O Flamengo precisou de pouco menos de dez minutos para garantir os três pontos e se recuperar no Brasileirão.
Após a derrota no meio da semana para o São Paulo, o Rubro Negro venceu com facilidade e sem apresentar um futebol agressivo, envolvente, que pressionasse por mais gols o Botafogo. E nem sofreu muita pressão, diante de um Botafogo sem talento e jogando com três volantes, inicialmente.
O 2 x 0 saiu dos pés do Mateus Sávio, surpresa na escalação de Barbieri, que não pôde contar de última hora com Marlos Moreno.
A equipe Rubro Negra segue líder, com 30 pontos, mas já sem a gordura confortável: São Paulo vem logo abaixo com 29 pontos. O placar negativo contra o tricolor no Maracanã não poderia ter acontecido.
E o pior: a equipe paulista não está na Libertadores e já foi eliminada da Copa do Brasil. Vai focar fortemente no Brasileiro. O Flamengo terá pela frente além do Brasileirão, dois mata-mata pela Libertadores e Copa do Brasil. O calendário de agosto será cruel.
O que se passa na cabeça dos dirigentes da Gávea é um mistério: são notórias as deficiências, as lacunas do elenco deixadas por jogadores que deixaram o clube, no entanto, mesmo assim perderam o intervalo da Copa do Mundo para contratar.
Quem chegar nesse momento não terá qualquer tempo de treinar com o elenco, pois, a partir de agora, são três jogos por semana. E tem mais: só falam em dois reforços. E tem espaço para zagueiro, laterais e um meia reserva, além de um atacante de velocidade e um volante.
Há três anos, em todas as janelas do meio do ano, o Rubro Negro contratou forte: Guerrero em 2015, Diego em 2016, Éverton Ribeiro e Diego Alves em 2017. Passa a impressão que Noval, que veio da base, não tem tanta experiência no mercado internacional de jogadores.
Na vitória desse sábado, um Uribe sacrificado por ter que jogar aberto, para contar com Guerrero de atacante. E o time terminando a partida com Mateus Sávio e Rodinei nas pontas e diversos improvisos. Com o 2 x 0 no placar, não tinha um jogador de velocidade no banco de reservas para explorar os espaços deixados pelo alvinegro. Hoje, nesse elenco, não tem um jogador de nível que seja agudo, vertical, que improvise - mesmo errando.
O melhor desse Flamengo segue sendo Cuellar, o ponto de equilíbrio, o jogador capaz de dar proteção à defesa e ser responsável pela saída rápida da posse de bola - e que não tem reserva.
É importante que ninguém se iluda com Mateus Sávio de titular, mas que seja apenas um bom reserva com uma chance ou outra.
O Flamengo pós Copa do Mundo jogava melhor, tinha o explosivo, artilheiro e talentoso Vinicius Jr e ainda contava com Jonas como reserva do Cuellar. A zaga com Léo Duarte e Thuler arrumou e protegeu a defesa, passando bem por duas pedreiras contra o Atlético Mineiro e o Palmeiras.
Hoje, o time atual (em dois jogos) é mais fraco tecnicamente e voltou sem jogar o melhor futebol. E agora tem um São Paulo cada vez mais perto e aparentemente jogando mais.
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