A Odebrecht pediu oficialmente a rescisão do contrato do Maracanã alegando prejuízos com as mudanças do contrato, que inicialmente previa a construção de estacionamento e lojas comerciais.
Pura desculpa, pois o governo já havia concedido dois benefícios ao consórcio: o primeiro foi reduzir o investimento em 80%, conforme previsto no edital original da licitação, de R$ 549 para R$ 120 milhões. Depois acrescentou ao contrato uma nova cláusula de revisão trienal dos valores.
A última tentativa da Odebrecht foi lançar a cartada de buscar uma nova alteração para tentar amenizar o déficit: incluir uma cláusula de rescisão sem multa se não atingisse projeção de lucro na gestão do estádio.
Desta vez o governo do Rio não aceitou. O Executivo, na verdade, já sente o hálito da Lava Jato chegando na estátua do Bellini.
Segundo o Globo Esporte, o governo do Rio promete nova licitação e desta vez vai permitir a participação dos clubes.
Pois bem. A bomba do dia, desta vez segundo o jornal O Globo, é que o Flamengo estuda assumir o Engenhão após a Olimpíada, com a desistência do Botafogo, que ficaria com a sua Arena na Ilha.
Atualmente há um grupo na Gávea atuando para estudar as possibilidades e encontrar uma nova casa para o Rubro Negro.
O Engenhão é um estádio horroroso. Frio, arquibancadas distantes que parecem um despenhadeiro. Seria aceitável se rebaixassem o campo e colocassem cadeiras próximas às linhas laterais, exatamente como o West Ham fez com o estádio olímpico de Londres:
E ainda customizar o estádio com as cores Rubro Negras. Sem contar que os custos são menores, se comparando com o Maracanã. Aí sim daria para aceitar.
Apesar de considerar que essa notícia é muito mais uma forma de pressionar o Estado a incluir os clubes na nova licitação. Entretanto, é importante que a diretoria Rubro Negra saiba o que vai enfrentar se ganhar o processo licitatório e gerir o Maracanã.
Não se enganem: o governo do Rio, completamente falido, vai querer se desfazer e rapidamente do estádio. O Flamengo precisa saber o que vai gerir. Pode ser que atualmente seja inviável administrar de forma sustentável o Maracanã, padrão FIFA para a Copa do Mundo.
A ESPN já revelou: os altos gastos, recheados de penduricalhos, cujos fornecedores eram ligados ao ex-governador Sérgio Cabral e à Federação de Futebol do Rio de Janeiro resultaram em uma rotina de déficits nas contas do consórcio de mais de R$ 150 milhões entre 2013 e 2015.
Quem vencer o processo, será obrigado a abraçar todos esses absurdos? O ganhador vai poder fechar os contratos individuais de serviço, administrar os bares e camarotes?
O sistema quebrou, e vai querer repassar para o primeiro que aceitar este desafio. A novela só está começando.
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