quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Clubes vetam a tecnologia a favor do futebol e não valorizam seu principal produto

Parte dos clubes de futebol do Brasil deram um passe atrás na modernidade.

Por economia de R$ 1 milhão, 12 clubes decidiram permanecer no retrocesso da não utilização do árbitro de vídeo. Apenas sete foram a favor, inclusive o Flamengo. O São Paulo se absteve.

Alegando os altos custos, esqueceram-se dos diversos prejuízos acumulados por lances que já decidiram partidas decisivas do Brasileiro, cujos erros causaram muito mais danos financeiros do que seria o valor cobrado pela implantação da tecnologia.

O Vasco, um dos que votou contra, teria sido "beneficiado" no jogo contra o Corinthians no Brasileiro passado, por exemplo, quando Jô dominou com o braço e fez o gol. Mas o novo presidente vascaíno, Alexandre Campello, votou contra.

Além do Flamengo, Botafogo, Bahia, Chapecoense, Palmeiras, Grêmio e Internacional foram a favor do VAR.

Votaram contra: Corinthians, Santos, América-MG, Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Paraná, Vasco, Fluminense, Sport, Vitória e Ceará.

Muitos esperavam que a CBF entraria na jogada, bancando a estrutura que auxiliaria a análise de lances pré-determinados: pênalti, expulsão, gol, identificação de jogador. Seria o justo, até pelo faturamento de R$ 647 milhões da Confederação Brasileira de Futebol.

No entanto, seria pedir muito. Restaria os clubes, os mais interessados nessa história, se unirem em prol da valorização do principal campeonato do país, porém, prefeririam se limitar a justificar os custos - até a Chapecoense, após toda tragédia, aceitou pagar pela tecnologia.

Utilizar o VAR não seria certeza de um campeonato sem erros e imaculado. Até porque é comum comentaristas de arbitragem teimando com a imagem. Mas seria o começo de um processo, que ainda seria regulado com regras claras e treinamentos. Tudo, porém, ficou adiado para o ano que vem.

Ou melhor, o sistema sera utilizado a partir das quartas de final da Copa do Brasil, porém, neste caso, bancado pela CBF.

É de saltar os olhos a forma que os clubes ainda insistem em tratar o produto futebol da pior forma possível, não fazendo nenhuma questão de evoluir, profissionalizar e melhorar o nível do espetáculo.

Um comentário:

Paulo Marques disse...

André,

se a CBF disse que, para ter árbitro de vídeo, cada clube tem que pagar R$ 1 milhão para cobrir o custo, então o custo total é de R$ 20 milhões.

Agora, pensa bem: custa R$ 20 milhões colocar um sujeito para ficar olhando para uma pequena tela de televisão e dizer o que houve no lance?

Acho que isso é estratégia para esse avanço não ser aprovado. E quem se beneficia mais com isso? É o coríntians, lógico. Clube mais beneficiado pela arbitragem. Em 2016 o que os árbitros fizeram na arena Caixa Econômica foi um escândalo.