eliminações e fracassos, ou de que, uma hora ou outra a bola passaria a entrar, sem que fizessem nada para corrigir os erros.

O segundo será ter os melhores profissionais à frente do futebol. Começando pelo treinador, que precisa ser tratado como se fosse a contratação de um atacante top do mundo, ou seja, de suma importância, e não mais relegados a meros estagiários, que caem de paraquedas para treinar um time da intensidade que é o Flamengo. Além do treinador, ter uma comissão técnica com os melhores do mercado e um diretor de futebol que, em conjunto com sua diretoria, seja certeiro na contratações.

O miolo do ano, ali em agosto e setembro, foi decisivo para o clube enterrar suas pretensões em todas as competições que disputava. O Palmeiras conseguiu ser campeão praticamente empurrando com a barriga uma parte do Brasileiro, graças ao inteligente rodízio do seu vasto e forte elenco. Felipão, ao montar duas equipes, fez todo mundo jogar, conseguindo com que atletas em má fase tivessem sequência para recuperar o bom futebol.

Será preciso ter um olhar criterioso sobre o elenco Rubro Negro e se questionar seriamente: é possível montar dois times fortes e competitivos para a temporada? Quais pontos fracos que precisam ser reforçados?

Não importa quem assumir, a cobrança por resultados imediatos será forte e incisiva. Se for a situação, com Ricardo Lomba, ainda mais, por ser continuidade. Se for a oposição, com Rodolfo Landim, será também forte, pelas críticas que fez do lado de fora e pelo discurso de forte cobrança.

Na semana passada o clube inaugurou seu Centro de Treinamento novo. Sem dúvida é uma conquista importante e um marco em termos de estrutura, mas não muda o Flamengo de patamar. Ter esse espaço, como disse o ex-jogador Júnior, não significa competência, é apenas um meio para voltar a conquistar campeonatos.

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