sexta-feira, 1 de junho de 2018

Brasileirão 2018: Flamengo 2 x 0 Bahia



Nas duas últimas partidas jogando fora de casa (River Plate e Atlético Mineiro) o Flamengo teve apenas 40% da posse de bola, foi pressionado e soube sofrer.

Dessa vez, jogando diante de um Maracanã lotado, o Rubro Negro se impôs e fez uma de suas melhores apresentações nesse campeonato, pelo menos no primeiro tempo.

O time chegou a ter quase 75% de posse de bola, marcava alta e buscava com paciência os melhores ataques. O trio de meias se movimentava fortemente: Diego, Paquetá e Éverton Ribeiro armavam boas inversões para confundir o adversário. Pelos lados do campo, Rodinei e Vinicius Jr tinham o corredor livre para buscar profundidade.

O Flamengo não criou inúmeras chances, mas já merecia o gol pela forte organização tática, que impedia qualquer perigo de um inexpressivo Bahia. Foram três boas chegadas antes do placar ser inaugurado.

Dessa vez, Diego não prendeu tanto a bola. Buscou o passe rápido, de primeira. Forma 41 passes certos, apenas três errados e dois para finalização. Jogando dentro da área, onde é decisivo, foi dele o primeiro toque da tabela para Renê, que deixou o meia livre para abrir o placar.

O Bahia sentiu o golpe e tentou se lançar ao ataque. Na resposta, surpreendente assistência de Renê para Paquetá que, com categoria, fez 2 x 0 e deu justiça ao placar.

No segundo tempo, era impossível continuar jogando com a mesma intensidade dos primeiros 45 minutos. Marcando a partir do meio de campo, o Flamengo passou permitir que o Bahia mostrasse a que veio.

Para piorar: Barbieri ainda teve que fazer duas substituições por contusões. E o time piorou com a saída de Jonas e a entrada do Rômulo, que pouco ajudava o sistema defensivo. E a recomposição dos homens de frente não era tão ordenada.

Lá atrás, além da boa participação da zaga, Diego Alves fez a diferença, com duas ótimas defesas e uma simplesmente espetacular.

Foram incríveis 500 passes certos, o recorde da equipe nesse campeonato, e apenas 40 errados, segundo o Footstats. Mesmo com tanta posse de bola, o Flamengo também conseguiu 15 desarmes certos e nenhum errado.

E aí entra mérito evidente do treinador. Que consegue adaptar as circunstâncias de jogo para cada realidade. Não força a equipe ter posse de bola todo santo jogo de forma indiscriminada, mas escolhe momentos para saber recuar e aguardar, seja para matar no contra-ataque ou para a defesa segurar a barra lá atrás. Que consegue posicionar os jogadores de acordo com suas características, sem invenções.

Costuma-se falar que quando todo o elenco vai mal, o problema deixa de ser individual para ser do treinador. Agora, quando até o contestado Renê, outrora péssimo ofensivamente, consegue participar ativamente dos três últimos gols da equipe, dando assistência e tabelando, aí tem o dedo do treinador.

Outro número elogioso é o de cruzamentos. Mesmo com 500 passes certos, foram apenas seis cruzamentos - três corretos.

Enquanto o Grêmio reclama que não consegue fazer gols pelo fato dos seus adversários jogarem retrancados, o Flamengo buscou seus gols, mesmo contra um Bahia retrancado, através da triangulação, do passe vertical, da movimentação dos seus meias.

Quem ainda destoa disso tudo é Henrique Dourado. Esse parece que não vai se encaixar nunca nesse esquema de jogo Rubro Negro. O nove Rubro Negro precisa ser um atacante de mobilidade, que ajude na triangulação, nas tabelas, que se envolva com o sistema ofensivo. A posição deve ser o principal alvo da Gávea para reforçar a equipe.

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